Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge


Desde criança que adoro as Tartarugas Ninja, ainda me lembro de dizer que pizza era o meu prato favorito devido às BD’s e desenhos animados que assistia dos anos 80, posso dizer que tenho a coleção quase completa das BD’s e cassetes VHS com a série animada de 1987. Para acrescentar a isso, até action figures tenho, foi algo que fez parte de mim e fez parte de muita gente da minha geração, até as máquinas portáteis ao estilo Game and Watch, especificamente uma da Konami, está no meu sótão guardada. Depois de jogar os títulos da NES e SNES, em especial atenção o Turtles in Time no meu caso, eis que chega o novíssimo jogo e é uma carta de amor aos fãs de longa data.


Assim que surgiu o primeiro trailer fiquei logo em pulgas para jogar, isto porque a Dotemu tem adaptado tudo de forma tão brilhante que é impossível ficar indiferente, desde o SOR 4 ao Windjammers 2, agora com este novo título das famosas Tartarugas Ninja, era difícil que este projeto ficasse mal entregue, e podemos confirmar que é realmente belíssimo.


Quando começamos o jogo, surge a famosa intro dos desenhos animados de 87 mas adaptada ao jogo e com o design atual, tal como acontece com a música, embora seja o mesmo tema, é uma nova adaptação sem modificar a letra e o ritmo, o que deixa o jogador com pele de galinha num instante. Já o menu apresenta os poucos modos disponíveis de momento, começando pelo modo "Story". Conta com 16 capítulos e as vidas são infinitas, levelar as personagens e desbloquear novas habilidades, trocar de personagens durante a jornada, repetir os níveis em caso de necessidade de encontrar um item que perderam ou tentar concluir os desafios que cada um dos níveis apresenta.
 
Já o modo Arcade segue a história mas este modo não conta com vidas infinitas, o jogador terá de ultrapassar os níveis com um determinado número de vidas, é no fundo um modo clássico, uma experiência como antigamente, além de não ter a possibilidade de alternar entre personagens, pode-se dizer que é o “ou vai ou racha”, não se pode sequer deixar a partida a meio, é um modo mais intenso e para quem quer um desafio a sério.

Podem juntar amigos ao jogo, o modo multiplayer permite até 6 jogadores em simultâneo, além disso podemos confirmar a existência de cross play, este é um dos poucos jogos da atualidade que no fundo, deixa-nos jogar com os amigos da forma como queremos, seja online, local ou até que tenham adquirido o jogo em plataformas diferentes. Podem juntar-se a uma equipa a partir de qualquer momento seja online ou local sendo que o próprio título irá adaptar a quantidade de inimigos a surgir assim que tenha mais do que um jogador.



Há no menu um How to Play mas que irá ser demonstrado sempre que iniciarem uma nova partida seja no modo Story ou Arcade, além disso o menu tem também os achievements/troféus para os jogadores terem noção daquilo que falta conquistar, o mesmo se aplica aos desafios, seja no menu ou no próprio nível no decorrer do jogo. Quanto ao jogo em si, é realmente impressionante colocar o Turtles in Time ao lado, comparo porque esse clássico da SNES que é amado por toda a gente é de facto um jogo eterno, sejam os bosses, os níveis, o grafismo e jogabilidade, é algo memorável até aos dias de hoje mas, como referido, agora que Shredder’s Revenge chegou, as coisas mudam e mudam para melhor.

O grafismo é algo que salta de imediato à vista, sprites maravilhosos, animações fiéis, uma criação que parece ter vindo dos anos 90 mas com a qualidade máxima que conseguimos obter nos dias de hoje, Full HD, colorido como nunca e uma jogabilidade perfeitamente afinada, não há como não amar este jogo. Além disso, temos o compositor português Tee Lopes nos comandos da banda sonora do jogo, e que obra brilhante que aqui temos, além dele há uma faixa com artistas do topo mundial no rap, Raekwon e Ghostface Killah têm um tema e é simplesmente fenomenal e que será certamente reconhecido pelos fãs assim que este tema começar a “bombar”.



Pode-se dizer que o jogo tem um ritmo non-stop, a narrativa segue uma linha de forma tão bem executada que o jogador quando começa a jogar, não vai querer parar até terminar o jogo, não se pode dizer que é um jogo enorme, afinal de contas não deixa de ser um beat’em up, no entanto recordo-me de no meu primeiro playthrough achar o jogo bastante longo para o género que ele representa, após terminar o jogo umas quantas vezes e conhecer bem os padrões, torna-se evidentemente mais rápido de concluir.

Não se trata apenas de terminar. Como dito antes, existem desafios em cada nível, alguns extremamente complicados, outros completamente simples e fáceis de concretizar, além disso existem pedidos de personagens do universo das TMNT, uma personagem pede para recolher 5 diários, outra pede para colecionar 5 cassetes VHS (esta é para os adultos), o único mal é que são pedidos bastante fáceis de realizar mas que olhando de forma positiva, vão dar pontos para que possamos evoluir com mais pressa atingindo o nível máximo.

Um outro aspeto inesquecível são os bosses, se são fãs de longa data, personagens como o Bebop e o Rocksteady entre tantos outros vão estar presentes, pode-se mesmo dizer que é um atrás do outro. Alguns dos níveis são jogados de forma diferente, se se recordam do skate e tinham saudades, ele estará de volta para níveis com cenários brilhantes, as próprias cutscenes exibidas estão impressionantes, especialmente para quem viu a série animada, cada vez que terminarem o jogo com a personagem que escolheram, vão ter uma cutscene curta e irão ter uma surpresa. A outra surpresa que podemos revelar está relacionada com as vozes, que são os mesmos atores que durante anos deram vozes às nossas Tartarugas Ninja.


Este é um dos jogos que mais prazer me deu a jogar, faz muito tempo e nem todos os jogos têm esse poder, é algo que nos dias de hoje é preciso ganhar, a confiança do jogador, a sua atenção, manter o jogador entretido, animado com aquilo que está a experienciar, TMNT Shredder’s Revenge agarra-nos por completo ao comando e nós só temos de agradecer por esta preciosidade, uma vez mais obrigado Dotemu e para todos que leram até ao fim, gritem comigo: COWABUNGA!

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Xbox Series X, gentilmente cedido pela Dotemu.

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