Commandos: Origins
Commandos: Origins marca o regresso de uma série com quase 30 anos de experiência de erradicar o mundo de nazis. Origins coloca o foco numa jogabilidade lenta, furtiva e calculada, despertando a criatividade em qualquer jogador e tornando horas de planeamento instantaneamente satisfatórias quando finalmente vemos os nossos planos ganhar vida e os nazis perder as suas.
Para aqueles que, como eu, falharam o recrutamento inicial e só agora se estão a iniciar nesta série, Commandos remonta aos anos 90 e construiu a sua reputação como uma série clássica de jogos de táticas em tempo real, com um grande foco em furtividade com a Segunda Guerra Mundial como pano de fundo. Os jogos Commandos colocam-te na pele de um esquadrão de – spoilers – comandos, mobilizados no território inimigo e encarregues com missões apenas ao alcance de soldados de elite.
Apesar de esta ser a minha primeira aventura com um destes jogos, portanto, não ter termo de comparação com o que veio antes, parece ser a opinião consensual que este é o auge da série, o que não me surpreende minimamente, dado que Origins é um jogo brilhante. Infelizmente, não lhe pude dedicar tanto tempo como gostaria, em parte porque simplesmente não sou bom o suficiente para progredir de forma mais rápida, mas adorei todos os momentos que passei com este jogo, apesar de não ser um tipo de jogo que eu consuma com muita frequência.
Quando digo que não fui bom o suficiente para Commandos: Origins, é totalmente verdade. E isso surpreendeu-me, porque eu sempre fui um apologista da furtividade. Quer dizer, eu cresci com Assassin's Creed. Eu sou o tipo de pessoa que joga Uncharted de forma furtiva. Mas Origins leva a furtividade a um novo nível. É o tipo de jogo que te obriga a passar a maioria do teu tempo a observar rotinas inimigas, considerar os pontos fortes e fracos de cada membro do teu esquadrão e a planear cuidadosamente a melhor estratégia para completar cada missão. E se não o fizeres... bem, é bom que estejas preparado para ter todo o exército alemão em cima de ti em poucos segundos. Os inimigos não são propriamente os mais inteligentes que já encontrei, mas são certamente perigosos e imprevisíveis o suficiente para nunca baixares a guarda.
Mas é esta pequena margem de manobra que torna cada vitória satisfatória, dando a sensação que estamos a combater o jogo, para além dos nazis. Cada nível é uma construção elaborada e notavelmente detalhada de diferentes cenários de combate, com guardas que sairão do seu posto para investigar distrações, enquanto que outros apenas desviam o olhar durante alguns segundos, dando-te uma oportunidade crucial para passar por eles sem ser visto. Mas Commandos: Origins nunca é cruel. Temos ao nosso dispor todas as ferramentas necessárias para completar cada missão, cabe-nos, depois, fazer uso dessas ferramentas da melhor forma possível para superar cada desafio. Os inimigos têm cones de visão claramente delineados, podemos usar diferentes ferramentas para os distrair, alguns membros do esquadrão conseguem escalar paredes para evitar inimigos no seu caminho... Há sempre uma forma de ultrapassar cada obstáculo em Commandos: Origins, o truque está em encontrá-la.
As nossas missões levam este esquadrão elite a viajar por todo o mundo, desde cumes de montanhas nevadas a desertos áridos, florestas densas e centros urbanos, um dos pontos fortes de Origins é a diversidade de mapas. Isto faz com que nunca pareça que estamos a repetir o nível anterior. Origins é constantemente fresco e inovador, o que nos obriga também a evoluir com cada nível para podermos estar à altura de cada novo desafio. Todos os mapas são renderizados em três dimensões, o que proporciona uma liberdade enorme de exploração e planeamento. É possível explorar todos os ângulos existentes e procurar a melhor forma de abordar cada situação, tendo em conta o campo de visão de cada inimigo, as suas rotinas e, então, a melhor rota a tomar para o eliminar ou passar por ele despercebido.
Commandos: Origins foi uma surpresa agradável, trazendo à minha atenção não só uma série de videojogos com a qual não estava familiarizado, como todo um género de videojogo que nunca me chamou particularmente à atenção. Com o seu foco na furtividade e no planeamento pormenorizado, proporcionando sempre as ferramentas necessárias para ultrapassar cada obstáculo sem nunca tornar a solução óbvia, Commandos: Origins atinge um balanço perfeito entre os jogos de táticas antigos e as ideias dos videojogos modernos, solucionando problemas que, aparentemente, nunca desaparecem, o principal destes sendo a existência de demasiados fascistas. Nada bate a satisfação de ver um plano meticuloso ganhar vida, principalmente quando este culmina na eliminação do maior número possível de nazis.