The Turing Test
The Turing Test é um jogo de puzzles na primeira pessoa que nos coloca numa misteriosa missão espacial, acompanhados por uma misteriosa entidade de Inteligência Artificial. Originalmente lançado em 2016, agora chega à Nintendo Switch, para que os seus enigmas possam ser revelados em qualquer lugar.
Para quem não esteja por dentro do conceito do Teste de Turing, a ideia do mesmo é testar a capacidade de uma máquina em apresentar os mesmos comportamentos de um ser humano, o que à partida já deixa entender alguns dos temas que serão apresentados ao longo do jogo.
Tudo começa quando a protagonista, Ava Turing, é acordada num satélite da International Space Agency (ISA) que está em torno de Europa, a lua de Júpiter. Enquanto estava em criopreservação, o resto da sua equipa foi para o planeta trabalhar na base... até ao momento em que se perdeu a comunicação. Ava é, então, enviada à base para investigar o que terá acontecido, mas o que acaba por encontrar é uma série de obstáculos na forma de desafios que, supostamente, apenas um humano seria capaz de resolver.
Esta é a premissa que nos leva a uma série de 70 puzzles (mais alguns secretos, opcionais) que terão de ser ultrapassados de forma a perceber o que terá acontecido. Este é um jogo de exploração 3D na primeira pessoa, mas onde os controlos da personagem são apropriadamente restritos e limitados. Com apenas um dispositivo capaz de sugar ou disparar esferas geradoras de energia nas mãos, a simplicidade do que se pode fazer contrasta com o que alguns puzzles parecem pretender, puxando assim pela criatividade. Afinal, é também esta a razão pela qual a Inteligência Artificial não podia simplesmente enviar um robô.
A descrição dos puzzles pode parecer algo simples como "desliga aqui, liga ali", mas na verdade há muito a fazer "puxar pela cabeça" ao longo do jogo e diferentes mecânicas que vão sendo introduzidas. Honestamente, quanto menos se sabe do que irá surgir, melhor. Cada nova sala dá que pensar, algumas com desafios que parecem "impossíveis" até ao momento em que algo faz "click" e se descobre a solução. Em contrapartida, uma vez resolvido um puzzle, é como se passasse a ser completamente natural resolvê-lo, o que lhe retira o chamado "replay value".
Em termos visuais não há muito a dizer desta adaptação à Nintendo Switch. O jogo conta com uma estética simples e bem enquadrada na temática sci-fi, mas pelo meio há uns cortes abruptos de "loading" entre capítulos da história que podiam estar melhor inseridos. Nada que afecte a jogabilidade, mas poderiam ter melhorado a sua apresentação.
Dizer que este jogo "dá que pensar" é um eufemismo, num título que mistura quebra-cabeças com filosofia e questões existenciais. Um daqueles bons exemplos de jogo do qual quanto menos se sabe à partida, melhor a experiência.
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Square Enix Collective.