Mages of Mystralia
Zia,
és uma feiticeira!
Ou será que é bruxa? Bem,
desde que seja feliz pode ser o que quiser, mas eu não fui propriamente feliz a
jogar este joguito Mages of Mystralia.
Imaginem a construção de uma
casa. Abrem um buraco, assentam os alicerces e começam a subir até ao telhado.
No final, o resultado é uma casa a habitar. Os alicerces deste Mages são a
magia e a personalização “ilimitada”, mas enquanto isto funciona bem q.b., o
material usado na restante construção é de baixa qualidade.
A apresentação do jogo varia
entre um desenho animado de sábado de manhã (aqueles que dão primeiro para
despachar) e um quadro colorido quando nada está a acontecer no ecrã. É tudo
tão genérico e os inimigos pouco ou nada variam e os cenários já os vimos em
outros jogos do género. As legendas e os diálogos são minúsculos e bem que
esforcei a vista para ler o que diziam (apenas pude jogar em modo portátil).
Estes problemas técnicos também estavam presentes no departamento sonoro, ou na falta
deste porque não se ouvia nada. Tinha a consola e as definições no máximo e pareciam
sussurros.
De resto, se insistirmos,
temos um jogo engraçado, mas nada uau. A história é simples: numa
certa noite, Zia é abençoada pelas estrelas e ganha poderes mágicos. Como
qualquer criança mágica, pega fogo à casa e foge. A magia é uma arte proibida
em Mystralia, o que é engraçado porque nunca lá chegaria pelo nome místico…
Em fuga, descobre mais magos
exilados e fica a saber que o seu destino é maior do que imagina. Original,
portanto. Até ao final, o jogo revolve à volta de missões como eliminar
maldições, matar X ou ajudar Y; algumas sidequest
da praxe estão presentes, mas nada muito longo. Há algum backtracking, mas podem usar fast
travel para acelerar o processo.
O importante aqui, e como
comecei na análise, é o sistema de magia. De início temos quatro feitiços:
Immedi (ataque “físico”); Actus (projéteis); Creo (efeitos ambientais) e Ego
(afetam a personagem). Tudo bastante básico e simples de memorizar e utilizar,
mas à medida que avançamos no jogo, vamos ganhando runas que equipamos nas
magias, conferindo efeitos adicionais. Dizer que não há limite para as
combinações é mentir, mas as opções ainda são bastantes como efeitos de
direcção, multiplicação, efeitos ambientais, geológicos e sei lá que mais. No
entanto, a sensação com que fiquei foi de conversar numa sala vazia: falo e
falo, mas só ouço o meu eco.
Se um jogo é assim tão vazio e genérico, uma mecânica destas perde-se inútil. Enfim.
Se um jogo é assim tão vazio e genérico, uma mecânica destas perde-se inútil. Enfim.
Assim para terminar, é um jogo
engraçado que não cairá na graça de todos. Se a história não prender, há sempre
o sistema de magia para brincar e explorar. Quanto a mim, tive mesmo pena dos
meus olhos e ouvidos, mas não consigo aconselhar. Pronto, esperem por uma
promoção ou um acessório-lupa para o ecrã.