Mothergunship


Um FPS ao estilo roguelike? Um sistema de armas completamente absurdo e over-the-top? Gosto muito de jogos FPS, mas Mothergunship conseguiu surpreender bastante! Ora vejamos então porquê.

Este jogo bebe claramente inspiração de Borderlands e presta tributo aos velhos jogos como Doom e Painkiller, é um autêntico frenesim de tiros que é possível encontrar em Mothergunship. Cheio de ação e humor, Mothergunship não um simples FPS, aliás, dentro do género é dos mais criativos dos dias de hoje. Com a particularidade única de personalizar as armas todas disponíveis, criando canhões, raios laser e suportes de armas como selfie-sticks, SIM! Quem diria que um selfie-stick poderia ser usado para colocar uma arma de fogo ao contrario do smartphone para as selfies? O humor é forte, mas também é um jogo para fãs que procuram um desafio intenso, por causa da vertente roguelike.


Acima de tudo, é um jogo focado no humor, desde piadas com temas da cultura pop como um pouco de pimenta direccionado para um humor negro mas controlado. No entanto nem só de tiros o jogo se trata. Mothergunship tem na verdade uma narrativa, embora pouco atrativa, mas por sinal divertida. Já seria de esperar que o foco principal é o tiroteio e não a história. Mas falando um pouco do argumento, a personagem principal é um soldado do espaço dentro de um power suit que trabalha com um grupo de rebeldes liderado por um coronel bastante cromo que passa a vida a contar piadas de acontecimentos do passado. O objetivo é travar uma invasão de alienígenas à terra liderada pelo dono da Mothergunship. E basicamente é isto, com comentários cheesy mas um bom voice acting.

O sistema de combate é puro e simples, saltar e disparar, escolher uma nova missão através do convés dos rebeldes onde é possível também seleccionar missões secundárias, as quais oferecem sempre recompensas bónus. Os níveis não diferem muito e isso pode ser cansativo pois os cenários são sempre um pouco escuros. Enquanto se realizam estas missões, ganha-se naturalmente experiência e fundos para fazer um upgrade ao equipamento.

Algo que acontece sempre são as quebras antes de entrar em uma nova porta, o loading é meio longo, mas os produtores tentaram esconder isso com diálogos sempre que o jogador chega a uma porta. Cada vez que se entra numa nova porta o nível de dificuldade e a quantidade de inimigos aumenta, indicando sempre na porta o número total que se vai enfrentar tal como o seu nível de dificuldade.


Para o bem ou para o mal, vários níveis contam com jump pads e pisos cobertos de veneno ou lava onde o jogador receberá obviamente danos. Como seria evidente e, referido anteriormente que não se trata de um “simples FPS”, aqui entra a vertente roguelike onde o jogador vai perder muitas vidas ao longo da jornada. Não adianta decorar os níveis, pois estes são gerados dinamicamente, mas o "pior" disto tudo é o facto de ter de começar o nível novamente e perder o equipamento recolhido entretanto, incluindo aquele equipamento que é escolhido antes de cada missão. Morrer faz com que o jogador perca poder, resultando numa maior dificuldade em lutar contra todos os bots que encontrar pelo caminho assim que jogue novamente.

Mas é recompensador o facto de iniciar o jogo com apenas punhos cibernéticos e ao progredir acabar com armas poderosas e o triplo salto inicial para ajudar a esquivar de todo o tiroteio que pode ser aumentado para um número muito maior de saltos. A capacidade de fazer as “compras” nos próprios níveis ajuda ao jogador decidir qual o melhor equipamento a escolher para cada situação, pois é preciso uma maior estratégia mesmo tendo em mente que é preciso eliminar hordas de inimigos, o que torna o jogo interessante.

De qualquer das formas, o ponto mais impressionante deste jogo é mesmo o original sistema de crafting das armas. Conforme se completam as missões o jogador ganha armas novas, conectores e modificadores para amplificar o arsenal e a sua potência. Os locais para efetuar estas modificações podem ser encontrados pelos níveis e na própria base. A piada é misturar todo o tipo de armas que nem sequer têm uma coisa a ver com a outra e ainda assim continuar a juntar todo tipo de armas, as possibilidades são quase infinitas, mas também quanto mais conectores e adições, mais munição irá consumir. Por exemplo, criar uma arma com um grande poder de dano também fará com que seja mais lenta a recarregar. O que é recomendável é usar uma arma poderosa e lenta num braço e outra que não provoque tanto dano mas que assegura os disparos por um maior determinado tempo, isto porque existem situações de tensão tão grande que é necessário esquivar e disparar contra tudo e todos e convém que o recarregamento não seja lento em ambas as armas, tendo um maior equilíbrio.


Para concluir, Mothergunship impressiona pela positiva com o seu sistema inovador de armar, tiroteio ao estilo dos jogos de ação dos anos 90 e humor como em Borderlands. Mothergunship é um jogo a não perder pois a diversão é garantida, mas é preciso não esquecer que este é um roguelike e por isso não é apenas "mais um FPS", seja a nível de dificuldade seja a nível estratégico.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Xbox One, gentilmente cedido pela Evolve PR.

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