Everspace: Stellar Edition


Quem é fã de Star Wars? Bem, pelo menos no que diz respeito às batalhas espaciais, que sempre foram um dos aspetos mais fascinantes da saga para mim. Everspace: Stellar Edition é, talvez, mais parecido com um jogo antigo lançado na velha Playstation em 1998 de nome Blast Radius. Ou, pelo menos, foi um sentimento que me surgiu à tona quando o joguei pela primeira vez.

Mas este Everspace tem muito que se lhe diga.

Como é possível de entender após esta pequena introdução, trata-se de um dogfighter de ficção científica e, que seja já sublinhado, é um "roguelike" dos puros e duros. O jogo começa com a apresentação do nosso protagonista, animações estáticas que apenas se movem em certas ocorrências que dão a entender logo de início que o protagonista está com amnésia. Pouco depois das primeiras missões fica-se a saber que ele é apenas um clone, por isso a história no fundo é ir em busca do seu original. Apesar de parecer interessante, a narrativa é apenas um pretexto para tudo aquilo que o jogo quer realmente oferecer.


O jogo poderia dar a sensação de solidão, visto que o jogador viaja no espaço sozinho na sua nave, mas na verdade nunca está só, isto porque é acompanhado de um computador com inteligência artificial que vai não só dando dicas, como falando com o protagonista de alguns acontecimentos. É este computador que indica quando devemos prosseguir, quando devemos ter em atenção naves inimigas e realmente como proceder com aquilo que nos rodeia. Este mesmo computador chama a atenção do jogador para o combustível restante (sim, é preciso ter muito cuidado com o combustível neste jogo), além de que é o próprio computador que cria os portais para passar ao setor seguinte. Cada nível, por assim dizer, contém vários setores, que têm de ser ultrapassados para progredir no jogo. Como é evidente, os primeiros 3 são fáceis, até porque é-nos apresentado o tutorial de como dirigir a nave e os cuidados a ter neste espaço inóspito.

Neste tutorial, aprendemos o essencial. As armas ao dispor, acelerar e travar a nave, utilizar o escudo e os pequenos pormenores da poupança de combustível e claro, a informação de que podemos fazer upgrades à nave ao destruir inimigos ou apanhar recursos como cristais ou sucata. Além disso estão varias naves ao dispor, mas antes de tudo é necessário ganhar uma quantidade de crédtios e isso, não será tarefa fácil. Recordo que isto é um "roguelike", sublinhando uma vez mais que é puro e duro. Não é extremamente difícil e frustrante mas, é preciso ter paciência e evitar atacar ou ser atacado por múltiplos inimigos, ou a nave não resistirá com os danos. É impossível não perder uma data de vezes no primeiro sector: a nave é fraca, os danos são imensos e o jogo não é fácil.


Existem 3 graus de dificuldade, do fácil ao difícil, sendo que o normal já é algo que vai exigir muita habilidade do jogador. Suponho, por isso, que o difícil seja bastante extremista. É necessário o jogador ter essa noção, de eliminar inimigos, ganhar créditos, recolher o máximo de recursos possíveis, para quando for destruído, voltar ao menu de upgrades e fazer o máximo que tiver à disposição para reforçar as defesas e armas da nave. O combustível é importante, principalmente para fazer a passagem para outro setor. Estes saltos espaciais foram os momentos que mais gostei de experienciar, senti-me realmente no universo Star Wars, onde temos cerca de 6 segundos para a nave ultrapassar a barreira de som, ou seja, como a Millenium Falcon o faz, à velocidade da luz.

Agora falando das constantes perdas neste jogo, pode ser algo frustrante porque de facto, sendo isto um roguelike, o jogador terá de iniciar tudo novamente desde o primeiro setor. Não é fácil de digerir. O que vale é o facto de poder fazer o upgrade entre as mortes, assim sendo, a nave ficará cada vez mais resistente e poderosa para os caminhos adversos que encontrará pela frente. No caso de a nave receber danos durante o nível e o jogador tenha como reparar os danos, também é possível fazê-lo, no entanto, é necessário ter recursos, os quais são escassos neste jogo.


O jogo é bastante interessante, não pela narrativa mas pelos combates e todos os componentes apresentados. É preciso ter em consideração a sua dificuldade e que a curva de aprendizagem é longa mas, no fim de contas, a recompensa é bastante satisfatória. No jogo está também incluído o artbook e a própria banda sonora, adições que o tornam mais enriquecedor e completo. Everspace castiga, mas o jogador mastiga, especialmente se for fã do género e gostar de desafios a sério. Fica, apenas o aviso: não será certamente para todos os jogadores.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Plan of Attack.

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