Candle


Candle é um dos jogos mais interessantes que me vieram parar às mãos para analisar em 2016. Desenvolvido pela Teku Studios e disponível para PC, via Steam, Candle é maioritariamente uma aventura gráfica, se bem que contém muitos elementos que seriam pertença de um jogo de plataformas.

A história de Candle é bastante simples, colocando-nos na pele do jovem Teku, o qual busca resgatar o xamã da sua aldeia, das garras da tribo guerreira dos Wakcha. Contudo, Teku e o resto da sua tribo são pacifistas, o que não abona muito a seu favor. A compensar a falta de espírito guerreiro, Teku usa a sua inteligência como arma, usando o cenário e o subterfúgio como forma de combater os mais fortes e ferozes Wakchas.


O jogo implica, portanto, a resolução de determinados puzzles, de forma a permitir a nossa progressão para o próximo cenário e com isso avançar na história. Os ditos puzzles são bastante inventivos e de dificuldade crescente, podendo ir de meras questões de física, a combinação de cores. Para além disso, e porque Teku não dispõe de capacidades ofensivas, a resolução de puzzles é a forma do nosso jovem protagonista se libertar dos diferentes inimigos que possam surgir pelo caminho. A jeito de exemplo temos: o caminhar sorrateiro, como forma de empurrar um Wakcha precipício abaixo, o uso da chama para afastar perigosas criaturas anfíbias e a utilização de pequenos insectos para distrair predadores esfomeados.

A chama, de entre todos os itens que iremos encontrar, tem particular relevância. É com ela que se inicia o jogo, uma vez que a nossa aldeia é incendiada pelos Wakchas. É através dela que iremos gravar o nosso progresso (juntamente com um círculo de pedra). É com ela que iremos iluminar o nosso caminho ou, como já foi referido, afastar certos inimigos. É, igualmente, através da chama que podemos activar certos mecanismos, de forma quase mágica. Contudo, é necessário ter cuidado, pois o uso da chama pode alertar os inimigos para a nossa presença, o que resultará num game over quase instantâneo. De salientar, que para além do típico Save Point, Candle faz Checkpoint automático no último puzzle que tivermos resolvido. Os controlos de Candle não poderiam ser mais simples, com um botão designado para o salto, outro para correr e para nos movimentarmos e um último para o uso dos itens.  Para além do jovem Teku, Candle tem uma interessante panóplia de personagens, com a sua linguagem de natureza pictórica. Estas, que vão desde uma barqueira a um coleccionador, servem como auxiliares na nossa aventura.


Um dos aspectos mais importantes de Candle é o seu aspecto visual. Com cenários coloridos e bastante variados, Candle parece-nos como que um desenho animado tornado realidade, misturando influências visuais das menos badaladas mitologias sul-africanas e oceânicas. O narrador e a música vêm apenas reforçar essa sensação de estarmos a vivenciar uma qualquer saga mitológica, ao leme de um protagonista que prima pela sua simplicidade.

Na verdade, Candle faz-me recordar, tanto a nível do jogabilidade, como ao nível gráfico, com uma outra aventura gráfica que tive o prazer de jogar em 2007. Falo de Zack and Wiki para a Wii. Candle é muito similar a esse clássico moderno da Capcom. Em suma, Candle é um bom jogo. Nem muito fácil, nem muito difícil. Um must have para fãs de mitologia e de aventuras gráficas.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para Steam, gentilmente cedido pela Daedalic Entertainment

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