Aero the Acro-Bat 2
Voltamos a Aero the Acro-Bat, o jogo de plataformas cujo nome é um trocadilho fácil (e óbvio) da Sunsoft que apostava numa mascote radical, bem típica dos anos 90, para marcar território numa época em que os jogos de plataformas estavam na moda. Desta vez temos Aero the Acro-Bat 2, a sequela do primeiro jogo que tantas tenras memórias tenho associadas à Mega Drive, cuja sequela nunca tinha tocado na altura.
Sendo que o primeiro jogo não tem propriamente uma narrativa e a sua conclusão é… à boa maneira dos jogos de então, simplesmente o fim do jogo, esta continuação serve mais para desenvolver melhor o protagonista. Talvez tentando colar-se um pouco à mentalidade cool dos anos 90, Aero tem uma postura mais próxima de Sonic the Hedgehog do que uma mascote mais contida. Mesmo o jogo acompanha esta evolução, agora com um foco mais forte na história, apresentando slides que nos vão contando os acontecimentos para termos uma boa noção do que está a acontecer.
Curiosamente esta vertente mais cool da personagem, e do jogo, é acompanhada por uma estética e sentimento mais perturbador, com personagens cujos desenhos aproximam-se mais do Batman de Tim Burton do que os coloridos jogos 16 bits. Do desenho das personagens, mais dark ou até mesmo macabro, a simples minijogos onde temos uma bizarra (e assustadora cara) de um palhaço que nos parece querer esventrar ali no momento, o jogo apresenta-se bem mais bizarro.
Uma transição para um ambiente até bem diferente do que estava habituado a jogar na altura, embora que o primeiro Aero the Acro-Bat tivesse também a sua dose de inspiração do filme “It”. Um ambiente que só está lá para acompanhar o jogo, pois o jogo a contar-nos uma história em que Aero está a salvar o seu grupo de performers de circo, é praticamente ignorada, fora uma ou outra cena ilustrada que nos lembra o que estamos a fazer no jogo.
Falando da emulação deste jogo é bastante semelhante ao que encontramos no capítulo anterior: simples, com alguns cheats que podemos tirar partido e até mesmo com um aspeto meio amador, que parece ter sido feito às três pancadas sem grande brio. Cumpre o seu objetivo, traz um clássico às consolas de agora e funciona tal e qual como o original, mesmo com a jogabilidade mais presa e por vezes até mesmo pouco responsiva, quando estamos a tentar derrotar bizarros palhaços e outras criaturas que nos barram o caminho.
Mas, talvez, o que mais me desilude nesta sequela é a quase ausência de bosses, mesmo quando Zero the Kamikaze Squirrel começava a ganhar fama, uma espécie de rival de Aero que teve depois direito ao seu próprio jogo. O primeiro jogo tinha alguns bem interessantes, enquanto este segundo parece algo que se esqueceram totalmente de fazer ou, pelo menos, pensar sobre os inimigos.
Nota: Análise efectuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4 e 5, gentilmente cedido pela Ratalaika Games.