Use Your Words
Use Your Words vai ter uma análise diferente do habitual. Este não é um jogo normal onde avaliamos narrativa, gráficos e som, mas, ao mesmo tempo, é o jogo mais "jogo" que analisei.
Não nos sentamos de propósito para jogar Use Your Words, simplesmente acontece. Temos convidados em casa, acabamos de jantar, o 1-2-Switch ainda está caro, então o que vamos jogar? Eis a solução, um jogo engraçado onde temos de escrever a primeira coisa que nos vier à cabeça. Sério, não há lógica aqui, mas não é preciso, só têm de fazer rir as pessoas e avançar pelos mini-jogos. Felizmente não são muitos para nos cansar.
A Smiling Buddha Games conseguiu ter o jogo em todo o lado e isso é uma vitória para o estúdio e uma vitória para os jogadores que deixam de ter desculpas para não o jogar. Agora qualquer um pode ser o engraçadinho ou engraçadinha; basta escrever a coisa mais parva e esperar que votem nas suas respostas.
A interface é pouco ortodoxa, pois requer a utilização de um smartphone para interagir com o jogo. É o defeito que lhe vejo, mas compreensível. O que iríamos usar para escrever? Controladores? Os Joy-Con? E hoje em dia já todos têm um telemóvel com acesso à Internet, portanto não antevemos problemas. Assim que o jogo começa, surge um código de ligação que temos de introduzir no site do jogo e assim o telemóvel surge como jogador e com teclado. E nem há problemas de quebra de ligação, pelo menos, não reparei do meu lado. Há outro detalhe menos bom, o número mínimo de jogadores é três. Se tiverem um grupo grande, não há problema. Se estiverem a jogar a dois, então já é complicado. É? Nada disso. Se têm um smartphone, então conseguem instalar e abrir dois browsers diferentes, usar o código e enganar o jogo a pensar que têm pessoas suficientes. E foi o que fiz, usei um jogador fantasma e lá consegui começar.
Use Your Words não tem muito entulho e vai directo ao assunto. Há um menu de configuração bastante básico, com a opção de tornar o jogo mais amigo da família, deixar os demais assistir e facilitar o stream de Let’s Play. De resto, começa o concurso narrado por uma daquelas vozes a lembrar os programas americanos dos anos 60, com banda sonora a condizer. Não há muitos mini-jogos, mas o conteúdo é bastante variado para que não haja repetição. Os modos são: Sub The Title, Blank-o-Matic, EXTRA EXTRA e Survey Says. O meu favorito é o Sub The Title, onde assistimos a clipes de filmes que ninguém deste planeta ouviu falar e temos de criar legendas.
E mais, o estúdio prometeu lançar conteúdo adicional. Se ainda não viram o fim deste jogo, assim é que nunca mais lá chegam, mas convenhamos, queremos mesmo acabar este jogo e tirar-lhe a piada? O melhor é mesmo jogarmos aos poucos e sermos surpreendidos com as situações e as respostas dos nossos amigos.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Smiling Buddha Games