Blades of Fire
A piada da forja veio a calhar porque neste jogo somos um forjador de armas como espadas, martelos e lanças com um passado turbulento que será revelado aos poucos ao longo da jornada acompanhado de outro personagem misterioso que procurava o seu auxílio. Referi acima Witcher 3 porque à primeira vista é realmente o que aparenta ser, uma cópia barata deste marco na indústria dos videojogos, pouco a pouco nos apercebemos que não é bem assim tanto ao nível de qualidade como jogabilidade.
A ideia principal e original do jogo é a criação das armas, o forjar das melhores armas possíveis para os encontros serem menos agressivos porque, no fundo, o jogo também é um roguelike e cada morte faz com que o jogador perca a arma usada no momento da sua morte e, para reaver esta arma terá de voltar ao local exato e recuperar tal arma. Pelo menos a arma ficará sempre no mesmo sítio por muitas vezes que possam morrer pelo jogo e há adversários que não vão dar tréguas, além de que todos os inimigos reaparecem de novo sempre que descansarem num dos vários postos de repouso onde também vos leva à dimensão que vos permite forjar.
Todas as armas utilizadas neste jogo têm um nível de resistência e podem ser restauradas para maior eficácia. Cada inimigo tem as suas fraquezas e nem todas as armas serão úteis, há uma recomendação de uso de armas em específico para cada inimigo e isso estará patente sempre que se focarem num inimigo com uma aura verde, caso este tenha uma aura laranja a eficácia é muito reduzida e caso este tenha uma aura vermelha, é praticamente impossível derrotar o inimigo.
Há um local exato para realizar a forja de armas, numa outra dimensão em que o jogador terá de utilizar todos os recursos que recolhe no mundo real. Além disso, vão ter um minijogo para alcançar um certo nível de proficiência e isso ditará o poder da vossa arma no momento em que estejam a forjar. É um conceito engraçado e inovador, mas com o tempo começa a perder a piada visto que o jogo requer que estejamos passo a passo a forjar novas armas e temos de passar por todo o processo novamente. Verdade seja dita, nunca um jogo foi tão minucioso com as armas e tudo dependerá do tipo de arma que desejarem: umas podem ser provocar mais dano mas podem perder a eficácia rapidamente, outras podem ter uma boa duração, mas não serão propriamente poderosas, tudo depende do material que utilizarem para forjar as armas.
A jogabilidade em si, é simples, o uso de armas e ataques acaba por ser sempre o mesmo e parece não ter substância, apenas premir o botão de ataque e desviar sempre que o inimigo ataque, pode parecer um pouco como um Dark Souls, mas não tem o mesmo impacto e intensidade. Não é possível comparar, além de que apesar da sua ligeira dificuldade, jamais é tão desafiante como um Dark Souls, diria que está realmente ao nível de um Witcher 3 sem todas as fantásticas mecânicas do Witcher 3, algo mais básico.
Os próprios cenários parecem ser sempre os mesmos e a repetição constante de inimigos e ações é algo que pode aborrecer o jogador, não há um mapa muito alargado e mesmo sendo pequeno parece que vimos tudo aquilo que o jogo tem para oferecer nas primeiras horas de jogo. Pelo menos há algo que eu como fã de The Legend of Zelda, Blades of Fire tem imensos caixotes e potes com itens para serem destruídos, isto porque nestes caixotes vão encontrar a maioria dos recursos que devem utilizar na forja das vossas armas.
Honestamente, sendo da MercurySteam, esperava de algo mais, dos responsáveis de Metroid Dread, diria que o jogo podia estar acima da média, mas há todos estes pequenos pormenores que impedem do jogo ser fantástico, não que seja mau mas também não é algo que todos os jogadores vão ter interesse, especialmente a constante forja de armas que embora o conceito seja original, não é o suficiente para ser um jogo especial.