Onimusha: Warlords


O ano é 2001 e a Playstation 2 recebe um dos jogos mais aplaudidos na geração - Onimusha: Warlords. Nos anos seguintes, as versões para Xbox e PC, esta última da qual me recordo como se fosse hoje. Após quase duas décadas, o jogo chega  agora às consolas atuais numa versão remasterizada.

Para aqueles que não conhecem, Onimusha foi produzido pelo famoso Keiji Inafune (criador de Mega Man), uma série de respeito da Capcom com 4 jogos da série principal. Onimusha: Warlords foi o primeiro, onde somos apresentados pela primeira vez ao protagonista Samanosuke Akechi.

Neste jogo exploramos o Castelo Inabayama, com bastante semelhança a uma mansão nos arredores de Racoon City. A diferença é o facto de termos a capacidade de absorver as almas dos Genmas (inimigos/monstros/zombies em Onimusha), que servem para fazer um upgrade às armas. Mas existem 3 variações de cores, a vermelha para os tais upgrades, azul para encher a barra de magia e por fim a cor amarela que irá restaurar a saúde do nosso protagonista. O jogo poucos botões de ação utiliza, sendo bastante simples de aprender, um de ataque normal, um de magia (ataque especial) e de defesa tal como o de esquivar. Depois é possível fazer um contra-ataque caso seja efetuado um ataque mesmo antes de se ser atingido por um inimigo.

As cutscenes não se podem passar a frente e além disso, tal como um bom velho Resident Evil, existem momentos em que o jogador terá de fazer um backtracking aqui e acolá. Ainda assim, a duração do jogo não é longa, muito pelo contrário, é possível terminá-lo num máximo de 5 horas.


Sendo um dos primeiros jogos PS2 (lançado em 2001), a dobragem em inglês nos videojogos ainda deixava um pouco a desejar - tal como o riso de Tidus em Final Fantasy X, recordam-se? Felizmente, existe a opção de alterar para as vozes originais (japonês).

O jogo foca-se numa ação pura com puzzles à mistura, podemos mesmo dizer que é uma nova espécie do Resident Evil clássico, câmaras com ângulos fixos e cenários 2D, ou seja, pré-renderizados, com as personagens e inimigos todos em 3D. Em certos cenários é possível reparar que com a idade, a qualidade já não é tão impressionante quanto era na altura. A única diferença entre Onimusha e Resident Evil é o facto de o tema ser diferente, Japão Feudal, Samurais, espadas e lanças com arcos e poderes demoníacos à mistura. Quanto à ação e ao sangue, estamos ao nível do que se fez com Resident Evil nos tempos áureos. Por essa mesma razão, Onimusha estava impecável mas, será que a nova versão resistiu à prova do tempo?

São quase 20 anos desde o seu lançamento e Onimusha: Warlords continua refrescante, cortar samurais mortos-vivos e que atacam sem misericórdia alguma, apenas volta a demonstrar o porquê desta série ter sido tão aclamada pela crítica. As cutscenes contam com uma qualidade que nos tempos das consolas de 128 bits faziam qualquer queixo cair e, os puzzles eram um desafio e assim se mantém. As lutas, por mais básicas que possam parecer, cada corte com a espada é a valer, se Samonuske é atingido uma ou outra vez, as coisas complicam-se. É possível dizer que o jogo tem uma vertente survival horror, em todos os aspetos.


É necessário referir que a jogabilidade foi atualizada. É possível controlar a personagem à moda antiga, pressionando para cima no d-pad para seguir em frente, mas nesta versão é possível utilizar o analógico para mover a personagem. Sendo eu da velha guarda e com tantos anos de RE nas costas, senti-me super confortável com o modo retro e até confesso que tinha saudades desta jogabilidade.

Isto trata-se realmente de uma versão HD do original, notando-se nas caixas dos diálogos e a polidez e fluídez do jogo. Fora isso, é exatamente o mesmo de 2001. Assim dito, obviamente que pelo preço e qualidade do jogo, Onimusha: Warlords é muito especial e algo a ter em conta para aqueles que querem conhecer a série ou, tal como eu, fazer um regresso e relembrar o desafio de uma aventura empolgante e única que se tornou um sucesso no passado, agora disponível para todas as plataformas no mercado.


Para concluir, diria mesmo que uma trilogia seria muito bem vinda, embora a série pudesse igualmente receber um remake tal como aconteceu com os jogos Resident Evil 1 (na GameCube) e Resident Evil 2, este último prestes a ser lançado já no próximo dia 25 deste mês. Agora que revivemos este clássico, seria agradável contar com um novo Onimusha a caminho. Será este lançamento um sinal de esperança?

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Ecoplay.

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