Bots are Stupid

Publicado pela Yogscast Games, Bots Are Stupid é o primeiro jogo de desenvolvedor alemão Leander Edler-Golla, que pega no típico conceito de jogos de plataforma 2D e faz-nos usar a linguagem de programação num jogo onde temos de direcionar robots e fazê-los chegar à saída dos mais variados labirintos, seguindo as nossas instruções à risca.

Bots are stupid é estranho… minto… é mesmo muito fora da caixa. É como se juntássemos o velhinho e emblemático Lemmings e o hit indie Super Meat Boy numa máquina de lavar apenas com a centrifugação ligada, mandássemos fora qualquer tipo de controle direcional a que estejamos habituados e apenas nos dessem um teclado para a mão com a seguinte premissa; “Agora só bates código!". E é apenas assim que estes robots se movem, escrevendo literalmente códigos de instrução para eles. Programação 101.

Não acreditam?! Vejam este vídeo…

Neste jogo as mecânicas acabam por andar muito à volta de escrever instruções, ver o resultado das mesmas,
ajustar parâmetros, repetir, testar, falhar, voltar a escrever instruções, ver o resultado das mesmas,
ajustar parâmetros, repetir, testar, falhar, voltar a escrever instruções, ver o resultado das mesmas,
ajustar parâmetros, repetir, testar, falhar, voltar a escrever instruções, ver o resultado das mesmas,
ajustar parâmetros, repetir, testar, falhar, voltar a escrever instruções, ver o resultado das mesmas,
ajustar parâmetros, repetir, testar, falhar, voltar a escrever instruções, ver o resultado das mesmas,
ajustar parâmetros, repetir, testar, falhar, voltar a escrever instruções, ver o resultado das mesmas,
ajustar parâmetros, repetir, testar, falhar, voltar a escrever instruções, ver o resultado das mesmas,
ajustar parâmetros, repetir, testar, falhar, voltar a escrever instruções, ver o resultado das mesmas,
ajustar parâmetros, repetir, testar, falhar e NÃO! Não adormeci no teclado com os dedos nas teclas Ctrl+V, estava a ser descritivo e aquilo que acabei de descrever é o “gameplay” do jogo.

É claramente um jogo onde a tentativa e erro assume lugar de destaque e onde iremos ver o nosso querido robot explodir muita vez. Mas não se preocupem… eles são infinitos, ainda para mais num jogo onde temos mais de 40 níveis para os comandar e levá-los com sucesso ao fim dos mapas, convém o stock de maquinaria não esgotar. Se alguma vez se sentirem perdidos sempre podem carregar no botão Play sem que tenham escrito algo e uma animação é acionada com a solução (apenas visual) de como passar aquele nível.

O jogo felizmente tem um tutorial bastante extensivo para que nos possamos ambientar a toda esta jogabilidade escrita e também para nos familiarizarmos com os comandos a escrever e a física do próprio jogo. Além do tutorial, que contém 16 missões, ainda temos no seu modo campanha mais 3 mapas diferentes, cada um deles com várias missões e diferentes níveis de dificuldade.

Quem não quiser jogar nos mapas já criados pelo desenvolvedor e se se estiver a sentir criativo pode sempre utilizar o editor de mapas incluído no jogo e publicar a sua própria criação abertamente para toda a comunidade que se vier a criar.

Acredito plenamente que Bots are Stupid seja um gosto que se adquira e até vejo alguma franja de jogadores a gostar deste jogo. É de salutar a sua originalidade e a sua tentativa de incentivar o uso do intelecto mas o seu estado de graça torna-se efêmero pois não tem muito mais a oferecer daquilo que já foi escrito acima. Contando o jogo apenas como variável a dificuldade maior ou menor do mapa que possamos encontrar, a maior frustração talvez seja mesmo o facto de andarmos insistentemente a mudar valores décima a décima na esperança de levarmos o robot para onde tem de ir, o que pode despoletar rapidamente em quem joga algum sentido de frustração com tanta tentativa/erro que tem pela frente.