Grand Theft Auto San Andreas - The Definitive Edition

 


Como é bom reviver os bons velhos tempos, horas e horas de jogo, comentar com os amigos e colegas da escola, em tempos em que não havia YouTube e a exploração era a palavra de ordem. Jogar até à exaustão, jogar pelo prazer e sentir que não existia nenhum jogo que oferecesse tanta liberdade como GTA San Andreas, um mapa gigante com uma banda sonora que é facilmente considerada uma das melhores de todos os tempos num videojogo, não há que enganar, este GTA é um jogo especial.

Agora com uma versão remasterizada chamada "The Definitive Edition" e disponível gratuitamente no Xbox Game Pass, valerá a pena voltar a este grande clássico?

Assim que se começa, não podia deixar de escutar a intro do jogo que, curiosamente, é apresentada na sua versão original e não remasterizada, chegando a deixar-me com dúvidas se estava realmente a jogar a nova versão do jogo. Ao chegar ao menu foi fácil de entender, até pelas opções, que se tratava mesmo desta nova versão e que, por alguma razão, é possível escolher entre os modos fidelidade ou performance: sendo um jogo com 20 anos, deveria estar à altura de funcionar nas melhores das capacidades da Xbox Series X sem sacrifícios de desempenho.


Os modelos das personagens estão melhores, mas na verdade não parecem melhores, e muita gente critica o facto de parecerem gráficos de jogos smartphone. O mais estranho será mesmo ver alguns personagens que, agora, parecem ainda mais deformados que os clássicos pixelizados dos 128 bits. Tudo o resto fica muito melhor nesta versão: desde os cenários, sombras e luzes, tudo está de facto melhorado. San Andreas sempre apresentou algo de especial em termos gráficos que lhe deu o carisma dos anos 90, tudo parecia mais “amarelado”, as ondas de calor eram visíveis nas próprias cut scenes, afinal de contas, estamos a falar numa pseudo Los Angeles chamada de Los Santos, onde as palmeiras e o bom clima estão presentes. Nesta versão isso não é patente, acho que apenas os fãs acérrimos que perderam horas neste clássico vão notar isso.

De volta às personagens, as vozes são as mesmas, o que significa que voltamos a ter o excelente e tão amado Samuel L. Jackson como Officer Tenpenny, foi muito gratificante escutar novamente a sua voz, já o resto da família e amigos do nosso protagonista CJ, Big Smoke, Ryder e Sweet, são os nosso “Homies” e principalmente para quem sempre teve uma ligação com o hip hop dos anos 90, vai amar fazer um regresso a San Andreas com estes gangsters na famosa Grove Street e que representam artistas do Hip Hop como o falecido Eazy-E, Notorious B.I.G e o Ice Cube.

Se existe um outro aspeto infalível é a rádio e a sua banda sonora, seja para os amantes de Hip Hop com os clássicos eternos massivos de Dr.Dre com o tema “Let me Ride” entre outros do falecido 2Pac, até no rock este jogo tem cartas para dar. Infelizmente, mais de 20 temas da banda sonora original foram removidos, como tem acontecido noutras adaptações, devido aos direitos de autor. Ainda assim, o ambiente em geral continua presente.



A música é a mesma, a jogabilidade igual, os movimentos também e os famosos “bugs” igualmente, nada foi alterado, o jogo é no fundo, o mesmo, com novos visuais. Apenas isso mudou, num remaster onde poderiam ter feito muito mais em relação a San Andreas, com melhores controlos e a remoção de alguns bugs que, se na altura até passavam despercebidos, agora saltam logo à vista. No entanto fizeram algo de positivo que foi manter as dicas/códigos.

Em San Andreas, há sempre muito para se fazer, a campanha é enorme, não deixa de ser um jogo divertido para aqueles que querem relembrar o quão bom foi. Nos tempos de hoje, com o V disponível, o San Andreas acabou por ficar um pouco datado e nem toda a gente pode tirar o mesmo proveito, é preciso cair na realidade que se passaram 20 anos e a jogabilidade continua a ser a mesma tal como os bugs e isto foi apenas “lavar a cara sem trocar de camisa”. Não é um jogo para qualquer geração, é um jogo para aquelas gerações específicas que viveram de forma intensa a trilogia de GTA da era dos 128 bits, não é fácil recomendar um destes 3 jogos a alguém que nasceu nesta altura e que cresceu com GTA IV no qual já se nota uma evolução jeitosa.

Fica aqui um jogo que será do agrado daqueles que querem uma vez mais voltar a Grove Street e rir das deixas do Ryder e curtir todo o calão usado entre eles e sentir novamente aquilo que foi no fundo, os Estados Unidos da América nos anos 90, o chamado Gangster’s Paradise, e de qualquer das formas fica sempre a frase "Aww shit here we go again".

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Xbox Series X, através do Xbox Game Pass.

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