Conga Master Party
Apitó comboio! Lá vai-á-pitaaar! É a festa do comboio na Nintendo Switch! Provavelmente um dos títulos indie mais estranhos a chegar à consola, mas também estranhamente divertido e desafiante. Mas antes de mais, há que esclarecer o que é uma "conga". Mais conhecida em Portugal como "o comboinho", esta é uma dança em que as pessoas formam uma fila e percorrem toda a pista de dança, normalmente ao som de música popular.
Esta é a versão mais recente de Conga Master, lançado em julho para PC, PS4 e Xbox One, que agora chega à Nintendo Switch com alguns modos extra, mas é essencialmente o mesmo jogo. Em Conga Master Party não temos o "Apita o Comboio", mas temos um look and feel retro ao estilo anos 80. O jogo consiste precisamente em invadir a pista de dança e dançar em torno de desconhecidos de forma a convencê-los a entrar na conga. Quanto maior for a fila, mais fácil será convencer outros a juntar. No entanto, há que ter cuidado com alguns elementos indesejados, como alguns porcos na pista de dança. Esta é a regra geral para a conga em todos os modos de jogo.
No principal, há um critério importante para a fila, juntar um certo número de pessoas de diferentes estilos, representados por um balão de pensamento. Preenchido o requisito, a porta da discoteca abre-se e podemos levar a conga para outra discoteca. No entanto, temos de ser rápidos, pois há um ovni a raptar elementos da nossa fila, assim como alguns porcos a querer quebrar o nosso momentum. Chegando ao novo clube, há que continuar a crescer a conga, até ao final da história, ou até mesmo em modo "endless"!
Com apenas dois botões, controlamos o sentido em que o nosso personagem irá virar, pois a dança não pára e ele segue sempre em frente. Os controlos requerem habituação e a dificuldade sobe consideravelmente a cada nova discoteca, especialmente pela mais rápida perda de momentum, a barra que, vazia, representa aquele momento de uma boda de casamento em que todos se sentem um pouco socialmente desconfortáveis de estar ali a fazer o comboio... Fim de festa, tenta outra vez.
Mas iremos tentar outra vez? Parecendo que não, o jogo tem muita pinta, num daqueles casos em que o estilo também faz parte da substância. O estilo gráfico, a mecânica de jogo e, especialmente, a banda sonora serão motivos para voltar a tentar. Apesar do "pixel art" minimalista, conseguimos reconhecer todos os tipos de estereótipos na pista de dança - todos à espera de ser convencidos a entrar na conga. Por outro lado, a variedade de pistas não é assim tanta, sendo que a rejogabilidade irá depender muito do jogador ficar ou não viciado na conga.
Chamando-se Conga Master Party, naturalmente, o jogo teria de incluir várias opções multijogador. Os modos têm nomes divertidos que fazem trocadilho com jogos famosos, como Cut the Conga, Mortal Conga e até mesmo 1-2-Conga! Cada um destes modos é uma variação competitiva do jogo principal, cujas regras infelizmente só são explicadas já depois de escolher o modo e configurar o número de comandos e jogadores. Para um jogo de festa, seria conveniente uma interface mais amigável. Se todos estiverem familiarizados com o jogo, será mais fácil para o grupo encontrar aqui alguma diversão. Por exemplo, em Cut the Conga, basta atravessar a fila de um adversário para lhe estragar a festa, mas já em Mortal Conga será necessário colecionar porcos e atacar as bolhas dos outros jogadores. As regras pouco explícitas impedem o jogo de ser imediato, como pede um party game. No entanto há aqui diversão para ser encontrada entre os que gostarem do jogo principal.
Não existem propriamente muitos jogos inspirados na dança do comboio, pelo que o conceito é particularmente original. Conga Master Party é bastante divertido, mas oferece uma barreira de aprendizagem considerável para o modo multijogador. Será sem dúvida uma proposta alternativa e um quanto bizarra, capaz de fazer os jogadores sorrir.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Rising Star Games.