Past Cure


Um indie criado por 12 pessoas e uma enorme ambição de criar um jogo de qualidade "AAA", Past Cure combina elementos de Max Payne com The Evil Within e tenta destacar-se na indústria com valores de produção altos. No entanto, os resultados não foram os mais positivos.

Em Past Cure jogamos com Ian, um ex-militar que se encontra num estado lastimoso e que perdeu a memória mas, em contrapartida, ganhou poderes psíquicos. Um desses poderes é semelhante ao famoso bullet time do excelente Max Payne, mas se, na minha opinião, já seria difícil superar o sistema criado no jogo de Sam Lake, Past Cure também não executa muito bem este sistema. Para além do bullet time, o outro poder de Ian é a capacidade de entrar na mente dos inimigos ou destruir câmaras com o poder da sua mente.


O género do jogo é dos meus favoritos, um jogo na terceira pessoa que mistura ação, furtividade e até puzzles para resolver, embora estes sejam bastante simples. A ação é parecida com Max Payne, mas não tem a mesma intensidade. A furtividade é razoável e cumpre com os parâmetros básicos, mas as sequências de combate não estão eficazes e dificilmente conseguimos atingir o nosso adversário, a não ser que estejamos pertíssimo deles para tal. A questão dos puzzles, é compreensível que não sejam muito elaborados, até porque se trata de um jogo mais focado na ação. Um grande problema é o tutorial massacrante que Past Cure tem, mesmo que este vá contando pequenos detalhes da estória, leva imenso tempo e acabar por se tornar doloroso.

Mas falando na estória em si, Ian alia-se ao seu irmão Marcus para desvendar o que realmente aconteceu com o nosso protagonista, em busca das respostas acerca da sua perda de memória e o porquê de obter os poderes psíquicos. Além disso Ian vai tendo alucinações bizarras, que fazem lembrar um pouco o jogo The Evil Within de Shinji Mikami. Ao mesmo tempo que conta com todos estes aspetos ligados ao terror psicológico, Past Cure acaba por ser um jogo com uma narrativa semelhante a um thriller televisivo.

A parte técnica do jogo mostra que a equipa tinha ambição, mas não a conseguiu realizar com a qualidade desejada. A otimização está fraca, na PlayStation 4 "normal" existem quebras de frame rate em várias secções que deveriam ter sido evitadas. O grafismo não está nada mau para um indie, mas o personagem principal podia ter um design melhor e algo que não ajuda é a sua falta de carisma, o que normalmente ajudaria os jogadores a terem outro gosto tanto pelo jogo como pelo protagonista. Apesar destes problemas, há que salientar que, mesmo após o lançamento, os criadores do jogo continuam a trabalhar em atualizações para melhorar a jogabilidade.


Past Cure é interessante e tinha potencial para ser mesmo algo de genial, pena que tem várias falhas e pode afastar a maior parte dos jogadores. A verdade é que eu até gostei, mesmo tendo esses erros, percebe-se que a equipa queria realmente criar algo de grande com Past Cure. Se forem fãs de jogos na terceira pessoa e gostarem de Max Payne e The Evil Within, provavelmente vão gostar, desde que não esperem nada de grandioso.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Little Big PR.

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