Rose & Camellia Collection
A WayFoward e a Nigoro trazem-nos um jogo bastante peculiar de luta, ao estilo de alguns velhos conhecidos de alguns fãs da velhinha Wii (e não só, uma vez que já havia este tipo muito antes), nomeadamente o Punch-Out!! ou o Dragon Quest Swords. Rose & Camellia Collection é um título muito semelhante a estes dois, mas com uma temática muito diferente e bastante caricata.
Neste jogo temos de conseguir manter ou subir, dependendo da personagem, na longa escada social da aristocracia feminina. E como é que o fazemos? Recorrendo à estalada, cabeçada ou mesmo soco, dependendo uma vez mais da personagem em si. No primeiro cenário disponível, The Rose Bride of Legend, encarnamos a personagem da Reiko, uma camponesa cujo marido, Shunsuke, teve a infelicidade de morrer cedo, deixando-a viúva. Membro de uma família nobre e abastada, os Tsubakikoji, Shunsuke não mais pode proteger Reiko do resto dos seus familiares, que a desprezam por causa da sua origem humilde.
Contudo após um breve treino com Torie Ochiu, uma professora de chapadas, a jovem Reiko percebe o que tem que fazer e decide desafiar as membras da família. O seu objectivo passa por vencê-las a todas (inclusive a fiel servente da casa) e chegar à posição de matriarca dos Tsubakikoji, reclamando assim a posição que lhe pertence por direito, via casamento. Este primeiro cenário coloca Reiko frente a frente com um total de cinco adversárias. Todas elas com os seus próprios tiques e formas de atacar com as quais temos de ter cuidado de forma a não sofrermos na pele a fúria das suas mãos. As nossas oponentes variam no seu grau de dificuldade. Algumas podem ter uma barra mais extensa de energia (aqui simbolizadas por flores), um maior grau de resistência, rapidez ou ferocidade, que as pode levar a fazer ataques devastadores (ou em alguns casos duplos), ou a evitar facilmente os golpes de Reiko e contra-atacando de forma voraz.
Nesses instantes, devemos estar prontos para nos desviarmos e se possível aproveitar para contra-atacar. Os nossos ataques devem também eles serem precisos e estratégicos. Temos que tentar, sempre que possível, golpear tendo em atenção a flor na barra superior esquerda, de forma a conseguirmos um ataque mais forte. A sucessão de ataques fortes conduzirá a oportunidades de agarrar a oponente e golpear a mesma de forma consecutiva e rápida. Podemos também enganar a oponente com uma feint, um faz de conta, o que a leva a desviar-se, para desta forma a podermos atingir com o verdadeiro estalo. Convém tentar acertar o ponto fraco da adversária para maximizar o estrago. Tudo isto, sempre com os olhos bem abertos para a já referida barra esquerda.
Assim que esta se extinguir (e o fará rapidamente), passa o tempo da nossa possibilidade de golpear a nossa rival. Entre lutas temos pequenas cutscenes ao estilo de Visual Novels, na qual é desenvolvida a história. A conclusão deste cenário (que pode ser facilmente feita em cinco minutos), levará à abertura de um novo, no qual teremos uma nova protagonista, com uma nova história e com novas adversárias (ou não) para enfrentar. A conclusão dessa aventura levará a outra, num total de cinco cenários para podermos usufruir. De igual modo, temos ainda um modo versus, nos quais temos a possibilidade de defrontar um amigo.
A história bastante nonsense e humorística de Rose é complementada pela sua artwork, que embora seja bastante simples, tem certos detalhes interessantes, nomeadamente nos danos que começam a surgir na face da adversária a cada golpe dado e no design de algumas das personagens. Apesar disso, a animação em si, é básica, cumprindo o mínimo. A música por sua vez acentua a natureza aristocrática do ambiente para os quais somos jogados.
O jogo, que não tem uma curva de dificuldade muito acentuada (posso dizer que até é bastante acessível), sobretudo quando comparado com outros no mesmo género e apesar dos seus cinco cenários e múltiplas personagens, pode ser facilmente terminado em cerca de trinta minutos a uma hora. O gameplay está bem integrado com os Joy-cons, apresentando algum lag apenas se optarmos por jogar Rose de forma portátil. Nesse caso, teremos que o fazer tocando no ecrã, como se de uma DS se tratasse. Um jogo que é pouco mais que uma curiosidade, sem grandes falhas, mas com pouco interesse no long run.