The House of the Dead 2: Remake


Uma onda de nostalgia invadiu a minha mente assim que comecei a jogar este remake daquele que foi um dos jogos que mais joguei nas arcadas, durante os agora distantes anos 90. Produzido pela MegaPixel Studio em conjunto com a Forever Entertainment, esta bem conhecida franquia da SEGA saiu recentemente para a Nintendo Switch entre outros formatos atuais, com um port bastante divertido (e difícil) do rail-shooter original.


The House of the Dead 2: Remake não faz grandes rearranjos relativamente à sua história. Uma vez mais temos um grupo de agentes da organização AMS que são destacados não apenas para descobrir o paradeiro de um dos protagonistas do primeiro jogo, o Agent G, como também faz com que tenhamos que lidar com um zombie outbreak em Itália, o local onde decorre a acção do jogo. Embora a nossa equipa da AMS seja constituída por quatro elementos, apenas podemos escolher dois como elementos jogáveis. James Taylor e Gary Stewart, são os dois agentes que vamos poder escolher para livrar a cidade italiana da sua infestação de mortos-vivos. Ambos jogam-se de maneira similar, pelo que a escolha entre um e outro é apenas estética, nada mais do que isso.

O jogador começa com uma pistola normal, com balas infinitas, mas que exige que estejamos constantemente a recarregar, caso contrário seremos seguramente apanhados na curva por algum dos muitos inimigos que se colocarão no nosso caminho. A pistola em si, não é muito potente, contudo um disparo bem colocado e preciso naqueles que são os pontos fracos dos oponentes, ajudará a compensar essa falta de poder. Normalmente, e no que aos inimigos normais diz respeito, isso quer dizer um headshot bem efetuados. Contudo, também é possível literalmente despedaçar o inimigo se assim desejarmos. Essa primeira pistola não será a nossa única arma, uma vez que inúmeras outras estarão disponíveis para serem encontradas no cenário à medida que formos jogando cada capítulo do jogo.


Armas e outros itens podem ser encontrados ou obtidos quer pela destruição de objetos presentes no cenário, quer pelo salvamento das muitas vítimas inocentes que tentam, a custo, fugir da horda dos mortos-vivos. E salvá-los não é fácil. Serão precisas muitas rodadas até conseguirmos decorar a posição de todos eles. O que devemos evitar, a todo o custo, é acertar em qualquer inocente, sob pena de haver dedução de pontos e de vida. Vida essa representada por pequenas lamparinas com chamas, as quais se vão apagando a cada dano que nos é infligido. Regressando ao tema das armas e dos itens, estes são bastante variados.

Ao nível das armas temos coisas que vão desde uma arma de ar (com a qual cheguei ao fim do modo clássico, numa das ocasiões), até às sempre eficazes e fiéis metralhadoras e caçadeiras. Temos até um total de nove armas para usar em House Of The Dead 2. Os itens esses podem criar situações caricatas, como tornar todos os inimigos em "cabeçudos" (exceção feita aos bosses, é claro), o que irá facilitar o jogo consideravelmente uma vez que aumenta o hitbox dos mesmos. Outros itens podem dar-nos continuas infinitos ou voltar a acender as chamas das nossas lamparinas de vida.


Os adversários que iremos encontrar vão alternar entre aqueles que nos irão atacar diretamente, sem grande estratégia, até aqueles que são extremamente esguios e difíceis de atingir. Outros, como os Gregory, têm grandes espadas, que podem usar para atacar o jogador ou para bloquear os seus disparos. Uns usam máscaras, para proteger-se dos headshots, ao passo que uns, mesmo sem cabeça podem continuar a avançar para nos atacar. Para além dos punhos e garras, alguns dos nossos inimigos podem ainda atacar-nos à distância, arremessando machados ou cilindros na nossa direção.

Contudo, e embora os inimigos sejam abundantes e perigosos, a verdadeira ameaça deste jogo reside nos seus bosses. Estes são implacáveis e poderosos. Eles só sentem os nossos ataques se estes forem dirigidos ao seu ponto fraco específico (que em muitas das ocasiões não é a cabeça). Duros de bater, a sua dificuldade só aumentará à medida que o jogo for progredindo, como de resto é natural.

Comparando com o original das arcades, este remake melhora consideravelmente a apresentação gráfica, representando os becos, canais e outros locais de uma cidade que se quer sombria e soturna. A música mantêm-se icónica e condiz muito bem com a ação frenética do jogo. De salientar que podemos alternar entre a música tradicional ou uma versão remasterizada da mesma. O voice acting também mantém aquele feeling de filme Tarantino, se bem que toma certas liberdades com o sotaque de certas personagens relativamente ao original.


O que este remake traz de verdadeiramente novo é um conjunto de modos, para além do original clássico. Este é o modo no qual iremos ver a história propriamente dita decorrer e consiste em seis capítulos, os quais devemos completar de forma a ver um dos muitos finais disponíveis. Ora esses ditos finais alternativos vão depender muito da forma como formos jogando, o número de pessoas que salvarmos e os caminhos tomados. Esse modo pode ser experimentado de duas maneiras distintas. Da forma original, o que nos dará a hipótese de usar itens especiais no início da aventura, tornando-a mais fácil. A outra forma é a arcade, que como seria de esperar nos nega esse benefício.

Para além disto, o modo clássico pode (e deve) ser experimentado a dois, o que aumenta não apenas o fator diversão, como também (e no caso de se tratarem de jogadores veteranos da série) tornará o jogo consideravelmente mais acessível. O outro modo de jogar este jogo é o Boss Mode, que como o próprio nome indica coloca-nos frente a frente com todos os bosses do jogo, numa espécie de survival gauntlet. O último dos modos é o Training Mode, que permite-nos melhorar as nossas capacidades com a mira e o gatilho, ao mesmo tempo que nos oferece diversos pequenos desafios para cumprirmos, como resgatar todos os civis, destruir um determinado número de zombies com trinta disparos, entre outros. Num jogo que se pode completar em cerca de trinta minutos (no caso dos jogadores mais experientes), tais opções vêm aumentar e muito o seu replay value.

Existe uma última área, o Secret Lab, que é onde podemos ter acesso aos modelos de todos os inimigos do jogo, aos items e armas que tivermos apanhado, e a todos os achievements que tivermos conseguido. Ela funciona como uma sala de troféus, para todos os efeitos.


Em suma, este remake é uma tentativa decente de trazer um clássico de volta. Podia ter sido mais trabalhado e até mesmo ter oferecido ainda mais opções e variações no que aos capítulos e caminhos alternativos diz respeito. Ainda assim, uma boa maneira de introduzir novos jogadores a uma série que estava meio "defunta" nestes últimos anos.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Forever Entertainment



Latest in Sports