The Last Case of Benedict Fox


The Last Case of Benedict Fox é uma mistura de metroidvania combinado com um título de investigação, com um sentido de art style bastante peculiar, pincelado por marcas de água de Lovecraft, criando um ambiente arrepiantemente belo. 

O género Metroidvania pode ser bastante tricky. Delineado por mapas gigantes, que se abrem à medida que se desbloqueiam novas habilidades, combate contra inimigos que podem ir do mais divertido ao mais tedioso, e mecânicas de navegação que podem também diferir do mais agradável ao mais monótono possível. Os seus puzzles são bastante peculiares e alguns deles bastante difíceis, com mecânicas de side scrolling platforming que infelizmente deixam um pouco a desejar muito por culpa dos seus controlos.

Decorre o ano de 1925, num periodo demarcado pela guerra mundial, e Benedict prepara-se para investigar um caso que remete à morte, envolta em circunstancias bastante suspeitas e fora deste mundo, recente do seu pai. No entanto, este investigador não se encontra completamente sozinho, já que conta com a companhia de um parceiro único, um demónio que habita a sua cabeça e que lhe proporciona poderes. 


A história desenrola-se entre o mundo real, na mansão do pai de Benedict e em dois limbos diferentes, o de seu pai e o de uma mulher desconhecida para Benedict, que morava com o seu pai. Um dos poderes da personagem principal é a habilidade de entrar nas memórias de pessoas que já partiram, com o intuito de resolver os seus casos. Todas as regiões do limbo criam um paralelismo entre os diversos quartos da mansão, criando um ambiente obscuro habitado por demónios e que representam os tormentos das vítimas. É de facto um ambiente bastante cativante e divertido de explorar e foi sem dúvida o ponto que me chamou imediatamente à atenção deste título, infelizmente existem alguns problemas. Aconteceu algumas vezes, não conseguir entrar em determinadas portas por receber imediatamente dano de inimigos que não conseguia ver por se encontrarem nessa mesma divisão. O movimento do personagem em si, não é dos mais fluídos e o combate por vezes fica dessincronizado com o que queria fazer no momento. Enfim, não me impediu de terminar a sua história, mas tornou-se um pouco frustrante.

O combate apresenta uma variedade interessante de habilidades demoníacas que podem ser usadas, um ground pound que aplica dano em área, um duplo salto que permite chegar a localizações mais elevadas, até à colocação de armadilhas no teto que... achei algo estranho já que existem muito poucas situações onde o teto está perto da zona de ação, impedido assim a sua colocação. Todas estas habilidades podem ser desbloqueadas com "tinta" capturada após o combate contra inimigos. No entanto, após capturar a tinta é necessário entregar no portal mais perto, ou corre-se o risco de perder a tinta não entregue se não se sair vitorioso no confronto contra inimigos. No campo individual, Benedict conta com a sua faca e uma pistola, que embora possam ser melhoradas, não senti grande diferença e outros gadgets que o ajudaram nas mais diversas ocasiões. Estes podem também ser melhorados através de pontos adquiridos pela exploração de pistas.


Outro apontamento menos positivo foi a quase inexistência de boss fights durante a aventura e parte dos que defrontei baseavam-se na premissa de correr à sua frente para não sofrer um fim menos bom.

O design dos puzzles foram uma adição bastante interessante. Embora alguns não façam grande sentido e prendam-se apenas na tentativa e erro, outros são bastante complexos, mas assim que se chega à conclusão existe aquele sentimento de satisfação. Sendo este um Metroidvania, alguns destes puzzles estão inacessíveis, por falta de elementos para a sua conclusão. Se pretendem limpar todos os cantos do Limbo é imperativo continuar com a exploração, preparando claro está, a necessidade de passar pelos mesmos caminhos umas quantas vezes. Este momentos que podem antever alguma monotonia ou frustração pelos combates contra inimigos que fazem respawn, podem de certa forma serem contornados pela mecânica de fast travel entre portais que se encontram em locais específicos. Claro está, é necessário primeiro abrir estes pontos, após o confronto contra inimigos.

Embora apresente voice acting o som no geral apresenta-se de maneira bastante fraca. Existem poucos apontamentos de trilhas sonoras, existem momentos em que se ouvem passos de inimigos mas inimigos nem vê-los, tornando uma experiência algo confusa.
 

The Last Case of Benedict Fox não é de longe um título perfeito, mas certamente deixará a sua marca a quem o jogar, agora se é positiva ou negativa depende um pouco de cada caso... Eu por exemplo não tive problemas com bugs que me impossibilitaram a minha progressão na história, mas houve situações em que isso aconteceu. Não é nada que um par de updates não possa resolver a situação. A sua história conseguiu agarrar-me por cerca de 18 horas que foi o tempo que demorei a completar todos os seus achievements. 


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC, gentilmente cedido pela  Rogue Games, Inc.

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