Tales of Graces f Remastered


A saga dos remasters de jogos da série Tales of continua com mais uma entrada, um jogo original da Nintend Wii que nunca veio para o ocidente, apenas sendo lançado pela PlayStation 3 numa versão também ela remasterizada. Tales of Graces f Remastered surge novamente através de um novo lançamento, colocando-o em todas as consolas atuais e PC, tornando-o acessível para quem quiser experimentar um jogo da série que (possivelmente) nunca jogou, ou a desculpa para os fãs da série o jogarem novamente. Jogo que também serve como uma espécie de arranque das celebrações da série, esta que celebra o seu 30.º aniversário este ano!


É um jogo que surge numa posição estranha, pelo menos para mim. É um remaster? É um port? É um re-remaster, atendendo que a letra "F" na versão PlayStation 3 já indicava que se tratava de uma versão melhorada, face ao original da Nintendo Wii? No final de contas torna-se irrelevante, o que importa é que se trata do mesmo jogo com uma melhor resolução e detalhe nas imagens, melhor framerate e poder começar o jogo com diversas benesses que nos ajudam, onde podemos começar logo com boosts que nos dão mais pontos de experiência, dinheiro, itens, entre outras coisas. Admito que depois do lançamento preguiçoso que fizeram com o remaster de Tales of Symphonia estava com algum receito para este, mas todos os medos dissiparam-se nas primeiras horas.

O que realmente importa aqui, na prática, é ser um título mais acessível de obter agora para os sistemas atuais, lançado agora numa altura em que a procura por RPGs tem sido algo bastante interessante acompanhar, quando comparado com o seu lançamento da PlayStation 3 em 2012 onde facilmente ouvia um "Tales quê?" quando falava sobre os jogos da série. Série esta que tem vindo a ganhar um pouco mais de fama, com a chegada de Tales of Arise e Berseria recentemente, ou até mesmo com o remaster de Tales of Vesperia!


Sendo que cada jogo da série pode ser jogado com zero conhecimento do resto da série (salvo raras exceções), podem saltar logo para Tales of Graces f Remastered sem medo! Nesta aventura seguimos a história de Asbel Lhant que, na sua infância, depara-se com a misteriosa Sophie cuja identidade é um mistério, até para ela mesmo por ter amnésia, aquele plot recorrente em inúmeros jogos, principalmente em RPGs. Nas horas iniciais da aventura vemos parte da infância de Asbel, juntamente com o seu irmão Hubert, a sua amiga de infância Cheria e, uma coisa leva a outra e ficamos amigos de Richard, príncipe do importante reino da região.

É um início dramático, determinados acontecimentos irão mudar por completo a vida deste pequeno grupo de personagens em principal de Asbel, o nosso protagonista que decide embarcar numa vida de cavaleiro com a missão de querer proteger todos os que o rodeiam. Digamos que enquanto crianças estamos na realidade a jogar um breve tutorial, que já o conhecia bem por o jogar na PlayStation 3, mas soube-me bastante bem regressar a este título. Este é mesmo um Tales of tradicional, onde o ambiente medieval europeu está misturado com uma grande dose de fantasia onde a tecnologia avançada marca também presença, sem ninguém questionar como raio é que tal é possível. Adiante.


Foi neste ambiente que regressei a uma aventura com pouco mais de 10 anos, com bastante nostalgia à mistura. Curiosamente, este nem é dos meus Tales of favoritos e nem sequer tenho grande apreço pelo cast de personagens deste jogo, nem dos principais antagonistas… sinto que ora são muito sem sal, ora são irritantes que dói, principalmente toda a história e personalidade de Sophie que nunca senti grande coisa. Mesmo assim soube muito bem voltar, agarrar novamente no jogo conhecendo tudo, sendo este novo lançamento a desculpa para o jogar. E assim foi, vozes japonesas escolhidas, música ao máximo e aventura pela frente, esta que explorei ainda mais rapidamente agora com um jeitoso botão que me permitiu correr mais rápido que no original. Também, se por algum motivo estiverem com ainda mais pressa, podem ainda desativar os combates contra os inimigos que vemos sempre presentes no mapa (aqui não há random encounters).

Um RPG tradicional, ao bom estilo tradicional dos Tales of pega na estrutura bem clássica de um RPG japonês com um sistema de combate mais próximo de um jogo de ação! Durante os combates controlamos as personagens livremente, movendo-nos por uma arena onde efetuamos combinações de ataques seguidos como se fosse um jogo de ação. Aos poucos vamos aprendendo novas habilidades, equipando as nossas personagens com os melhores ataques que se ajustem ao nosso estilo de jogo, ou simplesmente, escolher os mais fortes. A grande diferença quando comparado com o resto da série é que o combate funciona mais através de combinações, encadeando ataques normais com os especiais, de modo a não dar descanso aos inimigos. É no meio destas combinações que usamos ataques diferentes, dependo da direção do movimento usamos ataques diferentes, encadeando para outros ataques, aproximando-se até um pouco dos jogos de luta.


O mundo em si, é explorado através de pequenas áreas, repletas de tesouros e pequenas coisas a descobrir. Não há propriamente um grande mapa a explorar, a história é contida em momentos narrativos consecutivos sem grandes momentos mortos, embora um ou outro momento o jogo parece estar a arrastar-se mais do que devido e eu só queria avançar na aventura. Mesmo não sendo o maior fã das personagens deste Tales of, é este grupo de distintos heróis que foram uma equipa coesa, que se complementa e dá uma vida incrível a tudo o que vai acontecendo. Embora hajam grandes conflitos que afetam o mundo, a história é principalmente sobre as personagens, o que até é bastante comum na série, mas em Graces o foco parece ainda mais forte. É bom vê-las evoluir, crescerem uns com os outros do início ao fim do jogo, ainda melhor através de um prólogo que nos mostra um pouco mais da sua história.

Muito deste desenvolvimento de cada um é aprimorado através dos skits, pequenos momentos de diálogos entre personagens que comentam coisas aleatórias que vão acontecendo, ou que vamo encontrando enquanto exploramos o mundo, algo bem típico da série. Se nunca jogaram um jogo da série este pode ser um excelente ponto de entrada, pois além destes skits, ele conta mesmo com muita coisa bem típica da série, o que pode ser um bom ponto de partida para depois explorar outros jogos da série como Tales of Symphonia ou o favorito de muitos, Vesperia. É ainda um jogo muito, mas muito divertido, com um sistema de combate rápido e frenético, através do sistema de combinações que vamos explorando e desbloqueando novos ataques até encontrar aquele que gostamos mais.


Jogar Tales of Graces f Remastered foi um bom regresso, curiosamente gostei bem mais a jogar pela segunda vez, quando comparado com a minha primeira vez com o jogo, possivelmente porque tudo o que aventura deste título apresenta cresceu em mim, ou talvez porque estava com saudades de jogar um Tales of e esta foi a desculpa ideal. Um jogo que me ocupou a PlayStation 5 recentemente, mas ainda dei uns toques na versão Nintendo Switch que se porta muito bem, com um framerate fixo (e estável) nos 30. Resta agora esperar pelo próximo remaster da série, já que a Bandai Namco parece estar interessada a lançar mais, onde fica apenas a dúvida: qual será o próximo?


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PlayStation 5, gentilmente cedido pela playnxt.

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