Arranger: A Role-Puzzling Adventure
Nesta aventura acompanhamos a história de Jemma, uma jovem habitante de uma pequena cidade que tem tudo para ser o perfeito ponto de partida de qualquer outro jogo do género RPG, detalhe este sendo explorado no decorrer do jogo, não fosse evidente pelo trocadilho com "role-puzzling" no título do jogo. Incapaz de estar sossegada e com uma forte ansiedade por fazer tudo e mais alguma coisa, Jemma parte numa aventura de autodescoberta, num mundo inspirador repleto de fantasia, surpresas e vários perigos.
O modo como exploramos este mundo é… peculiar! Todo ele é apresentado através de uma grelha, onde movimentamos quadrado a quadrado, a fim de explorar os cantos todos do cenário. O único senão é que, bem, não é propriamente Jemma que se move, mas sim o mundo aos seus pés. Com quatro direções apenas movemos a linha ou coluna em que estamos, de forma a movimentar Jemma e avançar zona em zona, só que cada movimento não move apenas Jemma mas também praticamente tudo o que é objeto que esteja nessa mesma linha ou coluna, criando toda uma quantidade de situações que temos de resolver para avançar.
É aqui onde reina o espírito puzzle do jogo, bem inserido no ambiente de exploração e aventura que encontramos, pois, nada mais caótico que simplesmente estarmos simplesmente a tentar andar pelo mapa, mas levamos atrás tudo o que é mobília, objetos aleatórios ou até mesmo outras personagens, o que muitas vezes acabamos por ver o caos a acontecer. Por várias vezes ficava confuso, a pensar "o que raio estou aqui a fazer" só para me aperceber que estava a tentar empurrar um inocente habitante da região contra um bloqueio qualquer, impedindo-me de movimentar Jemma pelo espaço.
Foram estes bloqueios que me levaram a pensar muitas, e muitas vezes, arranjando o nível de forma a que esses impedimentos fossem ultrapassados. Coisas que acabam por estar bem ligadas ao principal perigo que assombra a história de Arranger, uma força estática imóvel que causa um certo medo entre todos. Ainda assim Jemma não se encontra totalmente indefesa, no meio de vários perigos, bloqueios e armadilhas via muitos itens espalhados no cenário que podia movimentar, de forma a eliminar obstáculos que me impediam de avançar. Se era estranho mover um desenho de uma espada pela grelha, para derrotar um bicho? Sim… mas, funcionava!
Muito do jogo vive de uma forte direção artística que me deliciava, um mundo totalmente bidimensional com uma perspetiva forçada, que me recordava sempre de jogos mais clássicos como os Zelda 2D ou muitas outras aventuras que tinha tanto na Super Nintendo como na Mega Drive, não esquecendo as antigas consolas portáteis. É um jogo moderno ao mesmo tempo que é retro, que gostei bastante muito pelas ilustrações, os detalhados cenários que embelezavam esta aventura que nos irá ocupar umas breves horas, sem exageros.
Peca, talvez, por alguma aleatoriedade, pelas coisas que transportava ou tinha de transportar entre ecrãs, usando sempre a grelha, onde por vezes era apenas confuso. Mesmo a exploração por vezes confundia-me, não sabendo bem como progredir só para reparar que me faltava algo fácil de não reparar. Também senti muito trial and error, onde simplesmente estava a tentar fazer movimentos à balda para progredir, o que fica um bocado estranho quando todo o jogo é, na prática, um puzzle.
Ainda assim diverti-me, a história é simples e engraçada, o jogo puxava por mim mesmo quando tinha ecrãs onde simplesmente avançava sem grande desafio. Um jogo que recomendo muito facilmente aos que procuram por um jogo de aventura diferente, sempre em formato puzzle em que não vão investir muitas horas, mesmo que bastante simples.
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC, gentilmente cedido pela popagenda.
