MotoGP 23

Já faz alguns anos que não jogo um novo MotoGP, creio que seja desde o MotoGP 20, o qual gostei muito embora este não seja o meu desporto motorizado favorito nem acompanho com tanta frequência, embora conheça perfeitamente o nosso Miguel Oliveira e do qual nos devemos orgulhar imenso.

Para começar e bem, diria que em termos de representação do desporto em específico, MotoGP 23 faz o seu trabalho extremamente bem-feito. As licenças estão todas presentes, desde marcas de capacetes, luvas e os próprios veículos, como também dos próprios pilotos e pistas. Até aí, não que há que enganar, é o produto oficial e está devidamente completo, por isso os fãs vão ficar empolgados.

Por outro lado, teremos que sublinhar desde já que a versão que obtivemos para análise é para a Nintendo Switch e infelizmente, não podemos dizer muitas coisas positivas, isto pode ser apenas devido a esta versão pela qual não podemos comentar acerca das outras.

Mas antes do negativo, falemos acerca do conteúdo de MotoGP 23, que está completo com o referido acima e também com todas as classes, deste Moto 3, Moto 2 e a classe principal, MotoGP. De referir que a pista de Portimão está também incluída e uma vez mais, sabe bem ver a nossa bandeira representada num videojogo. Mas existem duas pistas que não fazem parte do MotoGP e que, no entanto, fazem parte do jogo, uma pista do Cazaquistão e outra da índia.

Assim que damos início ao jogo, temos de personalizar a nossa personagem, este segmento também está repleto de conteúdo. O jogador poderá personalizar desde o nome, capacete, luvas, autocolantes no veículo etc, de tudo um pouco.

Quanto ao gameplay, é algo que pode fazer ferver muitos dos jogadores, pior que isso, este jogo é apenas recomendável a fãs acérrimos do desporto, isto porque é verdadeiramente realista o que torna o jogo um desafio extremo, embora possam selecionar a opção de jogo para auxiliar todas as partidas. Este modo fez-me rapidamente perder o interesse porque é como se eu não tivesse qualquer controlo sobre a moto, já o modo seguinte, com o tracejado na pista como forma de auxílio, não foi o suficiente para ter em mente o quão antes devo travar, quando devo curvar, quando devo manter o equilíbrio. Enfim, a curva de aprendizagem é extremamente longa e facilmente faz qualquer jogador atirar a toalha ao chão.

Existe sim, algo que poderá manter os mais pacientes na pista, o facto de ter um botão para realizar um rewind, que irá puxar o tempo atrás e dará a possibilidade de repetir aquela curva mal dada ou simplesmente prevenir a queda que acabaram de dar. Ainda assim, por quantas vezes vão puxar o tempo atrás mesmo que com as curvas mal dadas, mas ultrapassadas, perdem tempo e provavelmente vão querer repetir? É preciso mesmo muitas habilidades, muito treino, este jogo exige que o jogador treine antes de começar um campeonato ou uma simples temporada.

De assinalar o modo Carreira no qual começamos no Moto 3 até chegar ao topo do MotoGP, não é fácil devido a este extremismo exigido na jogabilidade, mas é gratificante com o passar das horas. O jogador terá Turning Points, momentos em que terá de decidir qual o melhor percurso a escolher para seguir a carreira como também vai conhecer colegas de profissão e que terá de conviver com eles, melhor ainda, as relações vão depender das vossas ações, por isso tentem ser simpáticos ou vão-se arrepender.

Acima de todos os detalhes, a versão Switch sofre de muitos males infelizmente. Embora seja uma excelente forma de jogar portátil, a qualidade gráfica grita por todos os lados, a frame rate é baixa e tudo que é apresentado no ecrã é lento e de uma resolução baixíssima, não se pode dizer que tem bom aspeto, embora minimamente jogável para um fã, alguém que queira desfrutar desta versão vai ter as suas dificuldades. Não é impossível, mas não será uma experiência de todo agradável.

Em termos de conteúdo é o melhor de todos os que tive a oportunidade de jogar, está completo, com vários modos, realista e interessante, no entanto esta versão não é de todo uma opção a ter em conta infelizmente.