Donkey Kong Country Returns HD



Arrancamos o ano de 2025 e a primeira grande oferta da Nintendo Switch, numa altura em que está tudo todos os dias a falar da sua sucessora (várias vezes ao dia, até) é um regresso do icónico jogo de plataformas Donkey Kong Country Returns. Pode não ter a fanfarra ou uma festa, como temos quando estamos perante um Super Mario ou The Legend of Zelda, mas, muito disto é porque este lançamento trata-se de uma reedição de um jogo lançado originalmente em 2010 pela Retro Studios.

Lembro-me bem das muitas horas agarrado ao ecrã a jogar a versão original na Nintendo Wii, um jogo de plataformas simples sem grandes transformações ou mecânicas que alteram abruptamente o jogo, ainda assim, conta com um leque de coisas bem diversas para tornar cada nível surpreendente. Regressava a uma série que havia adorado na Super Nintendo que, habituado a jogos de plataformas como Super Mario ou Sonic the Hedgehog na altura, Donkey Kong Country testava a minha paciência através da sua dificuldade superior, onde era o desafio que me agarrava.


Quando a série regressa de uma (muito) longa para a Nintendo Wii ausência foi celebrada, o apelo ainda vivo por um jogo de plataformas desafiante onde há momentos em que muito é cronometrado ao milissegundo ou ao pixel, em que um erro é a nossa morte garantida. Um jogo que seria depois adaptado para a Nintendo 3DS numa versão que trazia algumas novidades, como um nível de dificuldade mais acessível e outras surpresas, entre o tirar partido do efeito 3D do ecrã da consola, que funcionava mesmo muito bem. Agora na Nintendo Switch, o jogo regressa com base na versão da anterior portátil da Nintendo, trazendo os seus extras. Tudo coisas que quem conhece bem o jogo, mas, afinal, o que é Donkey Kong Country Returns HD?

Um regresso à fórmula dos jogos de plataforma “à antiga”, desafiante, em que mal arrancamos somos questionados se queremos jogar no modo Modern, mais acessível, ou Original com todo o desafio da versão de 2010. O nosso protagonista é Donkey Kong que se vê no meio de uma invasão de curiosas criaturas de máscaras gigantes de nome Tiki Tak Tribe que hipnotizaram tudo e todos, exceto os nossos heróis. Digo heróis porque também temos Diddy Kong connosco, fiel companheiro de Donkey Kong que nos ajuda na demanda para salvar a Donkey Kong Island… ou vá, o que realmente os cativa para salvar tudo é que lhes roubaram o enorme stock de bananas e isso não pode ser!

Uma história simples para um jogo que não precisa de grande enredo, afinal o grande sumo está nos níveis que temos de enfrentar pela frente e, aqui, o jogo brilha! Capazes de saltar, atirar os barris que encontramos, bater no chão, rolar no solo ou flutuar uns breves segundos graças a Diddy Kong, os controlos são simples e bastante acessíveis. Tal como nos Donkey Kong Country, neste jogo temos um duo de personagens que trabalham em equipa que, por vezes, podemos não ter Diddy Kong connosco até encontrar o barril onde o salvamos e voltamos a ter as suas habilidades. Algo que aconteceu mais vezes daquelas que gostava de admitir, até porque conhecendo bem o jogo o perigo está sempre à espreita, desde os ataques dos trapaceiros inimigos, armadilhas que nos lançam para a morte nos momentos mais inesperados ou simples momento de aselhice da minha parte.


Temos níveis tradicionais na selva ou na praia para nos habituamos os controlos do jogo, níveis nas ruínas onde o chão está armadilhado com imensos (fatais) picos ou até os da floresta recheados de inimigos que, só não me irritaram tanto porque há a zona do vulcão onde tudo me queria matar. Pelo meio há níveis em que andamos numa vagoneta (um carrinho usado nas minas) em que apenas podemos saltar e esquivar-nos dos imensos perigos que surgem pela frente, uma espécie de nível “runner” onde não controlamos os movimentos das personagens. Parecido, mas mais desafiantes são os níveis também de corrida em que estamos em cima de um barril a jato onde temos de nos manter no ar enquanto nos esquivamos de tudo, mais divertidos do que inicialmente parecem. A grande ausência de níveis clássicos que fogem ao normal são os debaixo de água, aqui em falta.

Quero deixar claro que este é mesmo um jogo de plataformas ao bom estilo dos anos 90! Talvez seja um título que muitos desconhecem (sendo esta a oportunidade perfeita para o conhecerem), um jogo onde vão ver várias vezes o ecrã da morte e as vidas a desaparecer. O modo Modern dá a benesse de ter mais pontos de vida, caso sejamos atingidos pelos inimigos ter ali mais alguma segurança, mas não é algo que mude radicalmente o jogo. Parece mesmo que voltamos aos anos 90 num jogo em 2.5D onde a jogabilidade em duas dimensões é acompanhada por visuais 3D, o que até pode ser um bom incentivo para os fãs de Crash Bandicoot, por exemplo, que só vão conhecer o jogo agora através da Nintendo Switch.


Só tenho pena que este jogo seja… bem, um port de um port, ou seja: pegaram na versão da Nintendo 3DS que foi uma adaptação de um jogo da Nintendo Wii. É pena porque este jogo merecia muito mais, uns visuais melhorados num remaster a sério, se o objetivo era colocá-lo na Nintendo Switch, podiam-no melhorar visualmente até porque se apresenta já algo datado. Certo que corre perfeitamente fluído, os controlos são precisos (mesmo por movimento) mas, muito do mérito que dou ao jogo dou pelo trabalho de 2010 que se mantém incrível, mas o trabalho a trazê-lo para agora não surpreende. O que me traz a outro ponto, que nestes anos todos de Nintendo Switch no mercado não houve nenhum novo jogo na série e este junta-se a Tropical Freeze que vem da Nintendo Wii U. O que entendo, a Retro Studios está ocupada com o Metroid Prime 4: Beyond… mas tenho vontade de receber um novo Donkey Kong Country Returns.

Apesar de tudo, diverti-me tanto a jogar o jogo agora como quando o joguei na Nintendo 3DS como na versão original, em 2010. Um desafio que podemos abraçar em couch co-op que recomendo muito, pois o jogo funciona muito bem a dois jogadores que só é pena não ter nenhum modo online. São muitos os desafios, várias as zonas e imensos os segredos a encontrar em cada nível, das típicas letras que compõem a palavra KONG, estes que desbloqueiam níveis secretos, as peças de puzzle e outras pequenas coisas escondidas até mesmo pelos elementos que decoram os níveis, onde podemos muitas vezes encontrar níveis especiais para apanhar itens secretos, muitas bananas e vidas! Andar às cavalitas de criaturas que encontramos pelos níveis deu-me adrenalina, saltar entre plataformas com movimentos precisos onde um deslize me matava fez-me calcular novamente o que fazia, tudo isto ao bom ritmo de uma incrível banda sonora que nos acompanha do início ao fim, que se destaca nos combates contra os bosses.


Donkey Kong Country Returns regressa (…) de novo e vem como a oportunidade perfeita para o jogarem, se não o fizeram nas duas oportunidades passadas. É um excelente jogo de plataformas que só peca por não trazer grandes novidades para esta nova versão na Nintendo Switch, mas, agora, que venha o próximo capítulo nesta série que surgiu na Super Nintendo! Série esta que podem descobrir também atualmente, que se tiverem Nintendo Switch Online, recomendo mesmo muito.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.

Latest in Sports