Horizon Forbidden West: Burning Shores
Nesta nova aventura de Aloy, Los Angeles assume papel de destaque. A Guerrilla Games com este DLC leva-nos para a outrora glamorosa capital mundial do entretenimento e que agora não é nada mais que um conjunto de ilhas vulcânicas repleta de resquícios de outros tempos e segredos para descobrir e desvendar.
Após os eventos que experienciamos no fim da campanha principal de Horizon Forbidden West, Sylens - ainda interpretado pelo malogrado Lance Reddick - chama Aloy para que se encontre com ele com o desígnio de a desafiar a investigar uma nova ameaça que começa a sentir-se a sul das terras dos clãs Tenakth. Obviamente que Aloy aceita, pega no seu fiel Sunwing e rapidamente chega a esta terra distante para investigar e acabar de uma vez por todas com os tumultos que assombram este arquipélago.
Walter Lontra é o vilão desta história e a origem de todos problemas nesta história, um zenith excêntrico e multimilionário que engendra um plano para escapar do planeta e da ameaça eminente que o assombra e é através de um culto que secretamente vai manipulando as mentes e vontades dos Quen que procuram algo mais do que aquilo que a sua tribo lhe proporciona.
Seguindo os passos do jogo que o suporta, Burning Shores continua a apresentar uma altíssima qualidade técnica nas secções de diálogos onde a captura de movimentos e performance vocal são quase perfeitas e, na minha opinião, deverão servir de bitola e inspiração para outros jogos do género no futuro. Desta vez, e neste aspeto em particular, não esteve isento de falhas pois notei que de quando em vez existia alguma dessincronização entre a fala e os movimentos da boca. Incidência rara mas evidente ao acontecer.
Nunca é demais lembrar de que mesmo adquirindo este DLC, ele só estará disponível para ser jogado se o jogador já tiver terminado a campanha principal de Horizon Forbidden West, ou seja, tiver concluído a missão "Singularity". Por razões obvias! Este DLC está diretamente ligado a esse mesmo final e não faria sentido neste caso ter acesso a este conteúdo não preenchendo esse requisito.
Esplêndidos, irrepreensíveis, magnânimos ou até mesmo pornográficos, são adjetivos que poderemos gratuitamente dar ao esplendor visual que voltamos a ter num jogo com o motor gráfico Decima.
Esta incursão ao cenário pós apocalíptico de Los Angeles traz-nos upgrades gráficos ao nível de efeitos de luz, aumento de distância de visão e retoque em algumas texturas que não só produzem efeitos no conteúdo da DLC mas também em todo o resto da mapa de Forbidden West. Pena que além disso também tenha trazido de volta, aqui e ali, o problema dos pop-ins das texturas que com sucesso já tinha sido resolvido quase na totalidade.
Numa mescla de flora sem fim, paisagens vulcânicas e praias tropicais, a nova região tem cerca de um terço do tamanho da massa territorial de Forbidden West e junta os mais emblemáticos pontos de interesse da cidade de Los Angeles num só sitio tais como o letreiro de Hollywood, a baixa da cidade ou até mesmo o aeroporto internacional. Agora devorados pela natureza e degradados devido aos terramotos que foram acontecendo ao longo dos anos e que foram despoletando erupções vulcânicas que alteraram o formato da cidade tal como a conhecemos.
Dando "vida" a todos estes espaços está a maquinaria pesada do costume e à
qual se juntam 4 novos tipos de máquinas. Entre eles está Bilegut, uma
espécie de sapo gigante que é bastante desafiante e com poderosos ataques
elementais e um novo mount, o Waterwing, que além de voar também se desloca
debaixo de água. Para contrariar todo este poder Aloy tem à disposição uma
nova arma (bem poderosa por sinal) que vai ajudar a equilibrar a balança.
Esta Specter Gauntlet, depois de a utilizar durante algum tempo, fez-me
lembrar o "god mode" que era usar a armadura Shield-Weaver em Zero
Dawn.
Este DLC também disponibiliza novas side quests, novas
armaduras para adquirir, novos mods, novas skills e também novas opções de
acessibilidade, entre elas uma muito útil para todos, o auto-pick, que
facilita a apanha de materiais bastando apenas passar perto deles para os
adquirir.
Horizon Forbidden West: Burning Shores é um DLC que justifica plenamente a sua existência e é um excelente incentivo para quem estava à espera de argumentos para voltar ao Oeste Proibido. Mantendo o pedigree a que a Guerrilla Games e o seu motor de jogo Decima já nos habituou, as paisagens são maravilhosas, os gráficos de excelência e a construção de mundo é superlativa visualmente. As novas mecânicas introduzidas são interessantes o suficiente, bem como o volume de novas máquinas cuja variedade parece adequada ao tamanho deste DLC.
A história em si, mesmo com uma batalha final épica, ficou uns furos abaixo dando a impressão de estar mais a servir de compasso e guia exploratório do que propriamente de elemento de destaque ou agregador. Mesmo assim é carregada de performances de excelência, deixa espaço para conhecermos um pouco mais sobre Aloy a um nível muito mais pessoal e sustenta lore suficiente para nos deixar ainda mais ansiosos para o inevitável terceiro capitulo.
Não quero deixar de lamentar a decisão de lançar este DLC apenas e só para a PS5 com base numa “grande visão técnica e criativa” que para mim é em parte justificada devido à complexidade técnica de certos momentos do jogo, mas não deixa de ser uma decisão injusta e mercantil que deixou para trás todos os utilizadores de PS4 que adquiriram o jogo original para essa plataforma.
Horizon Forbidden West: Burning Shores está disponível desde 19 de abril de 2023 para PlayStation 5.