Elliot Quest

Análise por Patrício Santos

Este ano ficámos a saber que o "Zelda U" não será lançado tão cedo, eu como fã fiquei um pouco desiludido, no entanto outros títulos da série chegaram à eShop, como por exemplo Minish Cap e A Link to The Past. Estou-me a referir exatamente a estes jogos por uma simples razão, jogos que fazem parte do passado, mas que conseguem manter a mesma diversão e vício que proporcionaram no ano em que estes chegaram ao mercado, isto porque são jogos em 2D, tal como o jogo que tive a oportunidade de analisar desta vez, que é Elliot Quest. Diria mais ao estilo 2D de Zelda II para a NES do que propriamente os mencionados acima, mas a verdade é que os elementos de ambos estão presentes, afinal de contas, Elliot Quest é um indie que todo ele se inspirou na famosa série Zelda.

Em Elliot Quest, jogámos com a personagem de nome Elliot tal como indica no título deste indie. A esposa do nosso protagonista desaparece, Elliot enfraquece e fica doente, quase que uma verdadeira depressão, e assistimos a um momento no jogo em que Elliot tenta o suicídio, mas sem sucesso. A partir daí, descobre que ele simplesmente não pode morrer e é vítima de um feitiço, pior ainda, ele terá de procurar uma cura o quanto antes, pois este feitiço transformará o nosso herói num demónio em pouco tempo. Assim se inicia a aventura de Elliot.

O nosso protagonista parte em busca de informação, como obter a cura para esta maldição, e assim ele se dirige a um sábio, algo que iremos assistir a flashes de memória enquanto progredimos no jogo para ficarmos a par da história. Esse sábio irá contar-nos como o demónio Satar se está a apoderar da nossa vitalidade, e o nosso objetivo é claro, derrotar este demónio que ameaça a nossa existência.


As referências ao universo Zelda são imensas, como por exemplo, a exploração do mapa é parecida com o que temos em A Link to the Past, a forma como jogámos é num 2D tal como nos é apresentado em Zelda II, e mesmo o facto de podermos visitar aldeias e falar com as pessoas, entrar nas casas e lojas, onde dentro, estas contam com referências a variadíssimos jogos tais como Final Fantasy VII, onde podemos encontrar pendurar a Buster Sword num ferreiro. Algo que não escapa é a banda sonora, é impossível não conseguir escutar semelhanças entre as músicas da série Zelda e Elliot Quest, sem esquecer que tanto as armas como os poderes são todos eles muito parecidos, como as bombas e o arco que estão presentes, ou uma referência óbvia a Kid Icarus, em que a certa altura ganhamos o poder de dar um impulso com umas asas nas costas.

O grafismo retro está impecável, isto porque me agrada imenso, mesmo os cenários são variados, tendo em conta que jogámos em todo o tipo de ambiente, a criação destes está muito bem conseguida e trabalhada, e os inimigos têm os seus pontos fracos e ataques específicos que por vezes podem dificultar-nos bem a vida. Os bosses são outro ponto que se assemelha à série Zelda, e como seria de esperar, estes encontram-se no final de cada masmorra, onde podem contar também com mid bosses. Talvez algo de negativo a apontar será mesmo o facto de termos uma barra de experiência e essa voltar à estaca zero sempre que falecemos, o que por vezes dificulta imenso subir de nível, já que este jogo conta com elementos RPG e assim que subimos de nível podemos aumentar a nossa barra de saúde e a força do nosso ataque. O jogo conta também com vários pontos checkpoint, mas por vezes estes estão demasiado distanciados, e no caso de a vossa personagem falecer, terão de voltar a derrotar todos os inimigos e enfrentar todos os obstáculos novamente, o que poderá não agradar aos mais impacientes.


Para concluir, Elliot Quest foi no fundo, um dos melhores indies que alguma vez joguei. A longevidade é muito boa, existe muito para explorar, e mesmo para terminar o jogo levei umas boas horas, a experiência é muito positiva, e se procuram um indie que vos faça agarrar ao comando, Elliot Quest é um jogo que não vos poderá passar ao lado.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Wii U, gentilmente cedido pela Nintendo.

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