Stray (Nintendo Switch)
Stray é uma daquelas aventuras imperdíveis que aparece quando menos se espera. Podiam-me dizer simplesmente “é um jogo com um gato fofinho num mundo distópico” que já me tinham conseguido vender, ainda assim, a aventura que se desdobrou à medida que o explorava foi ganhando cada vez mais força. Não é um jogo novo, pela frente tinha a versão Nintendo Switch que… até correu melhor que esperava!
Muito resumidamente, para os que não conhecem, Stray é um jogo de aventura onde somos um gato solitário que se vê perdido numa cidade desconhecida. Aqui a humanidade é inexistente, sendo que toda a realidade está habitada por curiosos robôs com quem interagimos. Alguns são os que nos vão indicar o caminho, levando-nos a explorar o que nos rodeia, resolver puzzles e fazer tudo para nos encontrarmos os gatos do início do jogo, ou pelo menos é o que parece ser o nosso propósito.
Até porque não há propriamente um objetivo claro, é aventurar-nos pelo simples facto que temos uma aventura pela frente, enfrentar o desconhecido e ir interagindo com os robôs com quem nos encontramos. Pelo caminho há perigos, criaturas estranhas e alguns perigos que resolvemos com facilidade, até porque o jogo convida a uma exploração tranquila onde as emoções surgem mais pela história que vai contando.
Podia estar a entrar em detalhe, mas, para tal, já temos uma bela análise ao jogo feita pelo Pedro Almeida na versão PC, que podem ler através deste link. Aqui vou destacar a versão do jogo para a Nintendo Switch que saiu recentemente, uma versão que desde o seu anúncio questionei-me como se iria portar na consola híbrida da Nintendo, agora que está quase no seu oitavo aniversário. É uma versão com compromissos, não haja dúvidas, ainda assim uma boa versão que foi trabalhada para tal, não sendo um port feito às três pancadas só para dar o check que lançaram o jogo aqui.
Visualmente não chega perto do que podemos encontrar nos restantes sistemas, ainda assim encontrei um jogo belissimamente detalhado e bastante fluído, nos 30 frames por segundo. Houve um muito bom trabalho de otimização, entre compromissos visuais também na resolução dos imensos detalhes que adornam os cenários, longe de se tornar um jogo de baixo detalhe. Tudo é vivo, a cidade que exploramos está recheada de detalhes e sempre animada, longe dos ambientes muito estáticos que estou habituado a encontrar noutras adaptações para a Nintendo Switch, provenientes de jogos de outras consolas.
Talvez foi o setting do jogo, este cenário desolador distópico onde as ruínas estão a ser gradualmente engolidas pela natureza, mas um sentimento que tive ao jogar Stray anteriormente que cresceu ainda mais agora na Nintendo Switch, foi recordar-me do tesouro esquecido que é Fragile Dreams: Farewell Ruins of the Moon, um jogo para a Nintendo Wii que passou muito despercebido, cuja temática é bem semelhante à de Stray. Talvez foram também os visuais com menos detalhes, mais próximos deste belíssimo jogo da Nintendo Wii, deixando-me com saudades deles e a perguntar se alguma vez iria ver o regresso desse jogo.
Voltando ao que nos traz aqui, Stray para a Nintendo Switch é uma muito boa opção caso ainda não o tenham jogado, ou se procuram uma desculpa para o jogar novamente, agora noutro formato. Funciona na perfeição tanto em formato portátil como ligado à TV pela dock, sempre sem grandes problemas técnicos (que pelo menos tenha notado) em que recomendo vivamente o uso de headphones enquanto o jogam, pelo som atmosférico que o jogo oferece. E, sim, para ouvir o nosso gato constantemente a miar, até porque temos um botão dedicado para isso. É também um jogo que recomendo caso procurem alguma coisa para os mais novos, pelo seu convite à exploração sem desafios complexos e, mais importante, por se encontrar localizado em português, tanto de Portugal como do Brasil!
Encontrei em Stray na Nintendo Switch uma boa desculpa para o explorar de novo, um jogo relaxante apesar de todos os perigos à espreita, com uma emocionante história que vamos descobrindo entre capítulos. Receei encontrar um jogo completamente destruído por uma má otimização, mas, o que encontrei, foi um belo trabalho de otimização para uma consola que cabe nas nossas mãos!
Nota: Análise efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Ecoplay.