LEGO The Incredibles


Análise por Pedro M. Macedo

Passados quase 12 anos desde o último jogo nas consolas da quarta geração, “The Incredibles” regressa ao mundo dos videojogos graças ao lançamento do novo filme, a estrear já esta semana. Desta vez, regressam no formato LEGO, cruzando-se pela primeira vez com o universo Pixar. Agora, será que ambas as “peças encaixam” perfeitamente e resultam, tal e qual um “enorme relógio”? O primeiro patrão do Bob diria “Siiim, precisamente”!

Antes de mais, convém lembrar que “LEGO The Incredibles” é uma compilação das aventuras passadas nos dois filmes, logo, recomenda-se que vejam os filmes antes de o jogarem. Isto porque, estranhamente, o jogo começa com os eventos do segundo filme (que é uma sequela direta) e só depois é que podemos jogar as aventuras do primeiro. O jogo não dá qualquer justificação, mas acredito que será pela maior variedade de personagens existentes no segundo filme (enquanto o primeiro se limita aos Incredibles e Frozone) e “forçar” a batalha final contra o mais poderoso vilão da Pixar até à data.


Mas o jogo não se resume aos eventos dos filmes. Entre cada uma das missões, o jogador pode explorar a cidade e fazer pequenos desafios e tarefas secundárias - tal e qual um GTA. A cidade está dividida por distritos e vai sofrendo ataques recorrentes de diferentes vilões (como o Bomb Voyage). Nestes ataques, o jogador deve responder aos pedidos de ajuda nessa área antes da batalha contra o chefe. Infelizmente estas missões acabam por ser repetidas e aborrecem muito rapidamente. O lado positivo é que desbloqueiam outras personagens Disney com diferentes habilidades (como a Dory que nos permite explorar o mar) e, por conseguinte, um puzzle de Red Brick - para ativar as extintas batotas.

Quando não entramos nas zonas de crime, podemos explorar os restantes distritos e fazer corridas contra relógio, ajudar cidadãos em perigo, lutar contra mafiosos e resolver puzzles com as habilidades das personagens. Sempre que uma destas tarefas é concluída, somos recompensados com colecionáveis (LEGO dourados) e Studs, as moedas que permitem comprar as mais de 100 personagens e 40 veículos. Por isso, acreditem que a maior parte do tempo é passada neste mundo aberto, com muita coisa para fazer e desbloquear. Sublinho o quão viva a cidade se tornou: há sempre ruído de fundo de sirenes, buzinas, pássaros, água; e os NPC’s comentam as habilidades ou fatos dos personagens enquanto passeiam. Em momentos é necessário estar atento a essas conversas para percebermos que há tarefas ocultas ali perto.

Falando em fatos, também é possível visitarmos a casa da Edna Mode e criarmos os nossos (novos) heróis. Isso mesmo: escolher a personagem, a roupa (“Capas, Não!”) e os poderes. Como tudo se encontra desbloqueado desde o início, podemos perfeitamente criar um Super que voe e com vida infinita para facilitar tudo.


Para quem já conhece os jogos do LEGO, praticamente nada mudou. As personagens continuam semelhantes, ou seja, O Senhor Incrível continua a ser igual ao Hagrid do Harry Potter e ao Hulk dos Vingadores; continua a ser necessário partir tudo o que encontramos para criar novas formas de avançar no jogo; e usar as habilidades diferentes para resolver puzzles. Mas o mais importante de tudo: jogar acompanhado continua a ser divertido.

“LEGO The Incredibles” já se encontra disponível para as consolas por 59,99€ (digital). A versão PS4 oferece uma lista de troféus com platina, requerendo que desbloqueiem tudo a 100% e façam algumas tarefas em cada uma das missões de história. Recomenda-se que experimentem alguns troféus pelas referências aos filmes, como o “Freeze” que requer que o jogador congele um polícia com o Frozone.


É mais um jogo LEGO divertido e com muita coisa para fazer. Não deixa de ser igual aos anteriores, como já era de esperar, mas a decisão de compra, como com qualquer outro LEGO, passa pelo interesse no universo Incredibles. Para os mais velhos pode tornar-se rapidamente repetitivo; para os mais novos, quanto mais destruírem, melhor - eles têm mais paciência para isso, acreditem.

Nota: esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Upload Distribution.

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