Born of Bread


Num mundo em que muitos de nós, nos momentos de lazer com os videojogos, prefere realismo a um estilo peculiar de gráficos, títulos como Born of Bread podem passar despercebidos. Neste caso, prestando homenagem a Paper Mario, Born of Bread é marcado por momentos cheesy, com as seus trocadilhos e dad jokes, pincelado com o seu peculiar art style, onde os recortes de papel fazem transparecer personagens carismáticas num mundo de aventuras que promete várias horas de linhas extensas de texto.

Tudo começa quando um grupo de exploradores natos, pelo menos dizem eles, no meio das suas aventuras, descobrem umas ruínas bastante interessantes e acabam por acidentalmente ressuscitar um grupo de personagens malignas de um um reino outrora esquecido. O objetivo deste grupo será o de colecionar todas as Sunstones para trazerem o seu mestre de volta. Isto levanta um grave problema para o mundo. Se efetivamente o grupo conseguir colecionar todas as Sunstones, causará a destruição do mesmo como os habitantes deste reino o conhecem. Curiosmanente no mesmo dia, a Rainha pede ao seu fiel cozinheiro, para lhe preparar uma receita especial. Assim acidentalmente nasce, Loaf, o rapaz pão, o herói da história. Ainda não recuperado do momento em que fica a saber que é pai, o cozinheiro é apontado como principal malfeitor de ter ressuscitado os espíritos malignos, após o ataque ao castelo da rainha. Loaf, fica assim encarregue de limpar a imagem de seu pai e tentar travar os planos deste grupo que ameaçam destruir o mundo.


Ao longo da sua aventura, Loaf, ficará a conhecer um grupo de amigos que se juntarão à sua causa, ou por objetivos semelhantes, ou pelo simples facto de quererem embarcar numa aventura, a relação do grupo é francamanete charming de se ver. Existe sem dúvida imenso para ler entre as linhas de texto, em alguns casos até em demasia. Ambientando num mundo vibrante, ainda que em certos momentos vazio em conteúdo, a exploração em ambiente 2.5D é interessante.

No que toca a combate, esta será uma experiência simples por turnos. Alguns ataques necessitaram do uso da barra de mana, outros necessitaram da barra especifica para o ataque especial, e ainda os ataques que não consomem qualquer tipo de barra. Independentemente da habilidade escolhida, existirá sempre a necessidade de jogar uma espécie de mini-jogo, que consistirá em clicar no botão correspondente no tempo certo, seguir a combinação de teclas correta, ou ainda fazer mira corretamente até o tempo terminar. A nível defensivo, é também possível clicar no botão de defesa no momento certo, para ou evitar o ataque inimigo ou sofrer menos dano. É um ponto de certa forma interessante, que mudará conforme o inimigo que se estiver a enfrentar.


Em certos momentos é comum recorrer a ataques especiais, nem que seja para se ver algo diferente no ataque da personagem, fazendo com que a barra de mana chegue a 0. Para combater este ponto é apresentada a mecânica de audiência. O combate será transmitido ao vivo para uma plateia de internautas. Se a barra de entretenimento chegar a verde, é possível recuperar pontos de mana. Honestamente é uma mecânica que ao inicio parece interessante mas que se traduziu em algo em que prestei francamente muito pouca atenção. Talvez pela não necessidade de utilizar assim tantas habilidades especiais, agregado ao nível de dificuldade baixo. A inexistência de um slider que ajude a ajustar esta situação, foi um dos turn off deste título que infelizmente torna os momentos de combate superficiais, sem grandes estratégias associadas a combos ou algo parecido.

Cada personagem conta com uma panóplia ataques diferentes, que são desbloqueados à medida que se ganha pontos de experiência e escolhidos pelo jogador na árvore de habilidades presente no menu. Aqui entra a necessidade de exploração, já que para obter os pontos de experiência é necessário recolher uma espécie de salamandras e trocá-las pelos pontos, nos shrines específicos para o efeito. Por outro lado, após vencer cada combate, é atribuído uma percentagem de pontos de experiência, onde ao chegar a 100, será apresentada a opção para fazer level up em especifico a Loaf, juntamente com a progressão em pontos como espaço no inventário ou buffs. Loaf, contará também com uma mochila que possibilita o transporte dos seus itens de ataque. Estes items podem ser encontrados espalhados pelo mapa, ou comprados em lojas especificas e escolhidos pelo jogador na tentativa de se adaptar aos diferentes tipos de inimigos.


Infelizmente os controlos foram um dos pontos negativos que tornaram a minha experiência pelo mundo de Born of Bread maçadora. Os menus são clunky, algumas vezes os botões ficam presos, e mesmo não apresentado suporte para o comando da PS5, ao jogar no PC, é possível fazê-lo. Não obstante de todos os problemas associados a essa escolha. Enfrentei problemas ao abrir portas e um bug onde não conseguia de todo abrir o menu.


Visualmente Born of Bread é uma experiência enriquecedora, contada por linhas de texto superficiais entre personagens carismáticas e um combate demasiadamente simples para o seu próprio bem. Certamente os problemas apresentados podem ser alterados em futuros patches, mas fica a sensação que deveria ter ficado no "forno" um pouco mais de tempo.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Steam, gentilmente cedido pela JF Games PR Team.




Até sempre, amigo.

💜

Latest in Sports