Abathor


Os jogos antigos despertam uma sensação de nostalgia inexplicável, funcionando como verdadeiras máquinas do tempo que nos transportam para momentos onde a principal preocupação era passar bons momentos com amigos no mundo dos videojogos. Abathor capta essa essência, combinando elementos de clássicos como Castlevania e Golden Axe, trazendo consigo características típicas de um retro game, incluindo também a jogabilidade limitada.

Nesta aventura, o destino da humanidade está nas mãos do jogador, após os Atlanteans provocarem a ira dos deuses ao destruírem o seu Continente. Em resposta, foram enviadas forças demoníacas para extinguir a raça humana. O jogador pode escolher entre quatro personagens e embarcar nesta missão sozinho ou acompanhado por até três amigos em modo cooperativo local, formando um grupo de heróis cujo objetivo é o de fechar os portais de Abathor e enviar os demónios para o seu local de origem.


A premissa do jogo é simples: terminar cada nível, ambientado num bioma único com inimigos específicos, e avançar o máximo possível com as vidas disponíveis até concluir a missão principal. Embora seja uma ideia simples, a verdadeira diversão provém da diversão que se retira de jogar com amigos. Cada personagem possui uma arma e stats próprias, como dano, defesa e agilidade, permitindo assim diferentes estilos à aproximação e aplicação de dano ao inimigo. Para além disso, também é possível visitar lojas em pontos específicos dos níveis, que permitem melhorar os equipamentos.

Além dos ataques básicos, os jogadores podem encontrar itens como poções de cura, invocações de criaturas que ajudam em momentos críticos, e habilidades ativas que se esgotam após algumas utilizações. O estilo arcade clássico mantém-se bem vivo, com o aumento da dificuldade ao longo da progressão dos níveis e a consequente quantidade de vidas limitada, representada neste caso por moedas. As vidas são compartilhadas entre os jogadores, e quando um jogador perde toda a sua barra de vida, pode ser ressuscitado em cristais espalhados pelos níveis. Caso todos os jogadores morram, é apresentado um ecrã com um cronómetro típico dos jogos arcade – "Insert Coin".


Cada bioma oferece uma série de níveis que culminam em batalhas contra chefes, que são os momentos mais emocionantes de Abathor. Esses encontros apresentam criaturas míticas, como o Kraken, entre outros, tornando esses confrontos ainda mais desafiadores e apetecíveis.

A jogabilidade apresenta algumas falhas. Os saltos são pesados, e em certas partes do jogo, é essencial ser rápido e preciso, o que pode resultar em dano fatal. Os movimentos dos personagens são limitados, e falta uma sensação de controlo fluido sobre as ações podem levar a momentos de frustração. Não há opções de defesa, exceto esquivar dos ataques com saltos ou utilizando a habilidade de desvio, que sem dúvida é a mais segura.


Uma adição interessante seria a implementação de algumas funcionalidades modernas, como a opção de salvar o progresso após completar um nível. Acontece que se o jogador não completar o jogo numa única sessão, ao reiniciar, terá de voltar ao início, sem manter nenhum dos upgrades adquiridos. Após se investir tempo considerável numa sessão anterior e voltar à estaca zero torna as coisas um pouco complicadas de gerir.


Apesar dessas limitações, Abathor é uma homenagem fiel ao estilo side-scroller arcade, proporcionando uma experiência nostálgica que certamente remete às antigas aventuras dos jogos clássicos.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC, gentilmente cedido pela Jandusoft.

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