Ghostrunner 2
A sequela de Ghostrunner demorou cerca de 3 anos a chegar ás prateleiras dos fãs deste parkour platformer ambientado num mundo Cyberpunk. A trama está de mãos dadas ao fim do episódio anterior e continua a seguir a história de Jack e o seu grupo de "amigos" na tentativa de descortinar que lado da barricada se pretendem posicionar. Sendo Jack um caso bastante particular já que é uma máquina com algo de humano.
Embora este título abra os seus horizontes para fora de Dharma, uma torre enorme que serve de abrigo para os seus habitantes, a ação começa no seu interior já que se encontra debaixo de um ataque de uma espécie de culto AI composto por ninjas, também eles de corpo metálico, na tentativa de obterem poderes inimagináveis e duradouros. Jack será a única salvação possível para combater esta força que ameaça virar a vida de todos de pernas para baixo.
O caminho para este objetivo principal está divido entre 18 níveis diferentes, na maior parte deles bastante lineares, misturados com challenges e até pequenas missões, ao jeito de objetivos secundários, que são demarcados por mecânicas de um roguelike, e que ao serem concluídas premeiam o jogador com novos equipamentos. Logo neste ponto se denota uma diferença relativamente ao primeiro título, a inclusão destas missões secundárias permitem ampliar a longevidade do mesmo, tornado-o ainda mais interessante. No entanto, uma das principais novidades será a inclusão de uma mota e um mapa de mundo semi aberto que permite a Jack tocar literalmente em relva, bom na verdade será mais areia.
Jack está equipado com as suas habilidades especiais que demarcam um movimento frenético e que lhe permite limpar uma área em meros segundos. Nem tudo será assim tão simples, já que se sofrer dano o jogador terá de repetir a secção onde se encontra. Não sendo muito frustrante neste sentido, já que o sistema de checkpoints até é bastante permissivo. No que toca ás habilidades e habilidades passivas, algumas transitaram do primeiro título para esta nova aventura, ampliando assim o leque de escolhas possíveis, na nova skill tree, ou se quiserem, motherboard. Estas habilidades podem ser compradas com pontos angariados entre níveis, na máquina disponível no novo HeadQuarter apresentado entre níveis. Esta também é outra das novidades, a incorporação de uma base que dá refugio a uma equipa empenhada em ajudar Jack e que permite também entrar em diálogos com as diversas personagens. Não esperem criar grandes laços, já que Jack consegue-se distanciar bastante de todo o afeto que pode vir de um ser humano.
É sem dúvida bastante agradável perceber a motivação dos próprios devs de manterem as coisas sempre frescas no que toca a implementação de novas mecânicas. Num momento estás a saltar entre plataformas e no momento a seguir tens a possibilidades de pairar sobre os inimigos. Até mesmo em confrontos contra Bosses, cada um apresenta uma mecânicas diferente, seja ela numa pista de perseguição onde é necessário saltar entre plataformas ou esquivar de ataques, quer seja um confronto físico contra um inimigo gigante.
Facilmente consigo dizer que os níveis que apresentaram novas mecânicas foram os mais divertidos de serem finalizados. Muito embora a condução da mota apresente alguns problemas, saltos que não fazem sentido, ou terminar com a mota presa em certos locais no mapa, e que consequentemente leva à perda da progressão do nível. Dentro das minhas 15 horas passadas no universo de Ghostrunner 2, muitas delas foram passadas ao lado de momentos frustrantes, até porque me permiti a tentar fazer algumas challenges pós termino da história.
Para os mais técnicos e com paciência, é possível descortinar linhas de ataque, momentos de salto precisos e a utilização de habilidades nos pontos chave que levam a terminar o nível com o melhor tempo possível. Não sendo fundamental para o desenrolar da história, percebo que este tipo de competição seja apetecível a muita gente. A premissa deste jogo assenta muito no trial and error, numa tentativa de superação pessoal com o objetivo de limpar o local de inimigos para a abertura de uma porta que permite a passagem à próxima secção.