Absolum

A Dotemu, sobejamente conhecida por ajudar trazer à ribalta, não só sequelas mas também novas visões de franquias “do antigamente” tais como Streets of Rage 4 ou Metal Slug Tactics, junta-se à Guard Crush Games e à Supamonks para criar algo muito “suis generis”.

Absolum é um “rogue’em up” que mistura o saudoso espírito dos velhos beat’em ups com a estrutura dos roguelites mais modernos. Fico sempre surpreso com a capacidade das pessoas de meterem tudo em caixinhas e depois inventar nomes para elas, mas a verdade é que “rogue’em up” soa bem e faz sentido.

Mais do que qualquer coisa, Absolum aparenta surgir da vontade de reinventar o género e transformar o simples ato de andar à bofetada em algo mais tático e acrescentar desafio.

A história de Absolum leva-nos a Talamh, um reino onde a magia foi proibida após um cataclismo e onde o tirano Azra reina com mão de ferro (ai malandro!). Encarnamos o papel de um dos “Filhos de Uchawi”, uma tribo de guerreiros que luta para libertar a magia e devolver equilíbrio ao mundo.

Não é um argumento que ganhe muita tração inicialmente, mas vai ganhando força à medida que a história do jogo se vai desenvolvendo e a moralidade do mundo em questão começa a não ser apenas ditada pelo “bem” e pelo “mal”.


O combate está no centro de toda esta experiência. Rápido, reativo e exigente, muito do que se joga está também na leitura dos padrões dos inimigos e no domínio das habilidades especiais de cada personagem. Absolum aposta num sistema híbrido que mistura ataques corpo a corpo, ataques de energia e poderes que consomem recursos limitados. A movimentação é fluida, dando prioridade a esquivas/impulsos e a precisão é fundamental para sobreviver em confrontos caóticos embora não tenha achado a dificuldade deste jogo muito punitiva, também venho de jogar Silksong... tudo parece mais fácil.

Sinto que se tratando de um roguelite, é um pouco trazer areia para o deserto referir que a progressão nas runs trás sempre algo de novo à nossa build; desbloqueiam-se novas armas, classes, e upgrades permanentes através de recursos que se vão recolhendo. Ganhando ou perdendo, levamos sempre uma medalha pra casa.

Absolum é visualmente um estrondo e apresenta um quadro audiovisual excecional. A Supamonks criou um mundo desenhado à mão, estilo BD, que é vibrante, expressivo e com animações muito bem executadas. Ao nível de construção de mundo, tudo desenhado ao pormenor e com atenção ao detalhe. Os efeitos sonoros no combate são satisfatórios e a música que acompanha o mesmo ajuda a manter a adrenalina necessária no momento.


Este é um daqueles jogos que aparecem sem grande alarido e acabam deixar marca a quem tem a sorte de os descobrir e jogar. É ambicioso, desafiante e em cima de tudo isso respeita o legado dos “beat'em up” piscando o olho a novas possibilidades.

A parte mais visual deste jogo impressiona, o combate é muito satisfatório, pois sente-se o peso das nossas ações no comando e natureza roguelite do jogo empresta todas as vantagens e desvantagens do género. Por um lado temos o desafio, o replay value, o prazer da aprendizagem e a procura daquela "run perfeita" que permite avanço na história, por outro, a repetição e aleatoriedade por norma afasta algumas pessoas deste tipo de jogos. Tudo depende do gosto pessoal... no meu caso Absolum está em quase em ponto de rebuçado!



Absolum saiu no dia 9 de outubro de 2025 para PS5, PS4, Switch e PC.



Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PC, gentilmente cedido pela Cosmocover.

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