Leila
Vida — o que seria dela sem contratempos, sem obstáculos a ultrapassar? Tudo seria simples, tudo seria fácil. Leila aborda precisamente esses contratempos, estados depressivos e a forma como os podemos encarar, enfrentar e, sobretudo, seguir em frente — sempre com a esperança de que dias melhores virão.
Leila é um título visualmente apelativo, onde cada traço expressa a personalidade desta personagem peculiar. Os tons pastel predominam, transmitindo uma sensação de conforto, como um abraço caloroso, ainda que a narrativa seja pontuada por dramas ao estilo point and click / visual novel.
A narrativa desenrola-se ao longo de quatro capítulos, cada um deles caracterizado por puzzles e mini-jogos profundamente ligados à história, acrescentando uma camada de profundidade emocional à experiência. Existem puzzles que fazem lembrar jogos como Gorogoa, onde é necessário posicionar elementos de forma precisa para que algo aconteça e se avance na narrativa — puzzles de compreensão, de associação ou de formação de imagens.
A jogabilidade foi pensada para ser intuitiva, com mecânicas point and click que permitem interagir facilmente com o cenário. Neste contexto, faria todo o sentido incluir um modo de controlo por toque, especialmente na versão portátil da Nintendo Switch, potenciando a imersão nesta aventura intimista. Notei, no entanto, que os controlos poderiam estar mais refinados: alguns detalhes nos puzzles são demasiado pequenos, e clicar neles pode revelar-se mais desafiante do que resolver o próprio enigma.
Ainda assim, as cerca de duas horas que me levaram a concluir Leila foram passadas alternadamente entre o modo TV e o modo portátil, mantendo-se sempre uma experiência envolvente.