Digimon Survive
A nova entrada da série Digimon, uma aventura visual misturada com RPG tático e uma história de sobrevivência.
Duas crianças perdidas na floresta são atacadas por algo obscuro, enquanto
duas criaturas estranhas as tentam proteger. Percebemos, rapidamente, que o
inimigo é demasiado poderoso e uma das crianças empurra a outra para um portal
em desespero (e temos o inicial tutorial de combate). Enquanto uma é
lentamente recolhida pelo portal observando a sua própria impotência, a outra
é apanhada pela criatura das trevas de um modo extremamente sinistro (algo que
o jogo faz muito bem, transições e surpresas sinistras sem hesitação). Mudamos
de cena para uma escola secundária onde se fazem preparativos para uma visita
de estudo a um templo dedicado a deuses antigos.
Somos
introduzidos aos vários personagens que se tornarão o nosso elenco de
sobreviventes e à exploração das cenas e dos diálogos. Todas as opções de
diálogo importam para o nosso personagem e o seu desenvolvimento, como para
todas as ocorrências e relações com os outros. Após uns dias de campismo e uma
série de acontecimentos insólitos, os nossos personagens são atacados por
criaturas estranhas e acabamos sozinhos, num mundo que parece o nosso e ao
mesmo tempo não é. Os monstros são capazes de falar e um decide ajudar-nos, um
pequeno lagarto amarelo de olhos verdes (também conhecido como
Agumon).
Percebemos logo aqui que a narrativa deste jogo foi pensada de uma maneira particular: fora as lendas de monstros e sacrifício humano aos deuses daquele sítio sagrado, ninguém sabe ou ouviu falar do que é um Digimon e todas as interações são postas nesse prisma. As personalidades dos personagens humanos começa a desenrolar-se imediatamente ao conhecerem os seus parceiros, exacerbada pelo stress e necessidade de sobrevivência juntamente com a presença dos monstros em si. Há, algo que a série sempre fez bem, um grande foco nas relações entre Digimon e parceiros humanos, sendo os Digimon respectivos complementares das personalidades tanto antagonicamente como de uma maneira mais apoiante. A narrativa consegue construir muita tensão e dar o enfâse certo à situação perigosa em que as crianças se encontram, mesmo nos momentos de maior tranquilidade sentimos sempre que há algo que não está bem.