I Am Setsuna
É um pouco dentro deste espírito que surge I Am Setsuna, um RPG algo "indie" desenvolvido pela Tokyo RPG Factory e recebido de braços abertos pela Square Enix. Foi quase sempre visto como uma espécie de sucessor espiritual de Chrono Trigger: não tanto pela sua história ou personagens, mas principalmente pelo sistema de combate bastante semelhante ao clássico da Super Nintendo.
Logo à partida pensei "mas, isto é o Final Fantasy X!", quer pelas semelhanças na história a alguns personagens: não só temos uma Yuna, como o mercenário Nidr é uma cópia de Auron. Colocando estas parecenças de parte, a história acaba por seguir o seu próprio destino, levando-nos a avançar de vila em vila e resolver os seus vários problemas, tal como num RPG clássico. Não é uma aventura longa, mas os eventos uns atrás dos outros acabam por dar um bom ritmo ao jogo.
Sendo um RPG por turnos, o sistema de batalha é uma viagem no tempo a Chrono Trigger, que tinha um charme próprio e mecânicas que o tornaram único. Aqui não só as batalhas decorrem no cenário em si (sem transições para arenas de combate) como os personagens têm habilidades que tiram partido da posição dos inimigos. Outras semelhanças com o clássico são as combinações de ataques entre personagens, e ainda um anti-herói com um feeling bastante familiar.
O jogo acabou por não me entusiasmar tanto como queria, tendo feito uma pausa a meio por causa dos cenários serem sempre a mesma coisa. Mas o jogo em si é interessante, com um grupo peculiar de heróis e até mesmo uma história que me deixou curioso com o que acontecia a seguir. Tendo-o jogado na Switch, o factor portabilidade foi bastante positivo, pois a qualquer momento podia continua a aventura onde quer que estivesse. No entanto essa versão está limitada a 30 frames por segundo, enquanto que o mesmo jogo na PS4 se encontra a 60. Fora isso os jogos são iguais, sendo que a versão Switch tem um modo Vs. extra, que não consegui experimentar.
Concluindo, I Am Setsuna é um bom título para os fãs do género, que possuam uma Switch, PS4 ou PC, ou até mesmo os mais curiosos que querem "matar saudades" dos bons velhos tempos dos RPGs da era dos 16 e até mesmo 32 bits. Não tem uma história marcante e tanto os cenários como a banda sonora são repetitivos, mas há sempre algo à nossa espreita durante a aventura, que vai desvendando sempre um pouco mais do jogo!
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.