Super Ghouls 'n Ghosts


Este jogo é um misto de plataformas e acção, desenvolvido pela Capcom, corria o ano de 1991. Pertencente à primeira fornada de títulos da SNES, Super Ghouls ‘n Ghosts foi o terceiro da sua série. O jogo foi relançado diversas vezes, sendo que o último relançamento foi este para a Virtual Console da Wii U.
A história é um cliché dos velhos livros de aventura. Mais uma vez, guiamos o destemido cavaleiro Arthur, na sua missão de salvar a princesa, que foi raptada pelo maquiavélico Imperador Sardius. Este deseja saber o paradeiro das Braceletes da Deusa, o único artefacto capaz de o destruir. Arthur terá de embarcar numa longa e bastante dolorosa caminhada até ao Castelo de Sardius, para o deter. Para vencer a vastidão de inimigos que irá encontrar, Arthur conta, de início, com a sua fiel armadura de ferro e com uma lança de ataque. Ao ser atingido, a armadura de Arthur desfaz-se, deixando-o apenas de boxers. Outro toque e é o fim do nosso cavaleiro.

No entanto, tanto a armadura, como as armas podem ser modificadas. Existem mais duas armaduras e cerca de sete armas distintas, espalhadas pelos níveis, prontas para serem encontradas e usadas. Temos a armadura de Bronze, que permite a Arthur usar uma versão mágica e ligeiramente mais forte da arma que tiver equipada. A segunda armadura é de ouro e possibilita o uso de um poderoso ataque mágico, considerando que mantemos pressionado o botão de ataque. Outra particularidade desta última armadura é a existência de um escudo. O escudo do Sol bloqueia todos os projécteis, mas só o faz uma vez. Podemos fazer o upgrade do escudo para o da Lua. Com o escudo da Lua equipado, Arthur pode bloquear três projécteis e reduzir o tempo que tem de esperar para lançar um ataque mágico (esta última apenas é possível se Arthur tiver a armadura de ouro em sua posse).

As armas de Arthur são variadas, não apenas no seu aspecto, mas também na sua força e eficácia. São, também, infinitas, pelo que podemos usá-las sem receio de que acabem. Como acontece com as armaduras, as armas podem ser encontradas através de inimigos derrotados ou de baús que se encontram escondidos no cenário. De todas, a mais equilibrada e útil é a Dagger. Também temos a Scythe, o Axe, a Tri-Blade, a Crossbow e a Flame. Contudo, nem todos os baús escondem items. Alguns trazem consigo armadilhas, como a Bear Trap ou o Evil Magician. Arthur é capaz de fazer um duplo salto, que lhe permite alcançar sítios que de outra forma não conseguiria. O mesmo não é muito preciso e exige, por isso, muita prática e habituação.

Os inimigos aparecem, literalmente, de qualquer canto e fazem respawn quase imediato, pelo que o melhor é mesmo tentar estarmos sempre a avançar. Uma hesitação, uma paragem, neste jogo, pode ser fatal. A música, particularmente a primeira, adapta-se bem ao jogo e ambiente em questão. Os níveis são bem construídos e giram à volta de uma dificuldade por vezes insana, mesmo em Easy, que por sua vez afasta muitos dos jogadores. O jogo em questão pode ser jogado tanto olhando para a TV, como para o Gamepad, como aliás já vem sendo hábito na Vitual Console da Wii U. Os gráficos mantêm uma frescura impressionante para um jogo de 1991, particularmente, na Wii U. Tanto no ecrã da TV, como no do Gamepad, as cores são vibrantes e os cenários um pouco mais detalhados do que na SNES.


É uma pena que os frame drops, que surgem quando temos muita coisa ao mesmo tempo no ecrã, não tenham sido arranjados e se tenham transladado intactos da versão original da SNES. Um último ponto que não digo negativo, mas que pode dissuadir muita gente, é o facto de, para acedermos ao final de Super Ghouls ‘n Ghosts, termos que terminá-lo duas vezes seguidas. Se uma já custa, duas ainda mais. Não obstante, o jogo prima pelos cenários imaginativos e por um gameplay viciante, para quem gosta de verdadeiros desafios. Por outro lado, a sua dificuldade imperdoável e os incómodos frame drops, podem afastar quem não for fã da série.
Análise por Ivo Silva

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