Pokémon Ultra Sun / Pokémon Ultra Moon


Para muitos fãs de Pokémon, uma das tradições que temos vindo a receber ao longo de 20 anos, é o lançamento da versão definitiva dos jogos de cada geração. Esta re-edição não existiu com Pokémon X e Y (os fãs bem esperaram pelo Z), e desde Platinum que não víamos um "universo alternativo", em que a história do jogo original era retratada com algumas mudanças. Foi com bastante surpresa que recebemos o anúncio de Ultra Sun e Ultra Moon, e as surpresas mantiveram-se no desenrolar do jogo!

Temos de novo Alola pela frente, os Kahunas, os desafios e centenas de pokémon para capturar, treinar, trocar e muito mais! Desta vez mal começamos a aventura temos a decisão que mais a vai marcar: a escolha do starter, e de imediato escolhi Litten, preparei-me para a primeira batalha do jogo e abracei por completo a aventura. Novamente somos um promissor treinador recém chegado a Alola, onde os tradicionais ginásios são substituídos por um conjunto de Trials que temos de concluir para poder avançar para a próxima zona. Tal como em Sun e Moon a região é composta por 4 ilhas principais, que embora sejam praticamente iguais às que já conhecemos, existem nelas algumas surpresas por explorar! A temática principal desta vez é sobre Necrozma, o misterioso pokémon que tem o poder de roubar a luz, que nos lembra bastante as Ultra Beasts, e desta vez está associado a Solgaleo ou Lunala, dependendo da versão de jogo escolhida.


É curioso o modo como o jogo retrata Necrozma: tão rapidamente o nome dele é referido como se torna bastante banal falar do mesmo. Com o desenrolar da história é que nos apercebemos da ameaça que ele é para a região de Alola, e aqui a Ultra Recon Squad tem um papel fundamental, pois não só nos falam das Ultra Beasts, como de Necrozma e o porquê dele ser uma ameaça. O jogo demora a mostrar-se verdadeiramente diferente face à história original, mas com a sequência de eventos esta torna-se mais interessante da que conhecemos.

Visualmente ainda é um dos melhores jogos que podemos encontrar na 3DS, e tendo recebido a versão Ultra Moon para análise, grande parte do jogo foi passada na noite de Alola, noite esta que é bastante viva muito devido aos efeitos de luz que têm um certo bloom, em tudo onde a luz da lua chega. Foi sacrificado o efeito 3D quase na totalidade, e apenas em batalhas com múltiplos pokémon é que temos alguns soluços, mas Alola continua tão bela como a conhecíamos. A zona de Ultra Megalopolis impressiona, muito devido aos seus contrastes de luz, talvez por ser novidade foi o local que melhor me impressionou no jogo, mas todo o momento em si deu-me um novo entusiasmo pelo jogo. Uma mudança notável foi em algumas das músicas, mas enquanto senti que o tema de quando enfrentamos um pokémon wild esteja melhor conseguida, a das lutas contra outros treinadores tornou-se bastante mais genérica.


Falando um pouco das novidades, pela primeira vez na série vemos novas criaturas, como é o caso do adorável UB Adhesive, a serem adicionadas no decorrer da mesma geração. Uma novidade até mesmo para a série! Existem também mudanças em alguns Trials, novos cantos a explorar em Alola e uma fetch-quest de procurar Stickers espalhados por Alola, para trocar por pokémon com o tamanho de Totem (que são realmente grandes!). Temos também novas features, como a Battle Agency onde alugamos pokémon, alguns deles lendários, para enfrentar todo um conjunto de adversários de modo a nos tornamos no melhor agente. Há também a Alola Photo Club onde podemos tirar fotografias com o nosso pokémon favorito, explorando todo um conjunto de posições e, por fim, gravar a foto na 3DS (para partilhar nas redes sociais, por exemplo).

Temos também alguns mini-games pelo jogo, e agora podemos surfar de ilha em ilha nas costas de um Mantine, acumular pontos e trocar por itens valiosos. A jogabilidade é simples e interessante, e consegue ser um bom desafio se quisermos obter muitos pontos! Outro mini jogo é viajar pelos Ultra Wormholes, que infelizmente é uma tarefa pouco apetecível muito devido aos seus controlos, em que temos de inclinar a 3DS para controlar o personagem. Atendendo que é uma feature bastante apetecível pelo conteúdo que traz, a sua jogabilidade deixa muito a desejar.


Mesmo já conhecendo o jogo de uma ponta a outra, dá-me bastante gozo voltar a explorar Alola! Desta vez o leque de pokémon disponíveis aumentou imenso, e há uma boa diversidade de pokémon disponíveis em todas as zonas, facilitando a construção de equipas bastante diferentes. Não só isso como é bom ver os vários treinadores espalhados pelo jogo, com pokémon bastante diferentes nas suas equipas, algo que me ajudou imenso na procura de um ou outro monstro para meter na equipa, e me levou a explorar novamente zonas que já não visitava há muito.

Algo que senti durante a análise é que o jogo está mais difícil, embora que não muito. É certo não dei muito tempo para subir muito os níveis da minha equipa, ou tentar construir a equipa perfeita antes de terminar o jogo, mas quando comparado com Sun e Moon lidei com batalhas importantes em que os pokémon tinham níveis bem mais altos. Não é o hardcore mode que se calhar muitos queriam, mas recebo bastante bem o aumento de dificuldade, por dar um desafio extra e que me obriga a perder algum tempo extra a subir os níveis aos pokémon da minha equipa. Levou-me também a considerar equipas com ataques diferentes, de modo a ter o máximo de ataques diferentes à disposição.


Desde o anúncio de Ultra Sun e Ultra Moon que senti uma certa semelhança com Black 2 e White 2, não só por ver um lendário fundido com os 2 lendários de capa, mas também por estarem disponíveis 2 versões definitivas do jogo, a (ligeira) mudança no aspeto do protagonista, o aumento de pokémon de outras regiões no mapa e outros pequenos detalhes. Mas enquanto que Black 2 e White 2 contavam com features que mudaram o modo como explorava ao máximo cada uma das routes (e os seus pokémon), a novidade enquanto exploramos a região é a interação com o Rotom Dex. Este foi o ponto que menos gostei do jogo: interagir com ele, premindo os seus olhos e respondendo às suas várias questões, aumenta a nossa relação com ele, que nos dá recompensas até bastante boas! Mas muito rapidamente me aborrecia vê-lo constantemente a falar, e várias vezes tive de esperar que ele se "calasse" para voltar a ver o mapa no ecrã tátil.


Mas (ainda) está a ser um jogo que me vai dando bastante gosto em explorar, sendo que de momento ainda não vi tudo o que o jogo tem para oferecer. Sendo a comunicação com outros jogadores algo importante nos jogos de Pokémon, sei que depois do lançamento irei tirar melhor partido do mesmo, pelas suas trocas, batalhas e até mesmo ir buscar os meus pokémon favoritos ao Bank. Agora vou voltar a Alola, enfrentar mais desafios e apanhá-los todos!

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo 3DS, gentilmente cedido pela Nintendo.

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