Kirby Battle Royale
Há uma pletora de jogos Kirby e, como tudo, uns bons, uns maus e outros assim-assim. Este Kirby Battle Royale está ali no limbo. Uma coisa engraçada das opiniões pessoais é que pertencem a cada um. Eu adoro a mascote, adoro os jogos 2D e o Epic Yarn está no meu topo dos topos. Este jogo é uma experiência estranha, com um lançamento físico escusado a um preço de outros jogos com conteúdo. Battle Royale passava bem por um título digital, uma experiência secundária para nos aguentar até ao verdadeiro Kirby na Switch, mas não, aqui está: um jogo sobre nada. E se uma série sobre nada deu azo a nove temporadas geniais de Seinfeld, um jogo sobre nada só nos faz perder horas.
Vamos lá: este Kirby é um título com uma forte componente
multijogador, portanto se não for a vossa praia, passem ao lado. Se
ainda quiserem arriscar, há um pequeno modo história que está lá
só por estar. Passam num par de horas se não adormecerem. Kirby, e
um amigo, entram na King Dedede’s Cake Royale para ganhar um bolo –
ei, eu adoro bolo! Percebo as motivações da bola rosa. Ao mesmo
tempo, o King Dedede está a clonar várias versões de Kirby para
derrotar o verdadeiro Kirby. Génio! O Meta Knight anda por lá a ser
misterioso como sempre, é isto! Competem em cinco ligas para ganhar
o bolo e está feito. Depois o sumo está no online e desbloquear
poderes para a nossa personagem. Poderes que vêm em forma de roupas
para o Kirby já que neste jogo não dará para sugar ninguém e
roubar habilidades. A variedade é muita, mas acaba por aborrecer
porque as mecânicas são as mesmas para cada. Há um ataque básico
que pode ser carregado, um ataque mais poderoso, salto e podem
agarrar em coisas para as atirar.
O jogo nem começa mal; disse alto que era melhor do que estava à
espera, mas era só o tutorial e depois acabou. Depois tive direito a
um Story Mode e quatro modos de competição que perdem a novidade ao
terceiro combate: o Battle Arena é o mais básico e é só lutar,
lutar até vencerem os adversários, mas terão de ser rápidos
porque conseguem recuperar. Às vezes juntam-se ao vosso amigo para
um combate a quatro; Apple Scramble onde apanham maçãs para um
fosso e têm de ter mais pontos que a outra equipa; Coin Clash
substitui maças por moedas e é divertido porque tem um fantasma
atrás de nós e o Robo Bonkers, onde lutam pelo controlo de mísseis
para disparar contra um macaco gigante. E é só isto.
Claro que o modo online introduz alguma variedade porque competimos
com outros humanos, mas nesta análise tivemos dificuldade em
encontrar combates e os poucos que testámos acabaram logo. Não sou
bom em jogos de tareia. A funcionalidade Download Play é bastante
útil para quem quiser partilhar um pouco desta frustração em
pessoa e ficam por aí.
Já
que a Nintendo está a lançar-se nos jogos mobile, este seria o
candidato ideal. É uma boa introdução ao universo Kirby, não tem
enredo por aí além e existem imensas coisinhas para coleccionar
como personagens e habilidades para personalizar a vossa. De resto,
passa-se se precisarem de mais Kirby nas vossas vidas. A
nível técnico não há nada de mal a apontar, a música é
tipicamente Kirby e super divertida e os visuais coloridos são já a
marca comercial da série, daí eu adorar o Epic Yarn e toda aquela
lã felpuda.
Termino com um abanar de cabeça lento e pergunto-me porquê. Não é
mau, mas não é bom. Nem é carne nem peixe. É um conjunto de
minijogos que podiam ser distribuídos de outra maneira. Teria imenso
sucesso se fosse lançado como jogo mobile e infelizmente o será
devido ao nome na caixa. Esperemos por um Kirby a sério.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo 3DS, gentilmente cedido pela Nintendo.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo 3DS, gentilmente cedido pela Nintendo.