Silt


Uma jornada no oceano, Silt leva-nos a um mundo sombrio nas suas profundezas.

Se são jogadores que acompanham jogos indie há uns bons anos, então certamente lembram-se de Limbo, um dos maiores sucessos e pode-se até dizer que foi um dos primeiros a surgir nas plataformas todas devido a esse sucesso único, e aqui houve uma forte inspiração. Silt é de facto o irmão mais novo de Limbo no que diz respeito à sua jogabilidade e género, é um jogo 2D, com uma arte muito única em que o objetivo é resolver enigmas que fazem com que o jogador possa prosseguir o seu caminho até ao final do jogo contando ainda com diversos bosses em cada nível, tudo isto com foco em puzzles que requerem alguma imaginação por parte do jogador, temos aqui um Limbo mas desta vez, no fundo do oceano.


Ser inspirado, porém, não significa que seja mau, muito pelo contrário, acaba por ser bastante interessante, isto porque a temática de Silt é distinta e isso muda tudo. No fundo do oceano só se ouvem os pés de pato e pouco mais a mover por entre pedaços de uma civilização perdida no fundo do mar, com o mais variadíssimo leque de peixes, alguns assustadores outros nem tanto, plantas com dentes aguçados, caranguejos e outros tipos de animais que habitam estas profundezas.

O jogador começa sem qualquer tutorial, sem qualquer mapa, sem qualquer tipo de marcação ou objetivo, a ideia é carregar nos botões e ficar a conhecer como controlar e o que fazer com a personagem sem nome que está num fato de mergulhador. Isto num jogo a preto e branco (referências), mas com uma arte incrível, mergulhando na escuridão ao encontro de peixes que ali residem, uns maiores outros mais pequenos mas com a ideia em mente que há sempre um maior (piada de star wars “there’s always a bigger fish”). Esses são precisamente os bosses que, na verdade, metem mais medo de aparência, pois não é assim tão difícil de saber lidar com eles. Como qualquer outro puzzle, a ideia é estar atento aos mais pequenos detalhes, assim que o jogador tiver a percepção do que se passa à volta, facilmente derrotará os bosses.



Mas ainda não falei nas armas que se tem à sua disposição, pois bem, na verdade, e uma vez mais como Limbo, o jogador não tem em sua posse qualquer arma mas sim um poder, poder esse de controlar todos os seres vivos que ali habitam, menos os bosses ou seria fácil demais, no entanto a única forma de realmente progredir é ter em atenção quais os peixes que ali rodeiam na secção, verificar o que é possível fazer com eles e assim, resolver o puzzle.

Cada peixe tem a sua forma como tem também a sua habilidade, vão encontrar enguias que libertam eletricidade e com elas descarregar em cabos que alimenta a energia a uma máquina que abrirá uma porta, um peixe com o formato de um tubarão martelo que servirá para quebrar paredes duras, piranhas que com os dentes vão cortar cabos para o jogador poder atravessar, caranguejos que podem saltar e seja qual for o objeto a vir de cima não tem como o esmagar devido à sua carapaça dura, e até sardinhas que precisam de passar por plantas que soltam um gás mortal e com eliminar outras plantas ou ameaças, todo este sistema é super interessante e irá sempre surpreender a pessoa que está a jogar.


Resumidamente, o jogo é simples, pede alguma paciência e várias tentativas erros até desvendar o segredo por detrás do puzzle. Pode-se dizer que um ou outro puzzle podiam contar com alguns checkpoints mais favoráveis, para não se estar a repetir tudo novamente, no entanto, não deixa de ser uma experiência muito boa e interessante com um belo design. O ritmo pode ser um pouco lento, visto tratar-se de um jogo no fundo do oceano, mas está aqui uma jornada a não perder.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Xbox Series X, gentilmente cedido pela Jesus Fabre

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