Minecraft: Story Mode - Season Two


Há dois tipos de pessoas, os que não gostam de Minecraft e os que fazem stream para as legiões de fãs. Não tenho problemas com o jogo, aliás reconheço-lhe os benefícios e toda a criatividade necessária para ser-se bom. E joguei durante umas horas quando o jogo saiu na Wii U, mas não era para mim. E sem problema, há mais peixe ou blocos no mar.

Depois a Telltale anunciou que iam fazer um Minecraft com história: Minecraft: Story Mode que teve algum sucesso, mas não o suficiente para salvar a Telltale e, embora sejam histórias para outra altura, deu para fazerem uma sequela, a Season Two.

Não joguei a primeira temporada, portanto caí aqui de paraquedas, mas fiquei a saber que a primeira está toda no Netflix como experiência interactiva, fazendo jus aos jogos da Telltale. Aliás, escrevem as notícias que grande parte do espólio do estúdio vai lá parar daí que podem poupar os vossos euros e optar por subscrever a plataforma de séries. Atenção, não estou a afastar-vos do jogo, mas se podem ter mais por menos dinheiro, a lógica é sólida.


Vamos à análise em si: este jogo é para um público mais jovem do que eu. Ponto. No entanto, eu consigo apreciar conteúdo para todas as idades porque quando este é bem feito, crianças e adultos encontram-se no meio termo. E este Minecraft fez-me lembrar um desenho animado de sábado de manhã que dá bem cedo para dar lugar aos bons.

Então, como não conhecia nada daquele mundo comecei uma história de raiz, criei a minha Jesse como menina de um conjunto de opções predefinidas e comecei a história. Ignorei as referências à aventura anterior e foquei-me na nova. Ora, Jesse e os amigos vivem em Beacontown e já não têm tempo para aventuras porque cresceram e são lames. Há toda uma aura repetitiva de partir em aventuras ou assentar e várias personagens fazem questão de o mencionar. Durante um suposto dia normal de trabalho, onde operários trabalham com zombies à perna, a nossa personagem e a Petra acham uma luva com poderes especiais. Assim que a apanham, esta prende-se à nossa heroína e tudo começa a desabar, revelando um poço enorme com Creepers poderosos. Cabe à nossa dupla desvendar os poderes da luva e cobrir o fosso antes que alguém se magoe a sério.

E isto só no primeiro episódio! Não vos quero estragar o resto. Até ao final, e durante os cinco capítulos, vamos conhecer personagens coloridas e decidir o rumo da nossa aventura, só não vale adormecer a meio.


De novo, é tudo pessoal, mas achei que os diálogos soavam aos discursos motivacionais que usam com as crianças para procurarem as pistas da Blue, o que me deixou algo desconfortável e me fez optar pelas piores escolhas ou pelo silêncio.

A nível técnico, Minecraft Season Two é um Minecraft com toda a bagagem da série: são os gráficos coloridos, cúbicos e pixelizados e a música – bem, eu gostei muito da banda sonora. De facto, as poucas boas memórias da primeira vez que joguei Minecraft estão ligadas à música ambiente e relaxante. A equipa da Telltale fez um bom trabalho ao capturar temas épicos e aventureiros para este jogo, as vozes também não estão más e a minha crítica em cima prende-se mais ao guião do que a outra coisa. Alguma pesquisa levou-me a várias críticas e a trívia que esta segunda temporada tinha sido mais controlada para o público jovem. E aí está o cerne da questão: criar para um público infanto-juvenil não implica ter menos asneiras e um enredo que valoriza a gratificação instantânea ou que trata as crianças como seres que não conseguem pensar como um adulto. Aí está o pior erro que podem cometer: as crianças são os melhores críticos e são mais perspicazes do que julgamos. Daí a fama do Minecraft original.

Uma vez que não tem um enredo por aí além, vive muito à base da criatividade e as coisas que se fazem lá são fora deste mundo, mas há que respeitar e dar espaço aos jogadores, tenham a idade que tiverem!


Para concluir, vão divertir-se com o jogo. Tem bons elementos de comédia, tensão e de aventura épica. As personagens são aquele cliché dos filmes do género, mas que não mancham o pano.
Sai deste templo abandonado e cúbico com um…

Nota: Esta análise foi efetuada com base numa cópia de retalho do jogo, gentilmente cedida pela Ecoplay.

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