Fashion Police Squad

Possivelmente o meu indie favorito de 2022 e, sem grandes dúvidas, um dos melhores FPS dos últimos tempos. Fashion Police Squad é simplesmente fabuloso, facilmente um obrigatório a jogar este ano.

Antes de começar, recordo-me o ano passado de jogar a beta e de ter ficado agarrado, foi tudo muito rápido, recebi a beta, olhei para o nome, achei esquisito, instalei no PC, joguei e fiquei apaixonado. Agora que recebi o jogo, posso dizer que este é um dos melhores jogos do ano na minha opinião, é uma lufada de ar fresco que o género precisava.

Tal como o nome indica, FPS, first person shooter, o Fashion Police Squad é um jogo na primeira pessoa com visuais retro e com uma mistura gigante de referências a jogos, animes e filmes, é até assustador, temos até referências ao famoso ano 2020 e à pandemia, sim, para ser mais específico, o meme que andou pelas redes sociais daquela cultura do Ghana que carrega o caixão e dança ao som da música, é assim tão hilariante.


O jogo começa com referências a um dos animes da minha vida, Jojo’s Bizarre Adventure, em que a série apresenta personagens cheias de estilo que foram baseadas em revistas da Vogue, a primeira referência aqui apresentada é a forma de andar do Dio Brando contra Jotaro, que está totalmente fiel ao manga/anime, é perfeitamente reconhecível e é uma gloriosa homenagem, mas iremos falar de outras referências importantes mais a frente.

Fashion Police Squad é, como o nome indica, um departamento da polícia que foca na forma como as pessoas se vestem e, o objetivo do jogo é apanhar quem se veste mal, é considerado um crime andar com as calças abaixo do rabo como andar despenteado, é também crime andar com os fatos que não estejam nas medidas certas, tal como é crime andar de sandálias e meias, é tudo à base do Swag, nós como polícia Des, protagonista do jogo, temos de corrigir a postura e o lado fashion dos civis.

Eu sei, parece tudo bizarro mas é isso que torna este jogo tão distinto dos outros jogos do género. No fundo, é um Doom mas com a temática da moda, não há violência nem sangue, mas há máquinas de costura, armários e armas que disparam cores para colorir o que está deslavado, cinzento. Cada local conta X de inimigos para derrotar, após concluir a “limpeza” desses crimes, avançamos até chegar a um novo local ou praça para derrotar mais inimigos até podermos avançar novamente.

Parece tudo muito básico até aqui mas no fundo, a variedade é tão grande que o jogador vai facilmente ficar apaixonado, desde a jogabilidade simples e gratificante, às armas disponíveis e ao efeito das mesmas. Por exemplo, cada arma tem um disparo primário e outro secundário, a primeira arma serve para disparar cores a civis que estão deprimidos e como disparo secundário suga a cor a civis que atacam com trotinetes e usam t-shirts fluorescentes, há também a máquina de costura que pode ser vista como metralhadora, esta dispara agulhas para coser como se fossemos um alfaiate para vestir bem os inimigos que usam fatos que não lhes servem, e isto são apenas dois exemplos porque há muito mais.

O mais engraçado é o facto de cada arma ter efeito para um certo tipo de inimigos, a máquina de costura por exemplo, não provoca danos aos dreads que fumam vap e andam com as calças abaixo do rabo, no entanto usando o cinto como arma irá provocar danos e vão deixar o inimigo com as calças bem vestidas e até a deixar de fumar. Neste caso em específico, o fumo é o ataque destes inimigos, já os mal vestidos atiram malas como bombas para nos provocar danos. Há todo um tipo de inimigos em específico e apenas um tipo de arma irá ter efeito sobre o inimigo em questão.

Depois de atingir os inimigos com a arma específica, este irá dançar a famosa dança do Fortnite agradecendo a ajuda em melhorar a postura, já os fumadores passam a fazer bolas de sabão, eu disse que este jogo é hilariante. Há todo um tipo de inimigos que não queremos revelar porque é simplesmente cómico do quão próximo da realidade é.


Existem 3 modos de dificuldade e o jogo não é propriamente longo, o qual se pode dizer que é realmente o único aspeto menos bom, ainda assim, podem ter aqui umas 6 horas de jogo, o que para um indie eu diria que é bastante satisfatório. Vão desbloquear fatos e acessórios, não é algo que no final de contas vamos ver muito já que é jogado na primeira pessoa mas existe uma arma especial no jogo que é a luva do “Michael Jackson”, bom, é inspirado certamente, uma luva branca que serve, precisamente para dar chapadas de luva branca, é preciso ter a barra de Fabulous a 100 por cento para o seu uso e fará toda a diferença em situações de maior confusão, porque entramos basicamente num modo invencível por meros segundos e nesse curto espaço de tempo é atacar tudo que estiver no ecrã.

Tinha referido o cinto anteriormente e este cinto não serve apenas para atacar como vai também ser usado como chicote ao estilo de Indiana Jones, para saltar de varão em varão por entre prédios até chegar à plataforma desejada. Em um dos níveis vão ter a possibilidade de estar num veículo como se fosse um tanque de guerra e disparar agulhas de costura e bombas de cor para os inimigos que vão atrás de vocês numa perseguição cheia de adrenalina.

Por ter falado nas referencias, não só em animes mas também em jogos como Final Fantasy 7, mais especificamente o Sepiroth com a sua espada na versão de polígonos outrora lançado na Playstation original, ou o codec do Metal Gear Solid e o “This is Sna…”, até do Sonic e a sua frase mítica “Gotta Go Fast”, ou até o famoso Pay Respect do Call of Duty que é um meme da indústria, já no que diz respeito a filmes há referências do Terminator, Star Wars e também o ator Matthew Mcounaghey com a cena famosa a bater no peito em Wolf of Walstreet, é algo que merece todo o respeito por parte dos criadores do jogo.

Todo o design dos níveis é bom, a banda sonora é formidável e sem dúvida que mesmo depois de terminar o jogo, é algo que deixa muita vontade de repetir por ser assim tão bom e curto. Apesar de curto, há desafios a serem jogados e podem sempre repetir níveis para apanhar todos os colecionáveis existentes no jogo, estes colecionáveis também eles de respeito, no fundo são quadros com o protagonista a vestir fatos de vários jogos diferentes como Duke Nukem e a animação de He-Man.


Infelizmente, é possível que este indie não chegue a muita gente mas espero que quem esteja a ler esta análise, que consiga adquirir o jogo e ver por si mesmo o quão brilhante este jogo realmente é.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela No More Robots


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