Bandle Tale: A League of Legends Story


Yordles, tricô, portais mágicos e agricultura, uma mistura caótica e divertida.

Os Yordles são humanoides mágicos e diminutos que vivem séculos, para grande transtorno de todos os outros habitantes de Runeterra. Enquadram-se neste universo criado pela Riot Games numa cidade isolada, que nunca está no mesmo sítio, apelidada de Bandle City. Mais do que uma cidade, é um conjunto de ilhas, ligada por portais mágicos cujo destino é sempre incerto.

Uma das ilhas, a dos tricotadores, isolou-se do restante arquipélago por motivos desconhecidos há séculos. Isso negou a todos os habitantes (incluindo o nosso personagem) todo o caos e festa dos restantes elementos. Após criarmos o nosso Yordle(num menu bastante simplista) começamos mais um dia de tricô e zero festas. É através da nossa melhor amiga que surge a oportunidade de voltar a ligar um portal, desligados desde o isolamento, levando ao centro de Bandle City. Após uns favores e umas introduções a criar utensílios e componentes, arranjamos o portal e por ele saltamos para encontrar Ozzy, o grande festeiro Yordle. Ele convida-nos a ajudarmos com a preparação da festa e como recompensa, dá-nos a honra de ligarmos o portal gigante que marca o início da celebração. Aí corre tudo mal, o portal mal montado parte, e com ele os restantes portais que ligavam o arquipélago.


Cabe-nos então a nós, equipados com a tricotagem mágica que praticamos durante o último século (e com mais uns truques que vamos aprendendo pelo caminho) restaurar a normalidade e salvar a nossa amiga que ficou perdida após a explosão festiva. Temos uma base transportável que vai evoluindo connosco e é parte integral da aventura, servindo de armazém, cozinha e sítio de criação das mais fantásticas criações (ou só corda, corda é conveniente). Temos, para além da parte relacionada com o progresso, a hipótese de a customizar, com cores e decorações. Assentada a base, temos de recolher ingredientes, criar objetos que vão ajudar os vários personagens que vamos conhecendo (alguns famosos do universo) e uma série de mini jogos, de pesca a cozinha, ao estilo simplificado de Overcooked para fazermos mais e mais amigos. Culmina com festas, que vamos organizando e que temos que customizar de modo a dar a melhor experiência, dependendo dos convidados e do objetivo em daquele festejo.


O cerne do jogo prende-se na recolha e criação de utensílios e da gestão da base. Temos também múltiplos objetivos secundários e alguma liberdade na ordem pela qual os vamos realizando. A árvore de habilidades, onde desbloqueamos melhores tecnologias, está diretamente ligada ao progresso; partes dela estão bloqueadas até que cumpramos certos objetivos. Tudo o que fazemos dá-nos experiência que, depois, podemos usar dentro da árvore, para desbloquear secções à escolha. Temos várias áreas de melhoria e mais ainda de objetivos para cumprir, não faltando conteúdo e personagens com que interagir. O jogo foca-se mais nas insanidades e ausência de lógica, todas justificadas por magia, dos pedidos dos nossos compatriotas mantendo a simplicidade em que quase tudo se faz com um botão ou dois.

O art style é maioritariamente pixel art, com exceção das cutscenes, que usam um estilo de livro com cut outs e com a voz de um narrador bastante conhecida para os familiares com o universo. A banda sonora é maioritariamente ambiente — num jogo onde temos de andar de um lado para o outro, repetindo várias ações. Enquadra-se na perfeição, não descurando manter ligações sonoras à magia e à diversão, principalmente nas partes festivas. As animações são simples, sendo o maior detalhe no ambiente. Há alguma falta de pormenores de qualidade de vida, tanto a nível de organização de inventário como da base em si. O facto de inicialmente precisarmos de condições muito específicas para criar certas coisas envolve muito andar de um lado para outro e regressar ao original, o que se torna aborrecido. No entanto, o jogo está desenhado para ser levado com calma, nada tem tempo ou sequer existe combate. É o tipo de jogo que jogamos uns minutos ao fim do dia para relaxar.


Não se destacando dos demais do género, consegue aproveitar muitas coisas boas e fazer uma representação divertida dos Yordles, e de uma parte pouco explorada de Runeterra.




Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para Steam, gentilmente cedido pela Riot Games.

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