Super Lucky's Tale


Ao final de alguns anos, a Xbox One recebe uma nova personagem exclusiva. Se no passado foi um gato de nome Blinx, desta vez é uma raposa adorável de nome Lucky e surge num jogo de plataformas, género que costuma ter sucesso entre miúdos e graúdos. Super Lucky’s Tale é, por isso, um novo IP da Microsoft que se afasta da imagem habitual dos jogos de tiros na consola, sendo direcionado para todas as faixas etárias. Mas será que o ar tão fofo de Lucky consegue atrair todo o público do mundo gaming?

O jogo convida os mais pequenos a uma aventura mais colorida e pacífica, com semelhanças a jogos como Super Mario e Sonic. Não significa que seja igual, longe disso, mas segue mais ou menos a mesma fórmula. É perfeitamente possível alguém mais velho desfrutar deste jogo, mas não irá encontrar uma execução tão boa como nos melhores dessas séries. Não quer isto dizer que devemos descartar já este novo e adorável herói.


Nesta aventura controlamos Lucky, uma raposa com uma capa azul (como um super herói) que tem como objetivo derrotar os malvados gatos ninja de nome Kitty Litter. Através de 4 reinos com 5 níveis e uns jogos alternativos, a missão de Lucky é adquirir trevos de 4 folhas para abrir as portas que dão acesso ao boss final de cada um destes reinos. O objetivo é adquirir o maior número de trevos possíveis desde o início. Caso contrário, poderá dificultar imenso o avanço, podendo ter de repetir os níveis para obter mais trevos e desbloquear estas portas.

Aqui começam os problemas para os mais novos. Se o jogo está evidentemente dirigido para um público mais jovem, a quantidade de trevos a obter para enfrentar o boss deveria de ser bem mais reduzido, isto porque obriga-nos a colecionar praticamente todos os trevos existentes em cada um destes reinos. Não que seja uma tarefa complicada para os mais velhos, mas os mais pequenos ou menos experientes em jogos de plataformas vão ter um desafio à altura. Julgo que um número mais reduzido seria o ideal para quem quer apenas desfrutar do jogo e não ser obrigado a colecionar (quase) todos os trevos existentes.


A dificuldade não é grande, mas os problemas de câmara e mesmo de jogabilidade existem, por isso torna-se um pouco complicado de conseguir tudo mesmo quando já estamos habituados a jogos do género. Não se compreende porque razão a câmara não pode ser movida livremente, tendo apenas a opção de a mover em cerca de 4 ângulos diferentes. Outro aspeto negativo é o botão de saltar, por vezes parece que não responde devidamente. É difícil de entender onde caímos quando estamos a saltar duma plataforma para a outra. Os níveis em 3D tornam-se meio confusos porque nunca conseguimos ter a perceção se conseguimos atingir a cabeça dos inimigos que voam ou não. Já nos níveis ao estilo 2D, em que temos de percorrer um percurso linear, apesar de mais fácil e simples, o mesmo problema persiste.

Os outros níveis bónus que encontram em cada um destes reinos servem para angariar mais trevos, uns deles são interessantes, outros nem tanto. Alguns são apenas puzzles para serem solucionados, já outros obrigam-nos a colecionar uma data de moedas azuis num tempo limitado, bem ao estilo do que temos noutros jogos do género, para no final adquirir mais um trevo para a coleção. Existem mais colecionáveis, tais como as letras que dão o nome à personagem, Lucky. Ao colecionar todas as letras em cada nível, obtêm um novo trevo. Para além das letras também temos as típicas moedas que, ao colecionar 300, obtemos um trevo. Muitas semelhanças a outros jogos de plataformas conhecidos, mas diferentes na sua execução.


Apesar de ter alguns problemas, Super Lucky’s Tale conta com um bom design de níveis. O maior problema é de facto a forma de saltar e a câmara que não tem praticamente nenhuma rotação e complica certamente a vida de qualquer jogador seja ele experiente ou não no género. Super Lucky’s Tale podia ser a mascote da Xbox, mas tal como aconteceu com Blinx, não tem a força necessária para competir com os reis dos jogos das plataformas. Não que isso seja muito importante, pois mesmo sendo um pouco curto não deixa de ser um jogo divertido e cheio de charme.

Um jogo que poderá ser desfrutado em 4K na Xbox One X e também no PC com Windows 10 graças ao programa Xbox Play Anywhere.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final para a Xbox One, gentilmente cedido pela Xbox.

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