Ghost of Tsushima: Director's Cut (PC)


O ano de 2024 mantém-se forte em termos de lançamentos de títulos PlayStation no PC. Depois de Horizon: Forbidden West e Helldivers II é agora a vez de Ghost of Tsushima aparecer nas lojas Steam e Epic Store. Este aclamado título que teve o seu primeiro lançamento na PS4 em julho de 2020 e a sua edição Director's Cut a estrear na PS5 em agosto de 2021, chega agora ao PC. O port para esta plataforma esteve mais uma vez a cargo do experiente estúdio Nixxes que já há muito é reconhecido pela sua capacidade de produzir ports para PC que roçam a perfeição.

Esta edição Ghost of Tsushisma: Director's Cut contém o jogo original, o DLC Iki Island, o multiplayer co-op online "Legends" e ainda conteúdo digital.

Os eventos de Ghost of Tsushisma acontecem na ilha de Tsushima durante o século XIII. Nessa altura o império mongol era um dos maiores terrores do oriente e conquistava territórios, pilhava e matava qualquer povo que lhe fizesse frente. Chega agora a vez desta ilha e tudo estava a correr de feição para os mongóis até aparecer Jin Sakai, um samurai que durante o primeiro ataque mongol não consegue proteger a sua família. Dado como morto, ele abandona os valores do samurai e começa a aprender a arte de ser ninja. A partir daqui, a vingança serve-se fria e os mongóis não sabem o que os espera.

A história do DLC Iki Island está ligada aos eventos do jogo original mas trata-se de uma narrativa independente onde o destaque principal é o passado de Jin. Com este DLC desbloqueamos toda uma nova ilha para explorar.

O modo online "Legends" é um modo co-op onde os jogadores (a solo ou acompanhados) podem fazer missões inspiradas em contos nipónicos da época. Tem 5 tipos de jogo; Quickplay, Story, Survival, Rivals e Challenges. O cross-play é uma realidade para este modo logo os jogadores do PC podem juntar-se com os jogadores da PlayStation 4 e da PlayStation 5 e jogarem juntos.
É, no entanto, necessário um login com uma conta PSN para jogarmos este modo, mas falaremos sobre isso mais à frente.

Quem fez a analise à versão original do Ghost of Tsushima na PS4 aqui no Meus Jogos foi Telmo Couto, que na altura teve, de forma aqui resumida, o seguinte a dizer;

Este é um jogo de aventura em mundo aberto e livre exploração, que decorre precisamente ao longo da primeira invasão dos mongóis à ilha de Tsushima. Jin Sakai, o protagonista, é um jovem samurai que juntamente com o exército se dirige até ao ponto de chegada dos inimigos. Se corresse bem, não haveria invasão, mas o que acaba por acontecer é uma verdadeira chacina do exército, pois além de ter armas superiores, os invasores não querem saber de honra, o "ponto fraco" de um samurai.

Explorar toda a ilha é um prazer. Se muitos jogos adoram ter o ecrã recheado de ícones de coisas para ver, fazer e colecionar, Ghost of Tsushima orienta os jogadores com o simples movimento do vento, que afecta toda a paisagem em redor. Coisas como o fumo à distância, um pássaro a chamar a atenção para um certo local, são formas de comunicação naturais que rapidamente se tornam intuitivas, oferecendo a este jogo um HUD bastante minimalista. Mesmo em termos de ícones a marcar localizações, o jogo deixa primeiro explorar algum tempo, antes de apresentar uma ajuda adicional. Ao conhecer bem as diferentes mecânicas de jogo, é até possível escolher um "Expert HUD", que o aproxima ainda mais de algo cinemático.

Com o trabalho de Akira Kurosawa como principal fonte de inspiração, a Sucker Punch criou um estilo de jogo muito especial chamado "Modo Kurosawa". Mais do que simplesmente mudar os gráficos para preto e branco, houve todo um esforço para recriar a gama de pretos, brancos e cinzentos utilizada nos filmes a preto e branco do realizador. Desde os altos contrastes, a toda a gama de cinzentos, incluindo até alterações na forma como é representado o vento, tudo de modo fiel ao que era feito noutros tempos. A desculpa perfeita para o jogar uma segunda vez, a preto e branco do princípio ao fim, e com o áudio em Japonês!

