Miasma Chronicles


Ultimamente tenho jogado vários jogos táticos e nem por isso tenha estado aborrecido, eu gosto e acho que é um género de jogo que podia abranger mais gente. Miasma Chronicles é outro jogo tático que pode muito bem apelar a outros jogadores que têm por hábito ignorar este tipo de jogo.


Miasma Chronicles passa-se num mundo pós-apocalíptico e apresenta-nos desde cedo duas personagens, o protagonista Elvis e o seu fiel companheiro Diggs. Tudo começa de forma muito misteriosa, Elvis está em busca da sua mãe que se encontra do outro lado da “parede”. Para quebrar essa parede que os separa, Elvis precisa de um poder que foi fornecido pela mãe, nada mais nada menos que uma luva especial com a capacidade de libertar um poder imenso, mas que inicialmente se encontra danificada. Esta terra não é para velhos nem novos, a miasma é uma praga que assola o mundo inteiro e os nossos dois protagonistas têm de arranjar uma foram de se verem livres dela e salvar a mãe de Elvis que é a prioridade e objetivo principal de toda a história. É claro que para tal, será necessário realizar tarefas extras e muita exploração para obter a informação válida e até restaurar o poder da luva especial que Elvis calça. O cenário pós-apocalíptico é algo que sobressai desde o primeiro momento, é obscuro, vazio, está destruído, tal como é representado na maioria dos filmes e jogos que ocorrem neste cenário que pode perfeitamente vir a ser o nosso futuro. Embora decorra neste ambiente de sufoco, os protagonistas arranjam sempre espaço para um pouco de humor entre os seus diálogos.


Com a progressão, vão passar a conhecer novas personagens, alguns aliados, e outros que vos vão recompensar de forma gratificante, cada personagem com os seus dilemas e cicatrizes do passado. As missões secundárias existem, mas nem todas são de fácil de execução e por vezes mais vale adiar e voltar mais tarde para realizar pois podemos perfeitamente não estar capacitados para enfrentar o perigo atualmente, mas com um pouco mais de experiência, tudo fará diferença.

Quanto ao combate, ao contrário de outros jogos como Gears Tactics ou Showgunners, aqui sim temos o protagonista com algo que faz diferença, a sua luva que absorve miasma e usa volts para executar comandos/habilidades específicas de forma estratégica. Claro que cada uma das personagens tem as suas próprias características individualmente, no entanto a luva é o item especial que tornam este jogo um pouco mais especial que qualquer outro do género. E ao contrário de outros jogos, aqui somos nós que decidimos quando queremos entrar numa emboscada caso os inimigos não nos consigam ver com antecedência, isto é, o jogador terá a oportunidade de disparar silenciosamente e eliminar, se possível, um por um de cada inimigo que esteja no nível, portanto, nem sempre é preciso ou deve o jogador entrar “a matar” e soar o alarme, por vezes o melhor ataque é a defesa, apenas quando somos efetivamente obrigados a combater é que devemos começar por escolher os melhores sítios de cobertura.


Mas nem só a luva é a novidade que me saltou a vista, quando comparado com outros jogos deste género, é preciso ter em conta que a exploração é relativamente maior que um jogo como Showgunners, que embora seja semiaberto, Miasma Chronicles é capaz de ser o jogo com o mundo mais aberto que todos do género que joguei até à data, isto porque deixa o jogador explorar uma enorme parte de cada nível que é apresentado no mapa. As secções são divididas, mas com uma boa dimensão e que acaba por haver uma exploração mais demorada que o esperado, dependendo da zona em que se encontram a explorar como é evidente. Há casas com vários pisos, cantos e portas que se encontram encerradas e apenas com um cartão em específico vão poder desbloquear e então explorar a sala ou seja qual for o edifício que se encontrava encerrado com um cartão magnético.

Há muitos upgrades para serem feitos e isso vai deixar o jogador interessado, tal como sucede com tantos outros jogos, há chips para recolher, armas, modificação das mesmas e tanto mais para customizar, no entanto nem tudo é um mar de rosas e por vezes os itens consumíveis como neste caso em específico, o da saúde, não é de fácil aquisição. Se o jogador abusar, rapidamente estará em apuros para obter um restauro de saúde e conseguir progredir, por isso para um novato, é mesmo aconselhável um nível mais baixo para a sua experiência ser positiva e não agressiva.

Não é um jogo de fácil aprendizagem, para quem jogar pela primeira vez, é possível aprender, mas o modo normal já não será um passeio no parque, será necessário ter olhos bem abertos, muita atenção a cada movimento e claro, pensar bem estrategicamente antes de avançar, a próxima jogada pode sempre ser fatal, até porque os checkpoints são um tanto penalizadores e o jogador menos paciente pode acabar por ficar um tanto frustrado.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PS5, gentilmente cedido pela 505 Games

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