Sonic Mania


Passaram 25 anos desde que vimos Sonic nos seus clássicos 16-bits da Mega Drive. Foi onde o conhecemos, como o respeitamos e principalmente como o amamos. É verdade, a mascote da Sega sobreviveu até aos dias de hoje mas, ao contrário do seu rival Mario, as coisas não foram nada fáceis para o ouriço mais veloz do mundo. Uma série que teve os seus extremos de altos e baixos, mas lá se foi aguentando devido ao seu charme e fama. Sinceramente, eu sempre gostei mais do Sonic que do próprio Mario. Tive como segunda consola na minha vida uma NES, mas chegava a casa do meu primo e ficava fascinado era com a velocidade, a música, o grafismo e tudo mais dos jogos Sonic. Com o passar destes anos todos, eis que surge um Sonic tal e qual o dos anos 90, mas completamente novo, com algumas homenagens à mistura.

Os verdadeiros fãs de Sonic exigiram durante anos um jogo da série que estivesse à altura dos clássicos. Recordo-me de jogos bons, tanto em 2D como em 3D, fosse na Dreamcast o Sonic Adventure 2 (que acho incrível), como o Sonic Generations lançado em 2011. Mas o grafismo e mecânicas dos clássicos estavam ausentes. Finalmente, surgiu Christian Whitehead, um fã acérrimo que conseguiu provar ao mundo que ainda é possível criar um Sonic como nos bons velhos tempos. E assim a Sega, juntamente com Whitehead, recolheram o bom de Sonic CD, Sonic 2, Sonic 3 & Knuckles e, como é evidente, o original. Assim foi criado Sonic Mania, o jogo que celebra o vigésimo quinto ano do ouriço azul e que deixou os jogadores com lágrimas de alegria a escorrer pelo rosto.


O jogo conta com vários níveis recriados, ou seja, voltamos a Green Hill Zone, alguns aspetos iguais, outros completamente novos. A música também sofreu pequenas alterações, são remixes das versões antigas. Além destes pormenores, os níveis foram alargados, notando-se que levam mais tempo para serem terminados, mas nunca a ultrapassar um tempo superior a 10 minutos. O jogo é como uma máquina do tempo, conta com velhos clássicos como Green Hill Zone, Chemical Plant, Flying Battery, mas tenham em atenção porque existem também níveis criados de raíz, totalmente novos.

A razão dos velhos e novos níveis? Simples como sempre. Sonic terá de lutar novamente com Dr. Robotnik, desta vez para impedir que ele use o Phantom Ruby, que é uma espécie de esmeralda que consegue controlar o espaço-tempo de livre vontade. Motivo mais do que suficiente para regressar a estes velhos níveis e enfrentar igualmente velhos bosses. Um desses é nada mais nada menos que Metal Sonic de Sonic CD, mas também podem contar com momentos de pura nostalgia ao desafiar no final do segundo ato Dr. Robotnik numa partida de Mean Bean Machines, ou seja, um jogo do próprio antagonista da série que é baesado no Tetris/Dr. Mario.

Os níveis novos não são tão bons como os clássicos, mas a fórmula está lá, a música também e isso é o fator mais importante. Isto porque no que diz respeito à jogabilidade, o jogo está absolutamente incrível, as mecânicas e os novos sprites inseridos estão lindos e mesmo os níveis contam com uns desenhos e uma arte excepcional tal como acontece em Studiopolis e Mirage Saloon. Studiopolis conta não só com o design mas também uma das melhores músicas de toda a série, um marco audível.


A dificuldade está muito bem equilibrada, podem jogar e terminar o jogo sem grandes dificuldades. Por vezes não podem abusar na velocidade, devem ter em atenção os obstáculos e claro, caso queiram todas as esmeraldas, o esforço terá de ser triplicado. Quanto aos níveis bónus, podem contar novamente com as Blues Spheres por exemplo, mas podem igualmente contar com o Catch the UFO que estava presente em Sonic CD. Falando num dos pontos principais da série Sonic, os bosses finais de cada nível. Alguns destes bosses são de jogos antigos da série que vão perfeitamente reconhecer, outros são relativamente parecidos, mas com algumas diferenças e temos também os bosses completamente originais, os que vão deixar os fãs felizes pelo desafio e criatividade apresentados.

Assim que terminarem o jogo existem várias razões para voltar a ele. Primeiro, porque é um jogo extraordinário, segundo porque podem e devem apanhar todas as esmeraldas nos Special Stages, para conhecerem caminhos alternativos aconselho a jogarem com Tails e Knuckles, completar ainda os níveis das Blue Spheres para desbloquear extras que o jogo oferece e ainda jogar no modo Time Attack. Existe também a possibilidade de jogar em modo competitivo, tal como acontecia já em Sonic 2.

Pode-se dizer que este é o melhor Sonic por algumas razões que irei mencionar. O grafismo está com o aspeto 16-bits mas do mais perfeito que é possível e a qualidade de som está na melhor qualidade da era. Embora reutilize animações do Sonic CD, existem sprites criados de raiz para este capítulo Sonic, e até os fundos dos cenários, visualmente, estão belíssimos. Mesmo a introdução do jogo feita em anime, tem umas cores vivas e encantadoras, inesquecível.


Resta então dizer que Sonic Mania no geral é o melhor jogo da série, embora tenha um fim que deixa a desejar (mesmo a luta final, não oferecendo grande desafio), o jogo é um prazer enorme de ser jogado de inicio ao fim e voltar a repetir. Já não sentíamos nada assim durante anos, só temos de agradecer a toda a equipa de Chritian Whitehead e à Sega por após 25 anos se terem lembrado que realmente é possível criar um Sonic à moda antiga e ainda assim agradar e muitos a todos os gamers.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch comprado pelo autor do artigo.

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