Inspirado e inspirador, Ghost of Tsushima é uma verdadeira homenagem à cultura oriental, capaz de transmitir uma experiência que os seus criadores podiam apenas imaginar, quando viam os grandes clássicos de samurais.

Sobre o Ghost of Tsushima: Director's Cut o Telmo teve o seguinte a dizer da sua experiência na PS5;

… a grande novidade do "director's cut", trazendo toda uma nova ilha para explorar, recheada de segredos, atividades e uma boa história de background. Sem entrar em grandes detalhes, este foi o local onde o protagonista passou a sua infância e parte da adolescência, pelo que além de novas ameaças, Jin terá também de enfrentar algumas memórias do seu passado. Seguindo as linhas da história principal, o enredo é bem construído e envolvente, mas também bastante independente - poderia facilmente ser lançado como um título em separado, mas aí teria de ser mais prolongado.

No que diz respeito à história em si, esta acrescenta cerca de 4 horas ao conteúdo principal, mas quem gosta de explorar terá muito mais à disposição, incluindo duas novas lendas (missões especiais que dão novos equipamentos) e várias sidequests. Uma ilha recheada de conteúdos que, certamente, farão as delícias até mesmo de quem já fez tudo o que tinha a fazer no jogo original, contando aqui com 8 a 10 horas de jogo adicional.

Além de todo o conteúdo que fez do original um jogo excelente, Ghost of Tsushima recebeu ainda um modo multijogador através de uma atualização, com o nome Legends. Este é um jogo totalmente à parte, que pode ser acedido a partir do menu principal, que se irá manter disponível neste Director's Cut, permitindo que todos os jogadores se possam juntar independentemente da versão e consola que tenham adquirido.

Lembro que no final deste artigo estão os links para ambas as análises integrais das duas versões de Ghost of Tsushima que foram feita aqui no Meus Jogos aquando do seu lançamento nas respetivas consolas PlayStation.


Então e o que é que está na bula desta vez? A versão PC traz consigo o arsenal do costume e que tem vindo a ser hábito apresentar nos anteriores jogos da marca "PlayStation PC". Podemos aumentar os nossos FPS's através da "bruxaria" do NVIDIA DLSS 3, AMD FSR 3 ou Intel XeSS, temos suporte para o comando DualSense da PS5 e está otimizado para monitores ultrawide, com suporte para resoluções 21:9 e 32:9. 

Aqui ficam algumas leituras relativamente à performance do jogo que foram capturadas num PC com um cpu AMD 5700X, memória 16GB RAM DDR4 3200mhz e uma placa gráfica NVIDIA RTX 4070 Super, a uma resolução gráfica nativa de 1440p.


Média de leituras sem qualquer tipo de upscaling ligado, a uma resolução de 1440p

Gráficos LOW: ~120 fps

Gráficos MID: ~105 fps

Gráficos HIGH: ~90 fps

Gráficos MAX:  ~75 fps


Média de leituras com DLSS (Modo Desempenho) ligado, a uma resolução de 1440p

Gráficos LOW: ~140 fps

Gráficos MID: ~120 fps

Gráficos HIGH: ~110 fps

Gráficos MAX:  ~95 fps


Média de leituras com DLSS (Modo Qualidade) ligado, a uma resolução de 1440p

Gráficos LOW: ~125 fps

Gráficos MID: ~110 fps

Gráficos HIGH: ~100 fps

Gráficos MAX:  ~90 fps


Média de leituras com DLSS (Modo Qualidade) ligado + Frame Generation, a uma resolução de 1440p

Gráficos LOW: ~205 fps

Gráficos MID: ~190 fps

Gráficos HIGH: ~175 fps

Gráficos MAX:  ~150 fps


O consumo de VRAM costuma ser o calcanhar de Aquiles neste tipo de ports mas o estúdio Nixxes tem vindo a melhorar e a otimizar este aspeto em específico e tal como aconteceu com a versão PC de Horizon Forbidden West o uso de VRAM está contido dentro das margens de segurança da maior parte das placas gráficas que estão no mercado. No caso deste jogo esteve sempre dentro dos 9/10GB a 1440p nunca provocando quebras de frames nem similares anomalias.

