Faraday Protocol


Michael Faraday foi um cientista do século XVIII que, entre outras coisas, trouxe grandes avanços nos estudos na área de eletromagnetismo, alguns deles tão importantes que ainda fazem parte do dia-a-dia nos tempos que correm. Em Faraday Protocol, os mesmos princípios se irão manter num futuro distante, como base para um desafiante jogo de puzzles na primeira pessoa.

Este é um jogo de puzzles que se pode considerar comparável a clássicos do género como Portal ou o mais recente The Turing Test, onde toda a jornada se assenta com base numa simples mecânica, em torno da qual vão surgindo puzzles cada vez mais desafiantes.

O jogo começa com o despertar de uma misteriosa personagem que acaba de chegar a uma estação espacial ainda mais misteriosa, na qual toda a decoração é ao estilo dos anos 20 (do século XX, não do atual), fazendo recordar o Great Gatsby. Desde os edifícios aos corredores, tudo é preto e dourado neste mundo, excetuando alguns efeitos de luz e um jardim no exterior. Após uma pequena exploração, o protagonista encontra uma misteriosa arma que tem a capacidade de absorver e disparar energia, transferindo-a assim entre diferentes recipientes.



Todo o jogo roda, então, em torno desta simples mecânica: estando vazia, a arma pode absorver energia, ficando assim carregada, pronta a disparar. Mas se os primeiros desafios não passam de um mero tutorial a explicar como tudo funciona, rapidamente os puzzles começam a dar que pensar. A limitação da arma, com apenas "uma energia" (à falta de melhor termo) de cada vez, coloca todo o desafio na análise e exploração do cenário. Cada "teste" consiste num espaço contido, que pode incluir mais do que uma sala, mas sempre bastante restrito, onde caberá ao jogador descobrir como pode transportar a energia de um ponto para outro de forma a abrir o caminho para o desafio seguinte.

Apesar da aparente limitação de mecânicas, não há dois desafios iguais, e raros são os momentos em que um pareça apenas uma nova versão do anterior. Dito isto, o jogo consegue complicar rapidamente, também graças à variedade existente. Conforme se vai avançando, vão sendo introduzidos diferentes elementos no cenário, assim como diferentes energias que são apenas compatíveis com certos recipientes e equipamentos. Sem qualquer sistema de pistas ou dicas adicionais, o melhor conselho que se pode dar é experimentar e voltar a experimentar. A cada novo mecanismo, importa testar e ver como ele afeta os restantes elementos do puzzle em redor.



Embora seja uma opção estética dos criadores, todo o ambiente "anos 20" acaba por ser pesado para um jogo de puzzles no qual o que realmente importa é a interligação entre diferentes objetos. Além disso, embora a perspetiva na primeira pessoa seja boa para a observação e interação com este tipo de puzzles, as mecânicas de movimento da personagem poderiam ser um pouco melhoradas. Felizmente, o estúdio teve isso em consideração e, ainda no tempo desta review, trouxeram boas melhorias de gameplay nos puzzles que envolvem saltos entre plataformas, tornando-as assim mais acessíveis. De qualquer forma, não há qualquer penalização neste jogo e, caso o jogador se sinta encravado, pode sempre reiniciar o puzzle.

Há, sim, uma grande sensação de desenvolvimento à medida que se vai avançando no jogo. Além da introdução de novas mecânicas, a própria história que começa por ser meramente robótica vai ganhando a sua personalidade, algo que poderá servir como motivação nos momentos de maior frustração onde os puzzles possam parecer "impossíveis".


Desenvolvido por um pequeno estúdio italiano chamado Red Koi Box, Faraday Protocol é um jogo de puzzles desafiante, que tanto obriga a ir aprendendo várias mecânicas, como a puxar pela imaginação em busca da sua resolução. Já disponível para PC e todas as consolas.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Deck 13 e PR Hound.

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