The Vanishing of Ethan Carter


Ainda me recordo bem quando The Vanishing of Ethan Carter foi lançado pela primeira vez em 2014. Os críticos receberam-no com um aplauso, o meu interesse cresceu, mas a verdade é que nunca tive a oportunidade de o adquirir. Em 2018 o jogo voltou a ser lançado, desta vez na Xbox One, e pude finalmente jogá-lo.

Para quem não se lembra do jogo, trata-se de uma experiência bastante única, focada numa estória sobrenatural, em que jogamos com um detetive misterioso de nome Paul Prospero, visitando assim Red Creek Valley para resolver o caso do desaparecimento de um miúdo chamado Ethan Carter. Além do seu desaparecimento, é necessário investigar as mortes envolvidas neste lugar enorme que vão ter de explorar a fundo, isto para que consigam resolver todos os casos que se interligam ao desaparecimento de Ethan.



The Vanishing of Ethan Carter, que inclui suporte para a Xbox One X, está visualmente belo, dei por mim parar várias vezes durante o jogo apenas para observar as belas paisagens dos vales e rios que embelezam Red Creek Valley. Graficamente, a correr a 60 fps, o jogo está na sua versão definitiva, por isso nesse aspeto podem ter a certeza que vão ficar deslumbrados ao observar os cenários do jogo. A jogabilidade não tem muito que se lhe diga, simples e eficaz, sem muito por onde pressionar, isto porque apesar de ser um jogo na primeira pessoa, nós apenas controlamos os movimentos da personagem e interagimos com objetos específicos em determinados locais. Sendo um jogo rodeado de mistério e de acontecimentos sobrenaturais, já seria de esperar o aparecimento de fantasmas e, neste caso, é através dos fantasmas que passamos a conhecer pedaços do sucedido. O ponto fulcral de toda a história é o desaparecimento de Ethan, como é evidente, mas ao longo desta vossa jornada vão ficar a par de vários assassinatos que se interligam à estória de Ethan.

Se por um lado o jogo pode ser “terminado” em cerca de uma hora e meia, por outro lado pode levar muitas horas e pode até ser bem aborrecido. Isto porque os objetivos não nos são revelados, o jogador terá de explorar todos os cantos de Red Creek Valley em busca dos fragmentos de memórias do passado e com isso ter a revelação final de cada momento dramático. É muito interessante o facto de nos obrigar a descobrir tudo o que se passou. Embora não seja obrigatório para chegar à parte final, será sim obrigatório para assistirem ao fim do jogo e aos respetivos créditos. Com alguma insistência é possível descobrir todos os fragmentos, no entanto existe uma secção que consegue ser chata e o jogador poderá perder um pouco a paciência para a completar. Confesso que vale a pena o esforço para descobrirem o final da estória porque está incrível, mas esta parte quebra imenso o ritmo do jogo.


Estas memórias são recolhidas em diferentes localizações. Em cada uma delas vamos encontrar pequenos objetos/evidências que têm de ser recolhidas, interagir com veículos ou puzzles para abrir/desbloquear portas e assim ser possível prosseguir. Ao recolher todas as provas ficamos com uma série de fragmentos de memórias nas mãos, com isto é preciso criar uma ligação e determinar uma ordem lógica. Ao organizar os fragmentos recolhidos, assistimos a uma sequência do que passou naquele lugar em específico. Existem uns 6 locais a serem explorados para obter o final, uns mais fáceis que outros. Para entender tudo isto, existem mensagens escritas que se encontram espalhadas por Red Creek Village que nos ajudam a solucionar os puzzles e entender melhor o que se passou. Algo que ficou fantástico é o narrador, neste caso nós, Paul Prospero, que comenta os acontecimentos e questiona-se sobre que poderia ser evitado e o que deu origem a tudo isto, até chegar à parte final e solucionar o mistério.

Sinceramente, o jogo é muito especial, mas pode até ser demasiado especial para alguns jogadores. Eu gostei da experiência, mas confesso que uma das secções do jogo não foi de todo do meu agrado. Além disso eu cheguei à última secção e tive de voltar para trás, pois não tinha recolhido as memórias dessa tal secção mais complicada e que pode aborrecer qualquer jogador. Quanto à música, apesar de nem sempre estar a tocar, o silêncio acaba por desempenhar um papel bastante importante neste jogo, onde a música só está presente em momentos cruciais.


É engraçado como The Vanishing of Ethan Carter foi uma surpresa para mim, já tinha ouvido colegas meus a falarem no jogo e mesmo outros críticos, mas acabei por nunca adquirir. Cheguei inclusive a ver algumas imagens, mas não tinha mesmo ideia de que fosse algo tão estranho e em simultâneo tão especial. De realçar novamente que não é um jogo para qualquer pessoa, pode ser muito aborrecido porque não temos qualquer tipo de ação no jogo além da interação típica de uma aventura gráfica.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Xbox One, gentilmente cedido pela Evolve.

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