Em relação a consumo de recursos no PC, a placa gráfica esteve quase sempre a trabalhar a 99% e o processador a 35/40%. A utilização do processador aumentava ligeiramente quando a zona estava mais populada com inimigos mas nada que causasse algum tipo de quebra de performance significativa pois havia bastante margem nesse campo.

A implementação do HDR neste título não está ao mesmo nível que as restantes opções gráficas. Cores esbatidas e algumas aberrações na sua performance afastaram-me completamente da sua utilização. Aproveito também para registar a falta de opções Ray Tracing, tal como aconteceu em Horizon Forbidden West.

O comando DualSense funciona sem quaisquer problemas e continua a ter as mesmas funcionalidades no PC que tem na PS5, desde que esteja ligado através de cabo USB. O comando Xbox também cumpre o esperado e jogar de teclado e rato (mediante afinações pessoais na sensibilidade do rato) é igualmente uma excelente experiência embora pessoalmente, prefira sempre jogar de comando em jogos na terceira pessoa.


Uma das novidades que este jogo traz e que acabou por ser uma espécie de "elefante na sala" graças ao drama Helldivers II, é a aplicação PlayStation, que aparece pela primeira vez no PC. As teclas SHIFT +F1 fazem com que apareça no ecrã e temos acesso à nossa lista de amigos, troféus e perfil PSN. Nas suas definições temos a gestão de conta, definições de privacidade, entre outros. A aplicação muitas das vezes é um pouco lenta a aceder aos menus mas fora isso em nada é intrusiva e podemos até desliga-la enquanto estamos em modo single player. Para jogar o modo Legends tem de estar obrigatoriamente ligada.

Muito já foi dito sobre esta nova aplicação da PlayStation no PC. Por um lado é bom ver o compromisso da Sony em aumentar o leque de integrações entre o PC e o seu ecossistema, por outro lado, não nos poderemos esquecer que no momento em que escrevo esta análise, a existência desta aplicação impede que o jogo seja jogado no PC em cerca de 120 países por não terem maneira de aceder à PlayStation Network apesar de terem acesso à Steam\Epic Store. É surreal que nos dias que correm, é mais importante para a Sony ter dados de utilizadores do que vendas de jogos.


Esta obra-prima - até agora exclusiva a consolas PlayStation - tem nesta edição PC, a sua versão definitiva. Os mestres samurai da Nixxes são inigualáveis na sua arte de fazer com que os exclusivos PlayStation funcionem na perfeição e ainda vão mais além ao entregar de bandeja aos jogadores de PC aquilo mais mais apreciam e que, entre outras tantas razões, dão vantagem suprema a esta plataforma; Gráficos de excelência e frame rates elevados.

Sem esquecer de que estamos a falar de um jogo da era PS4, Ghost of Tsushima continua a ser um benchmark a nível gráfico e esta versão PC valida esse facto ainda  mais. As texturas e os efeitos de luz melhorados e retocados ajudam com que este jogo continue a envelhecer como o vinho do Porto, pena que esse mesmo tratamento não tenha sido dado à opção HDR que está pobremente implementada e Ray Tracing nem vê-lo.

Ghost of Tsushima é já sobejamente conhecido como sendo um videojogo obrigatório no que toca à sua história, combate prazeroso e pela imersão que proporciona ao jogador através do seu mundo bem construído e pormenorizado. Junta-se agora a esta panóplia de argumentos e recomendações, a possibilidade de o jogar na plataforma PC com uma versão gráfica e tecnicamente superior. "Keep 'em coming, PlayStation!" Venha daí esse God of War: Ragnarok! ;)


Ghost of Tsushima Director 's Cut saiu no PC dia 15 de maio de 2024 e está disponível na Steam e na Epic Store.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PC, gentilmente cedido pela SIEE.


Suporte:

Análise de Telmo Couto a Ghost of Tsushima para PS4:
https://www.meusjogos.pt/2020/07/ghost-of-tsushima.html

Análise de Telmo Couto a Ghost of Tsushima Director's Cut para PS5:
https://www.meusjogos.pt/2021/08/ghost-of-tsushima-directors-cut.html


Latest in Sports