Mini City: Mayhem


Como assim, um novo city builder? Por vezes torna-se complicado acompanhar alguns títulos que surgem de surpresa, sem grande fanfarra a anunciá-los e que passam debaixo do radar, que merecem alguma atenção. Foi assim que descobri mais um jogo que se apresenta bem mais simples, o que me levou a pensar que seria um jogo em que ia conseguir controlar bem o número de horas dedicado sem me distrair. Estava redondamente enganado…

Mini City: Mayhem é um simples jogo onde construímos pequenas cidades, com o objetivo de as popular enquanto lidamos com o stress que é a falta de habitação para o número de habitantes. Sublinho que isto é um jogo mais próximo de um puzzle do que propriamente um simulador como Sim City ou Cities Skylines, algo que reparamos bem ao olhar para o jogo. Independentemente disso, o meu velho vício em perder horas a construir cidades regressa novamente.


Embora simples este é um jogo stressante em que lutamos contra o tempo, ou melhor, a necessidade constante dos habitantes em terem uma casa. Para tal temos à disposição um conjunto de coloridos blocos que representam essas casas, que temos de construir junto a estradas ou empilhá-los de modo a construir altos prédios que gradualmente se transforma em arranha-céus. Ao poucos vamos subindo de nível, ganhando alguns benefícios como receber mais dinheiro para as nossas construções ou acalmar melhor os ânimos dos nossos habitantes que constantemente nos chamam à atenção. O objetivo é chegar com a cidade a uma dimensão e população considerável, colocar nela o monumento apropriado e, assim, fica a nossa cidade construída!

É assim tão simples, questões como precisar de construir infraestruturas de eletricidade ou água para a população não existe, temos pura e simplesmente de criar apenas estradas e preencher a nossa pequena cidade com habitação. Há alguns edifícios especiais, que conseguimos ao subir de nível que nos dão, então, algumas melhorias para ajudar na nossa constante construção. A arte de empilhar os prédios é praticamente um jogo de Tetris, alguns blocos têm condicionantes como só poderem ser construídos ao nível do chão, terem formas tão estranhas que não encaixam em lado algum, ou se terminam com um telhado, proibindo quaisquer construções em cima.


Com alguns diferentes de modos de jogo, dos mais zen onde construimos com toda a calma do mundo, ao modo sandbox onde temos total liberdade de construir uma cidade sem qualquer desafio, o principal modo do jogo é Mayhem, onde algum caos reside numa luta constante contra o tempo, isto é, a necessidade constante de habituação. Não há muita manobra para pensar, temos de ser ágeis a criar ruas e colocar casas, empilhar as mesmas sejam ou não da mesma cor, o que dependendo da nossa sessão de jogo pode mudar um pouco a nossa estratégia. Por vezes ficava até mesmo irritado por não poder ver com cuidado os edifícios que estava a colocar, não que influenciasse o jogo em si, mas, era péssimo quando colocava um edifício especial apenas para ver que a porta de entrada estava colada a um arranha-céus de 10 andares, e não face à rua. Já que falamos em irritações, encontrei um ou outro bug que me estragaram a sessão, nada simpático quando já estava quase uma hora dedicado àquele nível.


Naquilo que parece ser um hábito cada vez mais presente (se calhar ando é mesmo mais sensível ao género?), há certos elementos roguelite em cada sessão de jogo que avançamos. As peças são sempre aleatórias, ao subir de nível temos de escolher uma de três benesses que nos vão ajudar, escolhas estas que também estão sempre a variar. São ajudantes que nos dão mais dinheiro, capacidade nos edifícios ou descontos quando limpamos terreno, este muitas vezes cheio de árvores ou rochedos. Há também edifícios especiais, onde o principal ganho deles desbloqueamos quando os conseguimos, mas convém construí-los logo para poder usar outros edifícios especiais que se seguem.

O jogo não vai muito além disto, não complica, dei por mim a pensar que havia jogado uma meia hora só para ver que afinal já tinham passado quatro horas, o que por si, foi bom sinal. Isso ou sou mesmo agarrado aos jogos onde construímos cidades ou quaisquer tipos de civilizações. Não é um título que revolucione, aproxima-se até a jogos mais ao estilo que encontramos num dispositivo móvel devido à pequena dimensão das cidades que construímos, gostaria até de ver algo mais próximo de outros simuladores de cidades do que este foco a ser um puzzle onde, por acaso, construímos uma metrópole.


Passei umas boas horas com Mini City: Mayhem e, mesmo com os restantes modos de jogos onde empilhamos coisas ou vamos construindo sem fim até fazer asneira na maneira como empilhava os (pedaços de) edifícios, sinto que já não tenho muito a fazer neste jogo. Não há propriamente uma vontade em voltar a fazer uma cidade do zero, porque aqui o objetivo era mesmo terminar cada um dos níveis. Ainda assim, se procuram um jogo bem mais leve, simples e apesar de todo o stress dos habitantes, muito mais tranquilo, têm aqui uma boa opção!


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC, gentilmente cedido pela The Four Winds.

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