Outlast 2
Após jogar o primeiro Outlast juntamente com a sua expansão na Nintendo Switch, eis que agora vos trago a sequela para a mesma plataforma. Será que Outlast 2 voltou a ser assustador? Fiquem a saber como se portou este título agora disponível na Nintendo Switch.
Para começar, Outlast 2 não tem qualquer ligação com o primeiro capítulo, por isso deparamo-nos com cenários, personagens e história novos. O protagonista agora é um operador de câmara chamado Blake, que viaja com a sua mulher jornalista Lynn para fazer uma reportagem acerca de uma mulher grávida que fora assassinada. Enquanto viajam para esse trabalho, o helicóptero onde se encontram despenha-se. Blake perde-se da mulher nos destroços do helicóptero e assim se inicia o terror em Outlast 2.
Tal como acontece em Outlast, a arma de Blake é apenas uma máquina de filmar, a diferença é que para além de se poder usar a visão noturna característica do primeiro jogo, neste usamos também o som, que serve para localizarmos inimigos na escuridão. Na verdade, durante todo o jogo só é necessário duas ou três vezes. Já o uso da câmara, enquanto que em Outlast as pilhas descarregavam rapidamente, em Outlast 2 não só não é tão utilizada, como também não são precisas tantas pilhas para manter a visão noturna, pois o uso desta função não é tão constante como no primeiro jogo. O que se pode fazer e que não era possível antes é usar ligaduras para curar feridas profundas e rever vídeos gravados em momentos excecionais onde a câmara dá um sinal de uma filmagem com importância. No final pode-se rever um resumo do que foi filmado e ter uma ideia do sucedido no momento da filmagem.
Um novo detalhe, para além da nova função da câmara, é a possibilidade de caminhar sobre árvores inclinadas para atravessar locais de difícil acesso ao qual somos obrigados a atravessar para progredir. Ao contrário do Asilo e do Laboratório, a maior parte do jogo é passada em grutas e vales, ainda assim continua a ser um jogo linear. Além disso, com algumas horas de jogo, há uma secção em que somos obrigados a atravessar um rio numa canoa, uma parte que aborrece um bocado, devido ao tempo que leva a concluir e que só serve para aumentar um pouco mais a longevidade. Mesmo nos pesadelos de Blake com situações ligadas ao seu passado, algumas tornam-se um pouco repetitivas e podiam ter sido encurtadas ou apresentar mais variedade.
Por falar em longevidade, o jogo está bem mais longo que o primeiro, mas mesmo assim é possível acabar o jogo num dia. Se nunca jogaram nenhum da série, vão perder várias vezes até conhecerem as regras de Outlast. O que importa, no fundo, é fugir e Outlast 2 peca um pouco nisso por abusar do termo "fugir". A razão é muito simples, comparado com Outlast ou a sua expansão Whistleblower, em Outlast 2 é possível correr e correr sem sequer pensar em esconder de qualquer inimigo, o que no primeiro capítulo é impensável pois o jogo obriga-nos a esconder. Uma facilidade que pode não agradar aos jogadores mais hardcore e fãs deste jogo da Red Barrels.
A música é boa mas não tão assustadora, tal como o terror apresentado não é a mesma coisa, talvez mais sórdido e é só isso. Quanto ao grafismo, aí sim, está bastante superior ao do original, até porque esse data de 2011 e o novo capítulo é de 2017. É agradável ver que o jogo corre perfeitamente bem na Switch, não há qualquer quebra de framerate e joga-se muito bem.
O jogo não mete tanto medo como o seu antecessor, mas está bom para quem gosta da série. Apesar de Outlast 2 oferecer maior qualidade no geral, não consegue ter o mesmo impacto. Se forem fãs de survival horror, continua a ser uma boa escolha para a vossa Nintendo Switch, e se nunca o jogaram antes, têm aqui uma boa oportunidade de jogar na TV ou portátil.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Red Barrels