Soulcalibur II (Nintendo Classics)


Se há série que me marcou enquanto jogador, foi Soulcalibur. Embora tenha começado com Soul Edge na PlayStation, foi na Dreamcast que, juntamente com amigos e família passei meses com a rotina quase diária a jogar, tardes e noites fora num ambiente bem competitivo. Jogava-o até criar bolhas nos polegares, sendo que foi uma experiência que não se repetiu em mais nenhum jogo da série, ou pelo menos, com tanta intensidade.


Passados anos surge a sua sequela, Soulcalibur II era anunciado para PlayStation 2, Xbox (a original!) e a Nintendo GameCube, versão esta que vos trago hoje. Foi um lançamento curioso: cada consola tinha uma versão diferente do jogo, que se distinguia por ter uma personagem especial convidada, onde a que se destacou mais foi na consola da Nintendo, pela icónica presença de Link. Enquanto que a versão Xbox trazia Spawn, talvez numa tentativa de apresentar algo mais adulto (que era a imagem de marca da estreia da Microsoft nas consolas), a versão PlayStation acabou por ser um desconsolo pela presença de Heihachi Mishima de Tekken, outro jogo da (então) Namco ao que muitos questionaram, na altura, "porquê?". Curiosamente, anos mais tarde houve uns burburinhos que Cloud (Final Fantasy VII) havia sido pensado para Soulcalibur II, uma personagem que teria tanto ou mais impacto como Link teve, mas, infelizmente, tal nunca aconteceu.

Trago-vos então Soulcalibur II que tenho jogado na Nintendo Switch 2, através do catálogo de jogos disponíveis pelo Nintendo Switch Online e Pack de Expansão, sendo que este foi um dos títulos escolhidos para nos acompanhar o lançamento da consola! Escolhi este jogo dos Nintendo Classics para começar a falar dos jogos do catálogo devido à sua importância para mim, mesmo sendo mais fã de F-Zero ou The Legend of Zelda: Wind Waker. Esta tem sido uma autêntica viagem no tempo, com muita nostalgia associada das tardes passadas juntamente com o Telmo, em que na altura discutíamos em tom de gozo, se The Legend of Zelda ou Final Fantasy era melhor, sabíamos lá então que Cloud havia sido pensado para a versão da consola da Sony. Há mesmo muita nostalgia e melancolia em redor deste jogo, ainda por cima quando o joguei imenso nas tardes de verão que, décadas depois, se fazem sentir.


Soulcalibur II é um jogo extremamente viciante, os combates seguem-se uns atrás dos outros e esta versão do jogo na Nintendo Switch 2 dá-lhe uma nova vida, desde o salto significativo na resolução do jogo à rapidez com que os loadings acontecem, quase que inexistentes, com foco nos combates e sem grandes compassos de espera. Com pouco mais de duas dezenas de personagens disponíveis, todos trazem algo diferente ao jogo, com estilos de combate, sendo que há algumas personagens que vão buscar uma forte inspiração a outras. Comparando com o primeiro jogo de 1998, esta sequela trouxe algumas personagens novas.

Quanto ao jogo em si, ainda hoje sinto que é dos jogos de luta mais acessíveis que podemos encontrar, mesmo com personagens que envergam armas para todos os gostos e feitios. Resume-se a tentar usar (e abusar) de combinações de ataques simples, enquanto tentamos tornar o adversário indefeso, principalmente se este se manter no ar ou no chão indefeso. Dando algum destaque a Link, ele é completamente abusado tanto pelos seus ataques com a Master Sword, como ao usar arco e flechas para longo alcance, algo que é praticamente inexistente na série. Tem também bombas, o seu fiel bumerangue para manter distância dos inimigos, aliados a fortes ataques de curto alcance. É, no entanto, uma personagem algo lenta, o que para mim é algo desafiante, pois sempre fui fã de personagens mais ágeis como Kilik (o pauliteiro de serviço que conseguimos ter), a icónica Taki ou Talim, uma personagem nova neste segundo jogo da série.


Além das frequentes passagens pelo modo Arcade, Time Attack e as suas variantes, temos o obrigatório modo VS Battle para enfrentar amigos ou Team Battle, onde temos uma equipa de 3 personagens. Não é um jogo apenas para levar para os combates locais ou até mesmo online, através do serviço Nintendo Switch Online, neste jogo temos um modo de aventura de nome Weapon Master, onde escolhemos uma personagem e avançamos mapa fora a enfrentar todo um leque de inimigos enquanto vamos obtendo armas para as nossas personagens. Tendo avançando com Link, pois senti ser quase que obrigatória a sua escolha, ia conseguindo várias espadas e não só, que temos ali armas que são referências a The Legend of Zelda e de espada não têm nada. É um modo interessante, que nos agarra e se estende, onde os combates surgem uns atrás dos outros com muito a explorar, até.

Voltar a Soulcalibur II foi interessante, regressei quase duas décadas atrás no tempo, a uma altura em que os jogos de luta tinham em destaque o combate, onde o modo de história era muito simples, embora cumprisse muito bem o seu objetivo, onde desbloqueamos personagens à medida que avançamos no jogo, sem conteúdos adicionais ou custos extra para comprar fatos especiais. Se bem que não temos muitas roupas alternativas e estas servem apenas para distinguir que jogador está a controlar quem. Não sei porquê, mas tinha saudades de um jogo de luta assim, sem ter tudo desbloqueado ao início e que me incentivava a jogá-lo para desbloquear coisas.


Se são novos possuidores da Nintendo Switch 2 e têm o serviço Nintendo Switch Online, recomendo muito aderirem ao Pack de Expansão para jogar este pequeno (grande) pedaço de história, que levou Link a um jogo de luta numa relação entre a Namco e a Nintendo que ainda se faz sentir hoje em dia, nem que seja pelas personagens Tekken em em Super Smash Bros. Ultimate ou colaborações como Pokkén Tournament DX. Um jogo que recomendo mesmo muito darem-lhe a merecida hipótese, até porque nem vos vai roubar muito tempo e, quem sabe, não passarão também bons tempos a jogar com amigos, mesmo passados estes anos todos!

Nota: Análise efetuada no jogo disponível através da subscrição Nintendo Switch Online + Pack de Expansão, adquirido pelo autor do artigo, para a Nintendo Switch 2.

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