Helskate
Nunca esperei ver o cruzamento de dois géneros tão distintos como o Skate e Roguelike, no entanto, é inegável que juntos conseguem oferecer uma mistura exclusiva de ação e adrenalina como nunca antes tinha experimentado.
Helskate surge como uma fusão entre Tony Hawk e Hades, onde o principal objetivo é utilizar todo o arsenal de combos para limpar cada nível da infestação de demónios e Deuses do Skate, invocados pela mão de Garland, na peculiar Vertheim. Anton Falcon, o protagonista, sonha aventurar-se além dos horizontes do inferno, mais precisamente para uma "praia", desenhada como o paraíso para suas manobras. Anton adora o seu skate, no entanto, os demónios odeiam skaters. Assim, cabe ao jogador aplicar toda a sua habilidade adquirida em Tony Hawk e desafiar os diversos tipos de inimigos, ampliando os seus horizontes para além das terras quentes do Inferno.
Embora a história não seja o ponto central desta aventura, é interessante perceber que cada personagem desempenha um papel relevante na evolução do protagonista. Ginny, proprietária da loja de skates, tenta ajudar Anton a descobrir os seus poderes. Cada skate traz consigo um ataque diferente e específico do mesmo. Nesse sentido, não há a aquisição de novas armas, mas sim de skates. Layla, por outro lado, é responsável por tatuar a pele do jogador, aplicando upgrades aos seus poderes.
Trata-se de um título ainda em early stage, com todos os defeitos que esse estado pode acarretar. Não querendo focar demasiado nesse ponto, é de se esperar a presença de inimigos flutuantes, momentos onde a personagem ficar presa em paredes, entre outros problemas que podem gerar alguma frustração. O jogo exige atenção constante a tudo o que mexe à volta de Anton. Torna-se imperativo dominar a habilidade de esquivar, para evitar os ataques inimigos, embora seja complicado prever os seus ataques, já que muitos não apresentam indicadores de ataque. Mesmo com indicadores, é bastante complicado evitar sofrer dano enquanto se foca nas manobras de skate para aumentar a pontuação final da run. As manobras não funcionam apenas como multiplicador de score, são também importantes no combate contra os inimigos. Entre as várias variações de ataque que se podem desbloquear estão presentes exemplos como ataques de raios em manobras especificas, ou até mesmo colocar a própria arma em chamas aplicando um ataque de fogo que queima o inimigo over time.
A vertente de skate é um mimo, transmitindo quase a mesma sensação de títulos como Tony Hawk Pro Skater. O desafio está em separar os diferentes momentos do jogo, cada um com as suas mecânicas distintas. A maior parte do tempo dei por mim a tentar tirar partido de todo o repertório de manobras enquanto sofria dano dos inimigos. Foi necessário algum tempo para compreender a melhor abordagem para atacar os diferentes inimigos e mantendo um combo de manobras.
Em relação à jogabilidade, há uma certa desconexão. Por um lado, há o combate contra os inimigos; por outro, a exploração do mapa. Além do objetivo principal de eliminar todos os inimigos para abrir o portal para o próximo nível, há uma grande ênfase na exploração do mapa. Espalhadas pelo mapa, encontram-se letras, câmaras corvo para serem destruídas e até mesmo desafios extras que, de certa forma, parecem desconexos. Os momentos de combate e exploração são bastante espaçados. É possível passar-se um minuto totalmente focado apenas em enfrentar inimigos e os minutos seguintes a explorar o mapa e a aplicar manobras.
Há, sem dúvida, muito potencial em Helskate. Com tempo para aprimorar todos os pontos negativos, acredito que poderá tornar-se algo muito bom. No entanto, o seu estado atual deixa um pouco a desejar.